A visita da raposa
O calor extremo da semana passada teve poucos momentos de tréguas. Em Castelo de Vide, depois do sol posto, sentei-me no alpendre da casa onde estava, a aproveitar a (ligeira) descida da temperatura. Estava já muito escuro, mas ainda vi uma raposinha que atravessava o quintal uns 20 metros mais abaixo. Alheia à minha presença, parou uns segundos e lá continuou até desaparecer entre a vegetação.
No dia seguinte, pela manhã, estava sentado no mesmo sítio quando a raposa (Vulpes vulpes) reapareceu, vinda do sítio onde desaparecera no dia anterior. Desta vez estava mais perto, viu-me, parou e sentou-se. Fui buscar a câmara fotográfica, mas a bicha já lá não estava. Encontrei-a uns metros mais à frente, a dar a volta à outra casa da propriedade, provavelmente em busca de alimento. Deve fazê-lo com frequência, pois os gatos da casa pareciam mais surpreendidos com a minha presença do que com a dela.
Curiosa, olhou-me mais uma vez, antes de desaparecer no olival.