As cores das nuvens
- Look, Griet.Look at the clouds. What color are they?
- White? No...not white. Yellow. Blue...and grey. There are colors in the clouds.
- Now you understand.
Girl With a Pearl Earring (2003)
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- Look, Griet.Look at the clouds. What color are they?
- White? No...not white. Yellow. Blue...and grey. There are colors in the clouds.
- Now you understand.
Girl With a Pearl Earring (2003)
A Rua Nova do Desterro, mesmo junto à Av. Almirante Reis, em Lisboa, tem duas peças de arte urbana lado a lado. A maior, intitulada «Inês», data de 2018 e é da autoria do artista norueguês Ener Konings. A mais pequena tem o traço característico do artista brasileiro Utopia.
Seguem-se mais algumas fotos da última visita que fiz à Estufa Fria de Lisboa.
Por estes dias a versão do ditado poderia ser: quem não tem cão, fotografa da janela. Ontem, o horizonte estava assim:
Sou licenciado em biologia, mas em 2011 trabalhava como jornalista numa revista. Nessa altura escrevi um artigo (que infelizmente não foi publicado) a propósito do lançamento do filme Contágio, o qual nas últimas semanas tornou-se um verdadeiro êxito nas plataformas de streaming. Encontra esse artigo neste post mais em baixo. Já lá vamos.
Nesta fase da pandemia de covid-19 o mais importante é salvar vidas, pelo que devemos cumprir as regras de distanciamento social que figuram no estado de emergência. Este coronavírus provoca pneumonias que matam (só ontem, em Itália, matou 627 pessoas elevando o total de mortos nesse país para 4032).
Hoje é Dia Mundial da Árvore. (Também é Dia Mundial da Poesia, e Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e Dia Internacional da Síndrome de Down.)
Os painéis informativos da EBIO de Fontelas, Loures, referem a presença da erva-do-homem-enforcado (Aceras anthropophorum), mas nos dois anos anteriores em que visitei o percurso nunca a encontrei. Ao terceiro ano foi de vez.
No início de Março havia por ali vários exemplares, mas além de serem pequeninos — a espécie mede entre 10 e 40 centímetros de altura, uma dimensão normal para as orquídeas selvagens —, apresentam uma cor parda que se confunde com o resto da vegetação, e parecem gostar de sítios com alguma sombra. A espécie vive em prados e clareiras de bosques e matagais, em solos pedregosos (preferencialmente calcários). Existe na Europa, Norte de África e Ásia.
Esta orquídea também é conhecida por erva-do-homem-pendurado, erva-dos-rapazinhos, ou só por rapazinhos. O nome deve-o ao formato do labelo, que se assemelha a um corpo humano e que fica "pendurado" sob as três sépalas que formam uma espécie de concha.
Floresce entre Março e Junho. A informação sobre polinizadores que encontrei é proveniente de estudos em França, e refere que a planta é polinizada por vespinhas da sub-ordem Symphyta (Tenthredopsis sp. e Arge thoracica) e por coleópteros (Cantharis rustica, Cidnopus pilosus e Isomira murina).
É a única espécie do género Aceras, mas há quem a inclua no género Orchis.
A Primavera começou hoje às 03h50. Chegou tímida, mas chegou.
Saudades do campo...
Há cerca de uma semana, um homem animava o Terreiro do Paço, em Lisboa, com as suas bolhas de sabão. Estas efémeras bolas voadoras são igualmente fascinantes para crianças e adultos. A diferença é que os segundos, geralmente, não desatam a correr atrás delas.
Dois vultos enormes da cultura mundial também sucumbiram ao encanto das bolhas de sabão. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche e Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa. Caeiro é o poeta da natureza e das sensações. É simples, objectivo e ingénuo.
E eu, que estou bem com a vida, creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão, e o que se lhes assemelhe entre os homens. Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arranca lágrimas e canções.
Friedrich Nietzsche (1883‒1885), em Assim Falou Zaratustra
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as coisas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer coisa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Alberto Caeiro (1914), em O Guardador de Rebanhos — Poema XXV
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