Lince-ibérico em Vila Nova de Milfontes
Lince-ibérico (Lynx pardinus). Foto: Programa de Conservación Ex-situ del Lince Ibérico www.lynxexsitu.es
Esta visita de um lince é, como muitos salientaram, uma boa notícia. Desde logo porque o animal conseguiu sair de Doñana sem ser atropelado. Depois, como refere Lurdes de Carvalho (do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF) à agência Lusa, “confirma a conectividade dos nossos territórios, ou seja, que os nossos territórios podem ser corredores que o lince atravessa e se estabelece”. E acrescenta: “Há muita capacidade para suportar algumas populações de lince, somando todo o sul do país”.
No entanto, o estabelece ainda está por provar e a capacidade de suporte, ainda que a população de coelhos (principal alimento do lince) esteja a aumentar, não é muito diferente da que existia quando a espécie se extinguiu no nosso país. Já nessa altura, e pelo menos na região do vale do Sado, os melhores habitats para o lince coincidiam com zonas de caça do regime cinegético especial. Era graças à boa gestão ambiental por parte dos caçadores (e à preocupação com a conservação da Natureza de muitos deles) que o lince encontrava alimento e refúgio. Actualmente, Hongo percorreu mais de 200 quilómetros sem encontrar um um local com capacidade de suporte para que se estabelecer. Para já parou numa zona de caça associativa.