Fotos: Joaquim Pedro Ferreira
A nossa já conhecida e profícua dupla –
Paulo Caetano e
Joaquim Pedro Ferreira – acaba de editar mais um livro sobre o património natural português. Desta vez a obra, com a chancela da Bizâncio, conta com uma terceira autora:
Catarina Ginja, engenheira zootécnica, actualmente a realizar um pós-doutoramento no Centro de Biologia Ambiental, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Raça Maronesa
O paiExtinto em 1627, o auroque (
Bos primigenius) é o ancestral dos bovinos domésticos (
B. taurus e
B. indicus). Júlio César, imperador romano, descreveu-o assim: “Têm quase o tamanho de um elefante, mas de natureza, cor e forma são touros. Têm muita força e grande velocidade: não poupam nem homem nem animal quando os avistam”.
Auroque. Imagem: Charles Hamilton Smith (1927)
Na sinopse de ““Filhos do Auroque – Viagem pelas Raças Portuguesas de Bovinos” lê-se: “No início, eram feras. Bestas possantes, de cornos afiados e uma força assustadora. A sua figura foi gravada, pelo homem pré-histórico, até, nas rochas do Vale do Côa. Nesses tempos, muitos acreditavam que a sua força descomunal só podia ter uma origem divina. Eram adorados e temidos, mas quando transformados em comida matavam a fome a todo o clã, por várias luas”.
Raça Mirandesa
A domesticação dos bovinos ainda é objecto de estudo. No entanto, “supõe-se que terão existido três sub-espécies de auroques e que cada uma destas terá 'sofrido' um processo de domesticação independente”, explica Paulo Caetano à Arca.
Raça Alentejana
Por exemplo, os bovinos com bossa serão “filhos” do
B. p. primigenius e terão surgido no Vale do Indo (actual Paquistão). Já os bovinos taurinos remontam à revolução agrícola do neolítico, no Médio Oriente.
Raça Barrosã
Os filhos
“O temível auroque esteve entre as primeiras espécies a serem domesticadas – e deu origem aos bovinos que hoje conhecemos. As raças autóctones que ainda sobrevivem nas planícies e montanhas portuguesas são testemunhos vivos de uma herança natural e rural única”, salientam os autores do livro.
Raça Gravonesa
Em Portugal existem 15 raças de bovinos (duas delas, a Algarvia e a Jarmelista, são bastante recentes – 2005/2007 –, com reduzido efectivo populacional). É este património ímpar que
Filhos do Auroque revela.
Raça Preta
O avô/neto
“O regresso do grande auroque pode estar para breve, graças a um ambicioso e controverso projecto científico europeu. E, quando isso suceder, um dos contributos genéticos mais importantes será de uma das nossas raças autóctones”, avançam os autores.
Raça Mertolenga
De facto, o “
Projecto Tauros” ambiciona ressuscitar o auroque, recuperando e reagrupando os genes do
Bos primigenius que persistem nos bovinos actuais.
Raça Minhota
Outros livrosAlém de
Filhos do Auroque pode conhecer outras espécies e raças lusas de animais domésticos em
Cães de Gado, Cavalos Selvagens Ibéricos e Alerta!! Pelos Burros.