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O olhar penetrante lembra-nos que o Dingo (Canis lupus dingo) descende dos lobos (Canis lupus). É certo que o cão doméstico (Canis lupus familiaris) também, mas o Dingo mantém o arcaico instinto selvagem que preservou através do isolamento genético.
Os dingos foram introduzidos na Austrália há 4.600 a 18.300 anos. Actualmente há cada vez menos dingos "puros" devido ao cruzamento com cães selvagens, pelo que a espécie tem o estatuto de conservação de Vulnerável.
A pelagem típica é ruiva, com manchas brancas na cauda, peito e patas.
Mede 52 a 60 cm de altura e 62 a 110 cm de comprimento. O peso varia entre 11 e 22 quilos.
No sudeste da Austrália há uma cerca (conhecida por Dingo Fence) cujo objectivo é impedir a entrada dos dingos nesta região de terrenos férteis, usados para a agricultura e a para a criação de gado. Construída entre 1880 e 1885, mede 5.614 km! Sim, são cinco mil seiscentos e catorze quilómetros de cerca.
Está bom de ver que o gado faz parte da dieta deste canídeo, mas não é o principal item do variado menu que inclui cerca de 170 espécies, como o canguru, o wallaby, o opossum o coelho, e até insectos.
*Directora do Le Monde Diplomatique - edição portuguesa
A criação de uma consciência mundial que dê prioridade à reestruturação da economia e das sociedades, de modo a que as actividades humanas possam harmonizar-se com a sustentabilidade ambiental, exige que os cidadãos deixem de ser essencialmente responsabilizados por comportamentos e decisões individuais, como consumidores, e adquiram uma renovada capacidade de influenciar as escolhas políticas que podem garantir essa harmonização.Quando apresentei o cauda-de-leque-cinzento ((Rhipidura fuliginosa) referi que, em prados e relvados, tem o hábito de seguir "os passos das pessoas à espera de capturar os insectos que se desviam das pisadelas humanas". Este comportamento é particularmente observável no Willie Wagtail (Rhipidura leucophrys).
Habitualmente o Willie usa esta estratégia com o gado, pelo que é frequente encontrá-lo a caçar por entre as pernas dos quadrúpedes, ou a catar-lhes carrapatos do dorso.
A verdade é que aprendeu a não recear os humanos e, como é muito curioso, aproxima-se quase ao ponto de conseguirmos tocar-lhe.
A dieta também inclui muitos outros artrópodes, como moscas, escaravelhos, centopeias, libélulas, borboletas e aranhas.
Curiosamente, o nome inglês - wagtail (abana a cauda) - também serve para designar as nossas alvéolas.
No entanto, a aparência do Willie é bastante diferente: plumagem preta em todo o corpo, excepto na barriga e nas sobrancelhas, que são brancas.
Mede entre 18 e 21.5 cm e pesa entre 17 e 24 gramas. E é tão patusco que não me canso de o fotografar...
O "Jetty" (cais) sobressai na paisagem da baía de Hamelin. Situado 30 km a sul de Margaret River, desta imponente estrutura construída em 1882 e aumentada em 1898 resta pouco mais do que oito pilares e algumas traves, mas nos tempos áureos entrava 600 metros mar dentro e servia três navios de cada vez.
A mercadoria que por ali passava era a preciosa madeira da floresta de Bonarup. Mais tarde, nos anos 40 do século passado, o salmão capturado na baía era o principal cliente do cais, e dali saía rumo a Perth.
Actualmente, a baía recebe inúmeros turistas atraídos pela magnífica paisagem. A praia esconde outra surpresa (que não vi): enormes raias que nadam juntinho ao areal.
Ao contrário de Geographe Bay, situada cerca de 100 km a norte e famosa pelas águas calmas, Hamelin Bay foi destino final de muitas embarcações. Três navios ali atracados afundaram-se durante a implacável tempestade de 22 de Julho de 1900, ano que registaram-se outros três naufrágios.
Dá pelo nome de marreco-cinzento (Anas gracilis) - Grey Teal - e mede cerca de 44 centímetros, o que faz dele um dos mais pequenos patos da Austrália.
O que lhe falta em tamanho, compensa em número: é o pato mais abundante desta ilha-continente.
A penugem castanha, o pescoço esbranquiçado e o olho vermelho são característicos desta espécie.
Alimenta-se de plantas (terrestres e aquáticas), sementes, crustáceos e insectos.
... ou o diálogo entre o espelho de água do rio Swan e a característica silhueta dos arranha-céus de Perth, Austrália.
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