As ondas gigantes da Nazaré
Há muito que desejava ver ao vivo as portentosas ondas da Nazaré. A meteorologia anunciava ondas gigantes para a praia do Norte nos dias 7, 8 e 9 de Janeiro. A previsão aconselhava uma visita no dia 8. Infelizmente, só pude ir no dia 9. Esta foi a primeira tentativa para as ver.
Chego à Nazaré na manhã do dia 9. À medida que desço a estrada do Farol e me aproximo do Forte de São Miguel Arcanjo reconheço a paisagem que já vira tantas vezes em fotografias e na televisão: o forte e o farol lá em baixo, a multidão, as ondas enormes e belas, mas, neste momento, não gigantes.
O tempo vai passando e não há sinais dos surfistas. Olho em volto e vejo muita gente que claramente já ali havia estado antes: trouxeram gorros, luvas, e cadeirinhas de lona dobráveis.
Por fim, as ondas parecem estar a aumentar.
Quando as primeiras motas de água deixam o porto de abrigo a expectativa cresce. As motas vão e vêm. Os pilotos guiam-nas de um lado para o outro a percorrer os topos das ondas, mas os surfistas não se apeiam. «Hoje o mar não está bom», diz um senhor ao meu lado, resignado, mas com o alento de quem sabe que a temporada das ondas gigantes só termina em Março.
Tiro mais algumas fotos. As ondas que hoje se elevam sobre o canhão da Nazaré podem não ser gigantes como as que assolaram a praia no dia anterior, mas são extremamente fotogénicas.