30
Ago12
O famoso
Arca de Darwin
O fim do Verão está à porta e, com ele, termina também a época de reprodução do pintarrôxo-comum (Carduelis cannabina). Esta é boa altura para observar este pássaro, pois reúne-se em bandos numerosos, por vezes na companhia de verdilhões-comuns.Mede 13 centímetros de comprimento e, tal como acontece com muitos outros membros desta ordem (passeriformes), apresenta dimorfismo sexual. Assim, apenas os machos têm babete e testa vermelhos. O corpo das fêmeas e juvenis é castanho. O grosso bico indica que tem uma dieta composta por sementes. Vive em zonas com arbustos misturadas com terrenos abertos.No Reino Unido, entre o final do século XIX e o princípio do século XX, era comum criarem-se pintarrôxos (linnet, em inglês) como animais de estimação. Esta existência engaiolada inspirou o poeta Alfred Tennyson (1809 – 1892), que aludiu à espécie no poema In Memoriam A. H. H., na mesma parte (a XXVII) em que figura uma das mais conhecidas passagens de toda a literatura. Ora veja: ”I envy not in any moodsThe captive void of noble rage,The linnet born within the cage,That never knew the summer woods:I envy not the beast that takesHis license in the field of time,Unfetter'd by the sense of crime,To whom a conscience never wakes;Nor, what may count itself as blest,The heart that never plighted trothBut stagnates in the weeds of sloth;Nor any want-begotten rest.I hold it true, whate'er befall;I feel it, when I sorrow most;'Tis better to have loved and lostThan never to have loved at all.”