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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

28
Mar24

Arte urbana em Benfica

Arca de Darwin

Mural intitulado «Lḗthē» («esquecimento», em grego) da autoria do artista argentino Pastel (Francisco Diaz Scotto) na Rua Cláudio Nunes, em Benfica (Lisboa). Foi pintado em 2021 em parceria com a GAU (Galeria de Arte Urbana) e com a colaboração do Museu de História Natural e do Jardim Botânico de Lisboa, e representa quatro espécies de plantas que existem em Portugal e estão ameaçadas.

pastel lethe 1.jpg

 

 

21
Jan13

Gigantes caídos

Arca de Darwin
Um morto, 21 feridos e 46 desalojados é o pior balanço da tempestade do fim-de-semana, e ainda há populações ainda sem água e sem electricidade. (Hoje o mau tempo continuou junto ao mar, com previsão de ondas de 7 metros, e seis distritos estão em alerta vermelho: Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Porto e Viana do Castelo).Tudo por causa da chuva e, principalmente, do vento, da deslocação do ar. Não foi uma normal deslocação de ar, é certo. Os meteorologistas chamam-lhe “ciclogénese explosiva”, caracterizada por pressões muito baixas, capazes de provocar vento superior a 130 km/h e subida do nível médio do mar.

O efeito nas árvores está à vista um pouco por todo o país. Em Sintra, cerca de 2.000 árvores – algumas com mais de 100 anos – foram arrancadas do solo, fazendo desta borrasca “a maior catástrofe natural dos últimos 50 anos”.Ontem, em Benfica, sobre um manto de chuva intensa, o jardim Silva Porto era uma visão desoladora, quase fantasmagórica, . Por todo o lado árvores tombadas impediam a circulação nos caminhos atapetados por ramos e folhas.

Um imponente eucalipto destaca-se, solidamente vertical, na curva de um passeio. A imagem desta árvore amplifica o espanto de encontrar, alguns metros a baixo, uma criatura semelhante caída por terra. 

Junto a ele, uma pequena criatura resistiu ao temporal, lembrando-nos de que nem sempre sobrevivem os mais fortes, mas os mais bem adaptados, ou os mais sortudos, 

ou os que se agarram à vida com unhas e dentes. 

Os ramos derrubados são infeliz oportunidade para aceder a coisas habitualmente longe da vista: o interior de um ninho laboriosamente edificado; 

o debruado pormenor de um fungo arborícola. 

O interior de muitos troncos também está exposto à curiosidade humana. A madeira está completamente estraçalhada. Aqui, os anéis de crescimento que conhecemos de cortes limpos parecem uma impossibilidade.Incontáveis folhas, ramos e raminhos também estão fora do sítio, mas brilham ainda viçosos, polidos pela chuva persistente.Estranhamente, há algo fascinante nestes gigantes caídos. Será porque traduzem a força improvável do vento, que numa noite derruba o que demorou dezenas ou centenas de anos a crescer? Será pela diferente perspectiva que deles temos? Ou também haverá beleza na destruição?

03
Nov12

Memes e Fábrica Simões

Arca de Darwin
“A maior parte daquilo que o homem tem de pouco usual pode ser resumido numa palavra: «cultura»”. É assim que o biólogo Richard Dawkins justifica a singularidade do Homo sapiens, no livro O gene egoísta (1976). E acrescenta: “A transmissão cultural é análoga à transmissão genética, no sentido de que (...) pode dar origem a uma forma de evolução”. O alvo desta evolução não são os genes, mas sim os memes, definidos por Dawkins como “unidades de transmissão cultural”. Os memes replicam-se e evoluem a velocidade muito superior à da evolução genética. Uns perduram, outros extinguem-se rapidamente. Exemplos: “Melodias, ideias, lemas, modas de vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos”, enumera Dawkins.

A singularidade do homem passa também por intervir, bem ou mal, na sobrevivência de certos memes – que, tal como os genes, são “replicadores inconscientes e cegos” –, como os que formam o património nacional (edifícios, espécies, paisagens, ideias...).

Esta introdução vem a propósito da recente visita que fiz ao que resta da Fábrica Simões, em Benfica, e de uma nova página na Arca - Memes -, onde encontra uma galeria sobre a Fábrica Simões.

Os moradores da freguesia lisboeta lutaram pela preservação da memória desta empresa têxtil – fundada em 1907 e encerrada em 1987 –, um dos últimos exemplares de arquitectura industrial na capital. A Fábrica chegou a empregar 1.500 trabalhadores, alguns dos quais crianças, mas também inovou na protecção social e cuidados de saúde. Encontra “réplicas” dessas memórias aqui, aqui, e aqui.

O futuro passa pela construção no local da “Villa Simões”, loteamento de 48.000 metros quadrados. Além de centenas, o projecto contempla “uma vertente de preservação da memória da antiga Fábrica Simões, por via da criação de uma valência museológica de arqueologia industrial, lê-se no Boletim Municipal de Lisboa (nº. 834, 2º. suplemento, Fevereiro de 2010). 

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