"Esquilo Colorido", de Bordalo II
Concluída no mês passado, a obra "Esquilo Colorido", de Bordalo II, pode ser admirada no Taguspark, em Oeiras (junto ao Edifício Qualidade A3).
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Concluída no mês passado, a obra "Esquilo Colorido", de Bordalo II, pode ser admirada no Taguspark, em Oeiras (junto ao Edifício Qualidade A3).
Estes pelicanos são a peça mais recente de Bordalo II em Lisboa, e a sua produção até foi interrompida pelo confinamento imposto para fazer face à pandemia. Fica na Rua do Carmo, junto ao Elevador de Santa Justa, na parede do Montepio (cujo símbolo é um pelicano).
O Festival Jardins Abertos (falámos dele aqui e aqui), que nos permite visitar alguns jardins privados e semi-privados de Lisboa, estará de volta nos fins-de-semana de 18–19 e 25–26 de Julho, com visitas presenciais e outras virtuais. Enquanto isso não acontece, a página no Facebook da iniciativa vai-nos dando a conhecer algumas plantas e espaços verdes públicos.
Um desses espaços é a Rua do Silva, ou Rua Verde, que também exibe o nome de Lisbon Green Street. Quem desce a Av. D. Carlos I, basta virar na primeira à esquerda (para a R. do Poço dos Negros), e logo a seguir na segunda à direita.
O Jardins Abertos conta-nos que a Rua Verde nasceu do amor pelas plantas de dois vizinhos que não se conheciam — um com negócio na própria rua —, aos quais se juntou um terceiro — também ele com negócio na rua.
E a natureza lá foi conquistando os passeios, começando com um vaso em cada porta. De então para cá, garantem, as plantas aproximaram toda a vizinhança.
No início da semana passei pela EBIO de Fontelas, em Loures. As orquídeas já começaram a florir. Infelizmente, o terreno que fica do lado direito no início do percurso da EBIO foi arado e plantado. Esse terreno não só costumava ficar coberto de orquídeas piramidais como era o único local desta EBIO onde encontrei orquídeas-dos-homens-nus e orquídeas-gigantes. Neste passeio encontrei estas últimas junto à estrada, a cerca de 200 metros da aldeia (nas fotos, em baixo). A outra espécie de orquídeas que já floriu é a erva-vespa-rosada. Mas há por ali muito mais para ver e fotografar.
Tinha alguma curiosidade em ver como ficou o Jardim do Campo Grande, em Lisboa, entretanto rebaptizado Jardim Mário Soares. Estudei ali ao lado, na Faculdade de Ciências, e as únicas vezes que atravessei a rua até ao jardim foi para a ir à livraria do Caleidoscópio, que tinha livros sobre ciência que dificilmente se encontravam em outro local. O Jardim propriamente dito, nunca me atraiu.
Daí que, como disse, estava curioso. A verdade é que depois da renovação que começou em 2013 e terminou (?) no ano passado, o jardim está mais limpo, mais arranjado, e tem mais gente a usufruir dele. O lago do extremo Sul não tem água... Há campos de padel, um ginásio, um parque para cães, um parque infantil, ecopista para bicicletas e trotinetes, esculturas, esplanadas, e os «mesmos» barcos a remos (actividade que ali se estreou em 1869).
Mas continua pouco atractivo enquanto jardim. Porquê? O Campo Grande nunca foi pensado para ser de facto um Jardim. Se recuarmos ao século XIV vemos ali o rei de Castela a montar o cerco a Lisboa. Dois séculos mais tarde, D. Sebastião usa o Campo para passar revista às tropas antes de ir para a fatídica batalha de Alcácer Quibir. No final do século XVIII, Dona Maria começa a planear construir ali uma zona arborizada com um circuito para corridas de cavalos, as quais começaram em 1816 (a Sociedade Hípica Portuguesa tem ainda um espaço do outro lado da estrada, por trás da Faculdade de Ciências). Depois Pina Manique mandou projetar um Passeio Público que viria a receber várias feiras. De então para cá ganhou uma amálgama de «equipamentos»: ringue de patinagem e campos de ténis (1945), piscina (1964), Centro Comercial Caleidoscópio (1974), Café Concerto (2002), parque infantil (2005 - renovação).
