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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

21
Mar20

Pandemia e o desrespeito pela Natureza

Arca de Darwin

Sou licenciado em biologia, mas em 2011 trabalhava como jornalista numa revista. Nessa altura escrevi um artigo (que infelizmente não foi publicado) a propósito do lançamento do filme Contágio, o qual nas últimas semanas tornou-se um verdadeiro êxito nas plataformas de streaming. Encontra esse artigo neste post mais em baixo. Já lá vamos.

Nesta fase da pandemia de covid-19 o mais importante é salvar vidas, pelo que devemos cumprir as regras de distanciamento social que figuram no estado de emergência. Este coronavírus provoca pneumonias que matam (só ontem, em Itália, matou 627 pessoas elevando o total de mortos nesse país para 4032).

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20
Mar20

Orquídea erva-do-homem-enforcado ("Aceras anthropophorum")

Arca de Darwin

Os painéis informativos da EBIO de Fontelas, Loures, referem a presença da erva-do-homem-enforcado (Aceras anthropophorum), mas nos dois anos anteriores em que visitei o percurso nunca a encontrei. Ao terceiro ano foi de vez.

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No início de Março havia por ali vários exemplares, mas além de serem pequeninos — a espécie mede entre 10 e 40 centímetros de altura, uma dimensão normal para as orquídeas selvagens —, apresentam uma cor parda que se confunde com o resto da vegetação, e parecem gostar de sítios com alguma sombra. A espécie vive em prados e clareiras de bosques e matagais, em solos pedregosos (preferencialmente calcários). Existe na Europa, Norte de África e Ásia.

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Esta orquídea também é conhecida por erva-do-homem-pendurado, erva-dos-rapazinhos, ou só por rapazinhos. O nome deve-o ao formato do labelo, que se assemelha a um corpo humano e que fica "pendurado" sob as três sépalas que formam uma espécie de concha.

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Floresce entre Março e Junho. A informação sobre polinizadores que encontrei é proveniente de estudos em França, e refere que a planta é polinizada por vespinhas da sub-ordem Symphyta (Tenthredopsis sp. e Arge thoracica) e por coleópteros (Cantharis rustica, Cidnopus pilosus e Isomira murina).

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É a única espécie do género Aceras, mas há quem a inclua no género Orchis.

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13
Mar20

Bolhas de Sabão

Arca de Darwin

Há cerca de uma semana, um homem animava o Terreiro do Paço, em Lisboa, com as suas bolhas de sabão. Estas efémeras bolas voadoras são igualmente fascinantes para crianças e adultos. A diferença é que os segundos, geralmente, não desatam a correr atrás delas.

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Dois vultos enormes  da cultura mundial também sucumbiram ao encanto das bolhas de sabão. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche e Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa. Caeiro é o poeta da natureza e das sensações. É simples, objectivo e ingénuo.

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E eu, que estou bem com a vida, creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão, e o que se lhes assemelhe entre os homens. Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arranca lágrimas e canções.

Friedrich Nietzsche (1883‒1885), em Assim Falou Zaratustra

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As bolas de sabão que esta criança

Se entretém a largar de uma palhinha

São translucidamente uma filosofia toda.

Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,

 

Amigas dos olhos como as coisas,

São aquilo que são

Com uma precisão redondinha e aérea,

E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,

Pretende que elas são mais do que parecem ser.

 

Algumas mal se vêem no ar lúcido.

São como a brisa que passa e mal toca nas flores

E que só sabemos que passa

Porque qualquer coisa se aligeira em nós

E aceita tudo mais nitidamente.

Alberto Caeiro (1914), em O Guardador de Rebanhos — Poema XXV

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