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Aqui na Austrália há várias espécies de aves conhecidas por "comedores de néctar" (honeyeaters). Uma delas é esta New Holland Honeyeater (Phylidonyris novaehollandiae), muito parecida com a prima comedor-de-néctar-de-bochechas-brancas, mas com uma clara diferença: a P. novaehollandiae tem o olho branco (a prima tem o olho preto).
Como o nome indica, a dieta deste bicho baseia-se no néctar das flores, mas também inclui outras iguarias, como frutos, insectos e aranhas.
Os sexos são semelhantes, embora o macho seja ligeiramente maior do que a fêmea - o comprimento varia entre 16,5 cm e 17,5 cm.
Foi a primeira árvore em que reparei quando cheguei à Austrália. A característica que mais chama a atenção está bem gravada no nome comum: paperbark tree, ou seja, árvore-com-casca-de-papel (Melaleuca quinquenervia).
De facto, o tronco "desfaz-se" em camadas de folhas de papel que acabam por expor o centro lenhoso.
O papel, já se sabe, arde depressa, mas para esta espécie essa é uma vantagem que permite resistir a fogos florestais: a combustão é tão rápida que o fogo extingue-se num ápice, deixando o resto da árvore intacta.
Aqui em Perth, Austrália, a paperbark é uma das árvores mais usadas para decorar ruas e passeios. As aves e os insectos agradecem, pois encontram nas suas flores o muito desejado néctar.
A espécie prefere zonas húmidas, como margens de rios e lagos, onde cresce até aos 20 metros de altura.
No Lago Herdsman a paperback existe em grande densidade, formando uma floresta cerrada de aspecto algo fantasmagórico.
Há muito que os aborígenes conhecem as propriedades terapêuticas desta planta - por exemplo, usam-na para tratar constipações e dores de cabeça. Actualmente ao seu óleo reconhecem-se propriedades anti-sépticas e anti-bacterianas, e também utilizado na indústria cosmética.
Só o vi uma vez, nos arredores de Busselton, 200 km a sul de Perth, Austrália. Dá pelo nome de "Grey Fantail" (Rhipidura fuliginosa) - cauda-de-leque-cinzenta - e mede até 16 centímetros.
Quando o reencontrar espero ver a famosa cauda aberta em forma de leque e, com sorte, os característicos ninhos em forma de copo de vinho.
É um animal insectívoro que exibe um comportamento que já observei noutras espécies: em prados e relvados segue os passos das pessoas à espera de capturar os insectos que se desviam das pisadelas humanas.
Se, durante a sua fase cubista, Picasso tivesse pintado um gafanhoto, o resultado seria mais ou menos o bicharoco na foto em baixo. Conhecido aqui na Austrália por "Vegetable Grasshopper" - Gafanhoto Vegetal - pertence ao género Atractomorpha e à ordem dos gafanhotos (Orthoptera).
Quando o vi a "voar" e parar uns metros mais à frente, fiquei na dúvida se seria uma folha atirada pelo vento. Como o vento continuava a soprar e a "folha" não se mexia, aproximei-me com o olhar fixo naquele ponto verde que se confundia com o resto da vegetação.
A camuflagem é, aliás, um dos principais meios de defesa desta espécie, já que não prima pela qualidade do voo e do salto. Mas tem um remate bastante certeiro, pois pontapeia os excrementos filamentosos com a tíbia, atirando-os a grande distância. Esta é maneira de afastar o odor libertado pelos dejectos, de modo a não atrair parasitas e predadores.
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