Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

31
Ago12

Sons da Lua

Arca de Darwin

Hoje é dia de Lua Azul. O que quer isto dizer? Tão só que a Lua estará cheia, pela segunda vez neste mês. O acontecimento não é assim tão raro, ao contrário do significado da expressão once in a blue moon. De facto, como o ciclo lunar dura 29,5 dias, a Lua Azul aparece a cada poucos anos – a anterior surgiu em 2009 e a próxima será em 2015. Certo é que hoje muitos olharão à noite para o céu em busca do satélite da Terra e, segundo a NASA, há até a possibilidade de surgir azulado em alguns pontos dos Estados Unidos, devido às partículas emitidas pelos vários incêndios florestais que assolam o país – durante a erupção do vulcão Krakatoa, Indonésia, em 1883, a Lua “ficou” mesmo azul. Este corpo celeste inspira há muito poetas e músicos, e figura no título de algumas das melhores e mais célebres canções. Eis o meu Top 10 de músicas sobre a Lua:

1 – The Whole of the Moon (The Waterboys) – Mike Scott em mais um grande momento de inspiração poética. Como escreveu o argumentista Richard Curtis no jornal britânico The Guardian: “I love the fact it's not a love song. It's about something no other song I know is about: magnificence, someone who's mightier and better than you, who lets you glimpse the biggest picture”.

2 – Bad Moon Rising (Creedence Clearwater Revival) – energia pura.

3 – Brother Wolf, Sister Moon (The Cult) - quase espiritual...

4 – Blue Moon (Elvis Presley) – tem inúmeras versões, mas Elvis canta como ninguém.

5 – Goodnight Moon (Shivaree) – a sensualidade emanada por Ambrosia Parsley é mesmo de outro planeta...

6 – Man on the Moon (REM) – um tributo a Andy Kaufman; o pop no seu melhor.

7 – Moon River (Johnny Mercer) – um clássico oscarizado, inaugurado por Audrey Hepburn no filme Breakfast at Tiffany’s.

8 – Shoot the Moon (Norah Jones) – voz mágica; arranjo soberbo.

9 – Lua (Pedro Abrunhosa) – nacional e bom.

10 – ex aequo : Clair de Lune (Claude Debussy) e Moonlight Sonata (Ludwig van Beethoven) - :)

 

31
Ago12

A mensagem mais importante

Arca de Darwin
A revista SEED recupera o desafio lançado pelo físico teórico Richard Feynman* (1918 – 1988) numa palestra e pergunta a 11 eminentes pensadores de diferentes áreas: “Se um cataclismo levasse ao desaparecimento de todo o conhecimento científico, e se só pudéssemos passar uma frase às gerações futuras, que mensagem conteria a maior quantidade de informação, num menor número de palavras?”

Para Feynman o mais importante é que “todas as coisas são feitas de átomos, pequenas partículas que movem-se num movimento perpétuo (...)”. Entre as respostas dos 11 interpelados pela SEED destaca-se a teoria da Evolução. Numa altura em que a preocupação com a economia serve de pretexto para ignorar problemas ambientais e destruir recursos naturais, o galardoado ecologista Carl Folke, da Universidade de Estocolmo, Suécia, une na sua frase átomos, evolução e economia:

“Humans have a tendency to fall prey to the illusion that their economy is at the very center of the universe, forgetting that the biosphere is what ultimately sustains all systems, both man-made and natural. In this sense, ‘environmental issues’ are not about saving the planet—it will always survive and evolve with new combinations of atom—but about the prosperous development of our own species.”

(“Os humanos tendem a cair na ilusão de que a sua economia é o centro do universo, esquecendo que a biosfera é, em último caso, o que sustenta todos os sistemas, tanto os naturais como os criados pelo homem. Assim, “questões ambientais” não se referem a salvar o planeta – ele sobreviverá e evoluirá com novas combinações de átomos – mas têm que ver com o próspero desenvolvimento da nossa própria espécie”.)

 

*prémio Nobel da Física, autor de vários livros de divulgação científica, como Retrato de um físico enquanto homem e Está a brincar, Sr, Feynman!

