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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

04
Abr13

“Natural Beauty” – sensualidade em prol do ambiente

Arca de Darwin
A Natureza é sexy, e a sensualidade cativa. Mas estas características andam há muito arredadas das campanhas de sensibilização ambiental. Até agora. O responsável é o fotógrafo australiano James Houston, que vive em Nova Iorque, também conhecido pela participação em projectos de solidariedade, como a luta contra o cancro da mama, a educação sexual na adolescência e a prevenção da sida. Houston intervém através das imagens que cede para diferentes campanhas, dos documentários que realiza, e dos seus livros de fotografias cujas receitas revertem para diferentes entidades. Em 2006 o seu livro Move for AIDS rendeu mais de 500.000 dólares, que foram destinados a várias iniciativas de luta contra a sida.

Caitriona Balfe. Foto de James Houston, em "Natural Beauty"

Em Março deste ano Houston apresentou o seu novo projecto: “Natural Beauty”. “Tenho a felicidade de poder trabalhar em projectos criativos que façam a diferença na comunidade. Desta vez quis fazer algo que, de certa maneira, trouxesse a componente sexy para a sensibilização ambiental”, explica James Houston no primeiro episódio de The Making of Natural Beauty, série online de 12 episódios (o 5.º ficou disponível ontem) que mostra os bastidores da produção do livro e promove a exposição de fotografias que estará patente na MILK Gallery, Nova Iorque, de 23 de Abril a 5 de Maio. “Inspirei-me na natureza para criar um projecto fotográfico que, além de permitir concretizar a minha fantasia de fotografar celebridades fascinantes e os melhores top models do mundo, chegasse a um público mais jovem e o envolvesse no debate sobre o ambiente”, acrescenta Houston.

David Agbodji. Foto de James Houston, em "Natural Beauty"

O trabalho começou em Março de 2012 e contou com a participação do MILK Studios. Desta vez o fotógrafo decidiu apoiar a ONG Global Green USA, filial norte-americana da Cruz Verde Internacional (Green Cross International), organização ambiental criada um ano após a Cimeira da Terra (1992) por Mikhail Gorbachev, ex-presidente da União Soviética. 

Anja Rubik. Foto de James Houston, em "Natural Beauty"

O resultado salta à vista. O enorme talento de Houston funde e harmoniza na perfeição formas humanas e elementos naturais. No caso da modelo Eniko Mihalik, Houston fotografou-a no Central Park, em Nova Iorque, envolvida pelo vibrante espectáculo das magnólias em flor. Este é um cenário que ele conhece bem. “Em Nova Iorque estamos rodeados de cimento. A natureza é a última coisa em que pensamos. Cresci numa quinta no interior da Austrália, o que é um contraste enorme com esta realidade. Mas adoro ir para a rua, em Nova York ou nos arredores arredores, e vivenciar a natureza. Julgo que, enquanto seres humanos, todos ansiamos por esse contacto com a natureza”, partilha Houston na série online. 

Anja Rubik. Foto de James Houston, em "Natural Beauty"

A modelo Anja Rubik é uma das protagonistas de “Natural Beauty”. Praticante de mergulho à 13 anos, Anja realça o seu fascínio por tubarões e golfinhos, e a sua preocupação com a preservação dos oceanos: “Espero que o livro chegue àqueles que seguem o mundo da modo e os oriente para temas como a conservação do ambiente, de modo a que saibam a quem se dirigir e como participar”.

Elettra Weidemann. Foto de James Houston, em "Natural Beauty"

Elettra Weidemann não hesitou em participar em “Natural Beauty”. “Há muito que me interesso por projectos ligados à sustentabilidade. Por isso, quando recebi o convite do James aceitei de imediato”, conta a modelo no mais recente episódio “The Making of Natural Beauty”. “As imagens belas e poderosas fazem a diferença, ou pelo menos põem as pessoas a falar sobre um determinado assunto, como espero que aconteça quando virem corpos bonitos acompanhados de um coral ou de uma flor, ou qualquer outro elemento natural incluído na fotografia”, perspectiva a modelo. Elletra é co-fundadora da One Frickin Day, organização sem fins lucrativos com projectos  humanitários em África e na América. É caso para dizer que “filha de peixe sabe nadar”, já que a sua mãe, a famosa actriz Isabella Rossellini, é também conhecida pelo forte envolvimento na conservação da Natureza e pelas suas acções enquanto embaixadora da Unicef.

