Lembra-se deste peixe amarelo? É um dourado-do-mar (Coryphaena hippurus), também conhecido por sapatorra e mahi mahi. O autor da pintura é o artista Amok Island, que também produziu esta garoupa-de-barbatana-em-V (Cephalopholis urodeta) durante o Beaufort Street Festival.

A Austrália é uma ilha onde a maioria das casas estão rodeadas por Natureza por todos os lados. Morar numa vivenda com jardim por certo proporcionará mais oportunidades para observar a fauna do que viver num prédio com 3 ou mais andares. Poderá esta realidade influenciar o trabalho dos artistas? Gosto de pensar que sim.

Certo é que a fauna local é figura central de inúmeras peças de arte urbana em Perth. O mesmo acontece com a pintura dita "tradicional", sempre presente nas feiras, mercados e festivais que visitei.

O Beaufort Street Festival não foi excepção. Um dos stands de que gostei bastante foi o da artista e designer Karen Jackson. Porquê? Achei interessante a variedade de espécies retratadas e a inclusão de pormenores que, sem se sobreporem à criatividade, facilmente permitem identificá-las através de características físicas e de aspectos comportamentais.

Os quadros seguintes estavam num outro evento - o Perth Royal Show:

Ora aqui está uma maneira fantástica de animar o comércio de rua. O Beaufort Street Festival acontece uma vez por ano com os objectivos de divulgar a arte, música, gastronomia e moda locais, promover o comércio e partilhar ideias. Seis palcos e mais de 100 tendas recebem enorme variedade de performances e actividades para todas as idades. A 5.ª edição, que decorreu ontem, 15 de Novembro, atraiu 150.000 visitantes a esta rua que desemboca no centro de Perth, Austrália.

MAR DE GENTE

Durante o festival há momentos em que é difícil avançar um metro que seja na Beaufort Street. Mas com paciência e boa disposição lá se consegue percorrer a sobrelotada rua.  

ANIMAÇÃO DE RUA

 São muitos os artistas de rua que ajudam a colorir o dia. Uns mais "activos", outros mais "parados". Uns por conta própria, outros a promoverem eventos que acontecerão ao longo do dia.  

MÚSICA

 Mais de trinta bandas dão música de estilos diferentes aos festivaleiros. As ruas e becos perpendiculares à Beaufort Street acolhem palcos e esplanadas, onde por vezes formam-se fila para entrar durante as actuações dos artistas mais famosos.  

DANÇA

 A dança combina com a música, e não faltaram bailarinos espontâneos, mas também workshops de hip-hop e demonstrações de capoeira, actividade física que conjuga artes marciais com música e dança.  

GASTRONOMIA

Para abrir o apetite nem é preciso dançar: basta percorrer a rua de ponta a ponta. À falta de uma gastronomia típica australiana - se existe, ainda não dei por ela -, aromas e sabores de todo o mundo invadem a Beaufort Street.  

ARTE

Um aspecto interessante deste festival são as inúmeras tendas que exibem e mostram o talento de artistas locais. Muitos deles produzem ali as suas obras, como acontece com os artistas urbanos, alguns dos quais já referenciados aqui na Arca na habitual secção Numa parede Perth(o) de si.  

 OUTRAS TENDAS E ACTIVIDADES

 Shows de cães, actividades para crianças, cricket, quintas com animais, tendas de organizações ambientais e da Amnistia Internacional, barbeiro... A lista é tão comprida quanto a própria rua...