David Lodge (janeiro de 1935 — janeiro de 2024)
O The Guardian noticiou há algumas horas a morte do escritor britânico David Lodge, aos 89 anos. Lodge é um dos meus escritores preferidos. Aconselho a leitura de qualquer um dos seus livros, pois todos os que li são bons — na foto falta pelo menos O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo, que possivelmente terei emprestado a alguém —, mas lembro-me de A Troca (1975) e O Mundo É Pequeno (1984) serem particularmente hilariantes.
Eis algumas frases de alguns dos seus livros:
«A literatura é quase tudo sobre sexo e nada sobre ter filhos. A vida é o contrário», em O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo (1965).
«Uma das coisas mais deprimentes que há na depressão é sabermos que há muitas pessoas no mundo com muito mais razões do que nós para se sentirem deprimidas e descobrirmos que, em vez de isso nos tirar imediatamente do estado de depressão, nos faz sentir ainda mais desprezo em relação a nós próprios e, consequentemente, ficar ainda mais deprimidos. A forma mais pura de depressão é aquela em que não conseguimos descobrir uma única razão para estarmos deprimidos. Como diz B em Ou… Ou, “uma pessoa que tenha tido um desgosto ou esteja a sofrer sabe qual foi o desgosto ou porque está a sofrer. Se perguntarmos a um melancólico qual o peso que o aflige, responderá: ‘Não sei o que é, não consigo explicar.’ É aí que reside a infinidade da melancolia», em Terapia (1995).
«A intensidade da experiência é do que nós andamos à procura, acho eu. Sabemos que já não a encontramos em casa, mas há sempre a esperança de que a encontremos lá fora», em O Mundo É Pequeno (1984).