O almirante-vermelho (Vanessa atalanta) é uma borboleta muito comum em Portugal. Mede 5,8 a 6,4 centímetros de envergadura, pertence à família Nymphalidae e deve o nome comum ao facto de o padrão das asas assemelhar-se às divisas dos almirantes nos Estados Unidos.
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As larvas gostam muito de urtigas. Por isso, se desejar criar um ambiente que atraia este colorido insecto, não se esqueça de manter um cantinho no jardim para elas.
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O escritor russo Vladimir Nabokov, autor de Lolita, era apaixonado por borboletas e incluía-as com frequência nos seus romances.
Na verdade, Nabokov era mais do que um simples apaixonado. Ele foi entomologista (a entomologia é o ramo da biologia que estuda os insectos) no Museu Americano de História Natural, e curador da secção de lepidópteros (as borboletas pertencem à classe dos insectos e à ordem Lepidoptera) do Museu de Zoologia Comparada da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
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O almirante-vermelho era a sua borboleta preferida. «As cores do almirante-vermelho são esplêndidas e gostava bastante deles na minha juventude. Migram em grandes quantidades de África para o norte da Rússia, onde são chamados de “Borboleta da Tragédia” (The Butterfly of Doom), por terem surgido pela primeira vez em 1881, ano em que o Czar Alexandre II foi assassinado, e por as marcas da parte inferior das asas assemelharam-se ao número 1881», justificou Nabokov numa conversa com Alfred Appel Jr., investigador que se dedicou a estudar a obra do escritor russo. «Há algo interessante na capacidade do almirante-vermelho de percorrer longas distâncias», acrescentou Nabokov. De facto, este insecto percorre até 3.000 quilómetros durante as migrações.
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Em geral, para iludir predadores abre as asas quando está poisada sobre flores e fecha-as quando em terreno aberto, de modo a expor as cores pardas da parte inferior.
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