Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

20
Mai21

A cobra que não o é

Arca de Darwin

O Bioblitz da Tapada, em Lisboa, teve mais de uma dezena de actividades. Além da actividade dedicada aos micromamíferos, abordados nos dois posts anteriores, também participei na dos Répteis e Anfíbios. Anfíbios, nem vê-los. Mas os répteis foram uma óptima oportunidade para observar (e fotografar) a cobra-cega (Blanus cinereus), que é um endemismo ibérico — só existe em Portugal e Espanha.

Blanus cinereus 1.jpg

O aspecto da cobra-cega é duplamente enganador. Primeiro, não se trata de uma cobra. As cobras e a cobra-cega pertencem à mesma ordem, a Squamata, mas a famílias diferentes: Colubridae e Amphisbaenidae, respectivamente.

Blanus cinereus 2.jpg

Segundo, a cobra-cega poderá parecer uma minhoca porque as suas escamas, ao estarem dispostas regularmente em filas longitudinais, lembram os anéis dos anelídeos.

Blanus cinereus 3.jpg

Os olhos são vestigiais e estão cobertos por escamas. O corpo é cor-de-rosa ou cor de salmão, mas também pode ser acinzentado ou arroxeado. O comprimento pode chegar aos 28 centímetros. A cabeça é triangular e está delimitada por um sulco transversal.

Blanus cinereus 4.jpg

Blanus cinereus 5.jpg

A cobra-cega tem hábitos subterrâneos, pelo que vive em solos pouco compactados e fáceis de escavar. Alimenta-se de formigas e larvas de insectos e de outros artrópodes que captura no subsolo.

Blanus cinereus 6.jpg

Durante a actividade dos répteis e Anfíbios foram capturados mais dois répteis já nossos conhecidos:

— a osga-comum (Tarentola mauritanica), de quem já falámos aqui, aqui e aqui.

osga-comum 1.jpg

osga-comum 2.jpg

— e a lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus), de quem já falámos, por exemplo, aqui.

lagartixa-do-mato 1.jpg

lagartixa-do-mato 2.jpg

Os monitores da actividade trouxeram ainda uma muda de pele de cobra-de-ferradura (que entretanto mudou o nome de Coluber hippocrepis para Hemorrhois hippocrepis — o gaiteiro-negro já não está sozinho no seu azar) que tinham encontrado na Tapada no dia anterior.

cobra-de-ferradura 1.jpg

cobra-de-ferradura 2.jpg

 

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.