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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

01
Out23

As portas coloridas de Dublin

Arca de Darwin

O tom de Dublin é muito marcado pelo cinzento do céu e pelas cores escuras dos edifícios, particularmente o vermelho e o castanho dos tijolos. Mas aqui e ali há manchas de cores vivas que alegram o dia a dia dos dublinenses, como as flores (já retratadas num post anterior) e as portas.

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Como surgiu esta «moda» das portas coloridas? Na Irlanda, muitas respostas começam com uma qualquer versão de «Reza a história que…» ou de «Diz a lenda que…». Neste caso, como em muitos outros, há várias versões de como tudo terá começado.

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Uma versão conta que quando a rainha Vitória faleceu (janeiro de 1901), os ingleses disseram aos irlandeses para pintarem as suas portas de preto como forma de luto. Ora, por causa da falta de ajuda dos ingleses durante a Grande Fome, Vitória era conhecida como a «rainha da fome» pelo que, como forma de revolta, os irlandeses pintaram as portas de cores vivas. Talvez não seja a mais verdadeira das histórias, mas é uma boa loa ao espírito irreverente dos irlandeses.

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Depois há duas versões que envolvem o escritor George Moore. A primeira diz que outro escritor, Oliver St. John Gogarty, que morava ao lado de Moore, costumava chegar bêbado do pub e enganava-se na casa, acabando por bater à porta de Moore. Farto de ser incomodado, Moore pintou a sua porta de verde para que Gogarty não a confundisse com a sua. Os outros moradores gostaram da ideia e começaram a pintar as suas portas de outras cores para elas terem algo que as distinguisse.

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A segunda surge pela mão de W. B. Yeats que escreveu que Moore, que enquanto jovem estudara arte em Paris, insistira que «toda a decoração da sua casa exigia uma porta verde». Segundo o jornalista irlandês Frank McNally, Yeats estava convencido de que os motivos de Moore «tinham mais que ver com patriotismo do que com estética».

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A última versão refere que terão sido as mulheres a pintar as portas de cores diferentes, para que os maridos que regressavam bêbados dos pubs não fossem parar à casa, e à cama, errada.

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Na década de 1970 há um facto — comprovado — que poderá ter contribuído para alimentar ainda mais este gosto dos dublinenses por portas coloridas. De visita a Dublin, o diretor de uma agência de marketing em Nova Iorque Bob Fearon apercebeu-se da beleza e variedade das portas e decidiu tirar um número suficiente de fotografias para fazer uma colagem (como a da primeira foto deste post) para si próprio. Quando, de volta a Nova Iorque, mostrou a colagem a Joe Malone do Gabinete de Turismo Irlandês, este achou que ela seria perfeita para ficar exposta na janela no dia de São Patrício. O Gabinete de Turismo acabou por comprar os direitos da colagem, e respetivo poster tornou-se um símbolo da Irlanda.

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