O entretenimento e o espírito de Passeio Público persistem enquanto alma do Jardim do Campo Grande: um espaço para as pessoas se entreterem, para se verem e serem vistas. É mais uma «zona de serviços» e não tanto uma «zona verde». Nunca foi um jardim pensado para se desfrutar propriamente da natureza, como o Jardim Botânico ou o Jardim Gulbenkian, com os seus recantos tranquilos.
Além disto, e de se ter que atravessar uma estrada com 6 faixas de rodagem para passar da parte Sul para a parte Norte, falta também alguma harmonia para tornar o jardim mais atractivo: a arquitectura do Caleidoscópio não combina com a do ginásio; as estátuas dos reis não combinam com a da Luísa Todi; o som do padel não combina com um descanso ou leitura tranquilos; até os pombos não combinam com os gaios que não combinam com os periquitos-de-colar, mas este é um problema comum a quase todos os jardins de Lisboa.
Durante o festival Tradidanças (Carvalhais, São Pedro do Sul) aproveito sempre para dar um mergulho num dos muitos poços — piscinas naturais — da região. Já aqui falei do Poço Azul, e em breve falarei do Poço Negro. Mas este post é sobre os Poços do Rio Teixeira, que bem podiam ser chamados de Poço Verde.
Nestes poços, para onde quer que se olhe, vê-se verde. Até o céu está escondido pela copa das árvores, já que o rio corre bem encaixado entre duas encostas. Apesar da sombra, a água até não estava muito fria.
Este é o poço mais acessível de todos os que visitei; fica mesmo junto à estrada. Uma braçada para esquerda e estamos em Aveiro; uma braçada para a direita e estamos em Viseu.
Para saber mais sobre este rio — os seus poços, cascatas, biodiversidade... ― visite, por exemplo, o site da Rota da Água e da Pedra.
Tirei estas oito fotos ontem, no Parque das Nações. Um dia antes soube-se que a qualidade do ar nesta zona de Lisboa é ainda pior do que a da Avenida da Liberdade. As aparências iludem...
Esta poluição é grave. Pode, por exemplo, provocar problemas respiratórios e cancro do pulmão.
Percebo que a solução para o problema não seja fácil, e que poderá até incluir medidas como as propostas pela Associação Zero, a responsável pelo estudo da poluição ― medidas como definir horários de entrega fora da hora de ponta. Mas dificilmente haverá uma solução que não passe por uma aposta séria nos transportes públicos.
Este problema (como outros problemas ambientais) precisa de uma estratégia de fundo que tarda em aparecer. É fácil perceber que essa estratégia não existe por parte de quem manda quando, por exemplo, num mundo que tenta reduzir os combustíveis fósseis, têm de ser os cidadãos a parar a suspensão de petróleo em Aljezur. Pior: depois de o terem conseguido em tribunal, o Ministério do Mar recorreu da decisão.
Quanto aos transportes públicos, ficou claro que os cidadãos aderem em massa a este meio de transporte. Bastou uma redução de preço, como se viu com o novo passe. Agora imagine-se como seria se houvesse mais comodidade e segurança, se a frequência dos transportes aumentasse, se houvesse parques de estacionamento suficientes junto às estações de metro periféricas, se os transportes públicos fossem não poluentes. Ou se os transportes públicos fossem gratuitos no centro da cidade, como acontece lá fora. Isto só parece ficção porque a realidade é o que ocorreu em Aljezur, é a Soflusa, é a solução de retirar lugares sentados para caberem mais pessoas em pé. A realidade é, a bem dizer, uma vergonha.
Ainda durante a iniciativa Jardins Abertos, passei pelo Pátio do João e da Teresa, pessoas que, dizem, são quem mais cuida do jardim que pertence a todos os vizinhos.
Este pequeno oásis surge de forma surpreendente assim que se passa a porta que deixa para trás a agitação da Rua Nova da Piedade, em Lisboa. O arco enquadra o verde que cobre as paredes e que anuncia a chegada a um lugar mais fresco e silencioso. A diversidade de plantas e de vasos acaba por construir um todo coerente, que lembra a variedade e estratificação da própria natureza. E também há uma horta, ao cimo, do lado esquerdo.
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