30
Ago12

O famoso

Arca de Darwin
O fim do Verão está à porta e, com ele, termina também a época de reprodução do pintarrôxo-comum (Carduelis cannabina). Esta é boa altura para observar este pássaro, pois reúne-se em bandos numerosos, por vezes na companhia de verdilhões-comuns.

 

Mede 13 centímetros de comprimento e, tal como acontece com muitos outros membros desta ordem (passeriformes), apresenta dimorfismo sexual. Assim, apenas os machos têm babete e testa vermelhos. O corpo das fêmeas e juvenis é castanho. O grosso bico indica que tem uma dieta composta por sementes. Vive em zonas com arbustos misturadas com terrenos abertos.No Reino Unido, entre o final do século XIX e o princípio do século XX, era comum criarem-se pintarrôxos (linnet, em inglês) como animais de estimação. Esta existência engaiolada inspirou o poeta Alfred Tennyson (1809 – 1892), que aludiu à espécie no poema In Memoriam A. H. H., na mesma parte (a XXVII) em que figura uma das mais conhecidas passagens de toda a literatura. Ora veja: ”I envy not in any moodsThe captive void of noble rage,The linnet born within the cage,That never knew the summer woods:I envy not the beast that takesHis license in the field of time,Unfetter'd by the sense of crime,To whom a conscience never wakes;Nor, what may count itself as blest,The heart that never plighted trothBut stagnates in the weeds of sloth;Nor any want-begotten rest.I hold it true, whate'er befall;I feel it, when I sorrow most;'Tis better to have loved and lostThan never to have loved at all.” 
30
Ago12

Uma pausa com...

Arca de Darwin
... Robert Frost*"The bear puts both arms around the tree above herAnd draws it down as if it were a loverAnd its choke cherries lips to kiss good-bye,Then lets it snap back upright in the sky (...)"

in The Bear

"A ursa envolve com ambos os braços a árvore que lhe é mais alta / E puxa-a para baixo como se fora um amante / E as suas cerejas esmagadas fossem lábios num beijo de despedida / Depois larga-a para que de novo se erga  em direcção aos céus (...)"

* poeta norte-americano (1874-1963)

 
28
Ago12

Rapina todo-o-terreno

Arca de Darwin
A águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), também conhecida por bútio, é uma das aves de rapina mais comuns (mais de 2.000 casais) e mais fáceis de observar de norte a sul do país (nos Açores existe a subespécie B. b. rothschildi e na Madeira a B. b. harterti). Para tal, basta que esteja com atenção aos postes de cercas, de electricidade e de iluminação junto às estradas, locais onde ela poisa com frequência. Encoste, baixe o vidro, mas não saia do carro, ou ela voará para longe. Foi o que aconteceu no fim-de-semana passado, quando tirei a foto em baixo. Não baixei o vidro, no entanto, quando parei o carro não reparei que o bicho estava em contraluz. Por isso avancei mais uns metros, mas o barulho do motor afugentou-o.

Mede cerca de 50 centímetros de comprimento e 100 a 125 centímetros de envergadura. A plumagem varia entre o claro e o escuro. Quando é escura, a espécie distingue-se facilmente por ter no peito uma banda branca em forma de colar.Ocupa diversos habitats, da planície à montanha, e constrói o ninho em árvores ou em buracos nas rochas. Para caçar prefere terrenos abertos, onde captura pequenos mamíferos, répteis e aves.
27
Ago12

Numa parede perto de si

Arca de Darwin
Primeiro reparei na forte componente cromática das pinturas da Av. Infante Dom Henrique, em Lisboa, depois nas figuras que a compõem – aves, tigres, cavalos e humanos – e que se conjugam num quadro surreal.

Peça de Tamara Alves

No lado esquerdo do mural surge a indicação de que fazem parte da Pampero Street Art 2010 – iniciativa de promoção de arte urbana promovida pela fundação desta marca de (bom) rum. No lado direito está o endereço do blog de um dos autores - José Carvalho - http://j-carvalho.blogspot.pt/, onde se descobrem outras obras com temas naturais, como aves pintadas em vidrões e silhuetas de árvores projectadas em edifícios.

 

Carvalho, que também é o “pai” do retrato de Carlos Paredes à entrada do Bairro Alto, define assim a sua obra: “My work is around and about, around Lisbon and about colours  around animals and about portraits”.

Pág. 1/4