Capa do livro "Natural Beauty", de James Houston

Nas 224 páginas de “Natural Beauty” encontramos outras caras conhecidas, como as modelos Elle MacPherson e Christy Turlington, ou os actores Adrien Grenier (A Vedeta) e Emma Watson (Saga Harry Potter). O livro custa 50 dólares (cerca de 40 euros) e está à venda em www.damianieditore.com e, por exemplo, na Amazon.
07
Dez12

Jornalismo irresponsável

Arca de Darwin

Em Portugal, jornalismo e Natureza têm relação difícil. É certo que já lá vai o tempo em que os meios de comunicação, sobre este tema, pouco mais noticiavam do que efemérides (extinção e descoberta de espécies) e efeitos das forças naturais, mas a maioria das reportagens sobre o património natural assenta em faits divers (nascimento de uma cria; animal que “saiu” do seu habitat e invadiu o espaço humano; etc..). A falta de treino em abordar o tema não justifica que, ao fazê-lo de forma mais “séria”, ponham-se de lado princípios éticos do jornalismo, como aconteceu numa recente reportagem da SIC Notícias (27 de Outubro)  intitulada "Aldeia em S. Pedro do Sul "aterrorizada" com ataques de lobos".Diz o jornalista na peça: “Há cerca de seis anos foi feito um repovoamento dos lobos na serra de São Macário”. Não foi. Nem na serra de São Macário nem em qualquer outro local de Portugal, nem há seis anos, nem noutra data qualquer. Aliás, em toda a Europa a expansão do lobo acontece de forma natural, sem repovoamentos.

Além dos factos errados – evitáveis se o jornalista, como lhe compete, recolhesse informação de outras fontes, por exemplo, biólogos -, a reportagem cria temor e insegurança nas populações que partilham o espaço com os lobos. Sem a participação e colaboração destas pessoas não é possível conservar esta e outras espécies, principalmente quando se trata de grandes predadores. Daí que os biólogos invistam, e muito, na sensibilização ambiental das gentes do campo. Esse trabalho é posto em causa pelo jornalismo sensacionalista, como refere Sara Roque, numa outra reportagem sobre os lobos e os pastores de Covas do Monte, publicada no fim-de-semana passado na revista Notícias Magazine, intitulada "Na guerra aos lobos não há vencedores". Sara “trabalha com o Grupo Lobo e, durante mais de uma década, monitorizou a vida deste grupo de predadores”, escreve o autor. E acrescenta: “Não dá a cara, mas fala: «Eu hei de continuar a trabalhar com estes animais e hei de continuar a ir para o terreno. Se os pastores reconhecerem o meu rosto numa revista, vão ver-me à partida como um inimigo e isso vai condicionar o meu trabalho.»”.

A directora executiva da revista, Catarina Carvalho, alheia a esta declaração, apela à leitura da peça num artigo cujo despropositado título é “Uma guerra civilizacional”. Segundo ela, esta “guerra civilizacional” opõe “o Portugal moderno das leis de protecção animal que esbarra no Portugal decadente e pobre, das aldeias abandonadas do interior”. No artigo que promove, este “Portugal moderno” que protege os animais é assim retratado: “Um incêndio em 2010 destruiu a maior parte da serra, reduzindo ainda mais as escassas zonas de conforto do Canis lupus signatus, nome científico da vertente ibérica. Entre 2007 e 2009, cinco parques eólicos foram construídos nas cumeadas que o lobo costumava ocupar. Abriram-se novas estradas, limparam-se os matos, os trilhos que poucos se aventuravam a fazer a pé são agora acessíveis aos automóveis. E o lobo cada vez mais acossado, empurrado para um canto”.

A forma como os lobos e os prejuízos que os seus ataques a rebanhos provocam às gentes de Covas do Monte são tratados nestes dois meios de comunicação mostra como ainda há muito a fazer na relação entre investigadores e jornalistas. Os primeiros têm de interiorizar que comunicar é parte importante do seu trabalho. Os segundos têm, pelo menos, de respeitar as regras base do jornalismo.

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