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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

18
Fev22

O “Chimpanzé” e o “Sapo” de Bordalo II

Arca de Darwin

As duas esculturas — o Chimpanzé e o Sapo — encontram-se a algumas dezenas de metros uma da outra. Já têm uns bons aninhos, mas eu ainda não as tinha visto. Foram criadas por Bordalo II para a exposição “Attero” (“desperdício” em latim) de 2017 no seu atelier na Rua de Xabregas, no Beato, em Lisboa. De então para cá, já nos habituámos a ver as peças de Bordalo II um pouco por todo o país, ao vivo ou através de imagens. O Sapo foi a primeira escultura da série “Plastic Trash Animals” destinada a ser admirada na rua.

bordalo II 1.jpg

 

 

 

14
Nov19

Polvo — Bordalo II

Arca de Darwin

O Polvo (Octopus vulgaris) de Bordalo II mora no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental da Costa da Caparica, em Almada, junto à praia do CDS. Esta peça de arte urbana data de 2016 e, como Bordalo já nos habituou, foi construída com materiais em fim de vida, como pneus de bicicleta, plástico de contentores, redes e material de pesca, e peças de automóveis.

25
Jun19

Lince-ibérico de Bordalo II

Arca de Darwin

Novinho em folha, o Lince-ibérico de Bordalo II chegou no dia 23 de Junho ao Parque das Nações, em Lisboa, para servir de memória futura da declaração Lisboa+21 que surgiu durante a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019.Esta escultura de Bordalo II não foge à regra: é feita de lixo (por exemplo, os olhos do lince são capacetes, as patas são caixotes do lixo). Gosto particularmente desta peça, e gosto do lince-ibérico, que foi o tema da minha tese de licenciatura em Biologia. Na altura do estágio, antes da viragem do século, estimava-se que a população portuguesa de linces rondasse os 20-25 indivíduos, e poucos anos depois resumia-se a alguns indivíduos errantes. Em Espanha, em 2002, restavam 94. Hoje é uma enorme felicidade saber que há 75 linces em Portugal e que a população ibérica tem mais de 500 indivíduos.

Imagem: Programa de Conservación Ex-situ del Lince Ibérico www.lynxexsitu.es

13
Mai19

Arte urbana no Bairro Padre Cruz (Lisboa)

Arca de Darwin

Há décadas que não ia ao Bairro Padre Cruz, em Carnide, Lisboa. Além do campo de futebol, as memórias que tenho são do bairro mais antigo, formado por pequenas casas brancas, térreas ou de dois andares, muradas e com um jardim. Construídas durante a ditadura, as casas estão dispostas de modo a que os vizinhos vejam o que se passa nas casas uns dos outros.O bairro mudou muito nos anos 90, com a construção de avenidas de prédios coloridos de seis andares que fizeram dele o maior bairro municipal da Península Ibérica (e o 3.º ou 4.º maior da Europa). Também há novos prédios brancos (e azuis) ostracizados ainda para lá da linha que separa a rivalidade entre novo e velho.

O mural de Bigod evoca as memórias de infância do próprio artista. Curiosamente, o neto senta-se do lado do bairro novo, e a avó do lado do bairro velho.

As ruas do bairro velho têm nomes de rios, o que inspirou esta obra de Leonor Brilha.

As figuras desta peça de RAM (Miguel Caeiro) estão a entrar numa nave espacial que representa o bairro novo.

À frente da peça de RAM está O Fugitivo de MAR (parceiro de MAR em ARM_Collective), um refugiado que foge da guerra e que veste toda a roupa que possui.

O bairro velho está a desaparecer e a ser substituído por edifícios brancos de dois andares com algumas particularidades interessantes: painéis solares, reservatório para recolha da água das chuvas no terraço, e dois mini-jardins para que os moradores realojados mantenham a ligação à terra e o usufruto da mesma. Quanto à arte urbana, há muito que é uma ferramenta de intervenção no bairro: em 1996 a Associação Juvenil Renascer realizou o 1.º Festival de Grafiti; em 1997 decorreu a 2.ª edição; em 2016 surgiu neste bairro a 1.ª edição do Festival MURO, organizado pela GAU em colaboração com a Junta de Freguesia de Carnide; e, ainda em 2016, ocorreram mais intervenções no âmbito do projecto "Criar mudança através da arte urbana", iniciativa da Boutique da Cultura e da Crescer a Cores.

Obra dos holandeses Telmo e Miel

Obras de 2CarryOn

Para visitar as pinturas, consulte o site da Junta de Freguesia de Carnide ou a página da Boutique da Cultura no Facebook. Relembro que também pode visitar a Quinta do Mocho, onde pode optar pelo passeio guiado (disponível todos os dias) por guias do próprio bairro, ou por passeio e almoço típico africano.O Festival MURO vai além da arte urbana e inclui conferências, cinema, oficinas, música e animação de rua. A 2.ª edição do festival realizou-se em 2017, em Marvila, e a 3.ª acontece este mês, entre os dias 23 e 26, no Lumiar. Além das pinturas, o Festival MURO trouxe outras expressões de arte urbana ao Bairro Padre Cruz, nomeadamente esculturas, como o Pi G de Bordalo II e o "estúpido" — entretanto baptizado de Nélson pela população — da autoria de Robert Panda. Se visitar o Nélson na próxima semana talvez o encontre com um cachecol vermelho ao pescoço, pois tal já é tradição quando o Benfica ganha o campeonato. Os artistas tiveram conversas prévias com os moradores de modo a que houvesse sintonia entre as obras, o espaço e as pessoas. Isso nem sempre aconteceu, pois é impossível agradar a toda a gente, e alguns artistas são mais flexíveis do que outros. O fervor futebolístico que pode fazer com que o Nélson volte a perder a cabeça, também levou a que a águia de Styler fosse verde, para não ofender os moradores sportinguistas do prédio em frente (que, infelizmente para eles, tem vista para o Estádio da Luz). Uma senhora disse que a "mulher sem cabeça" do seu prédio é "a pior pintura de todas" — obra do brasileiro Márcio Bahia — e que preferia ter a "senhora do chapéu" — de Nomen —, que é "a melhor pintura de todas". A pintura do mercado de Daniel Eime peca pelas "cores monótonas" e por exibir um rosto de alguém que "não pertence ao bairro". Já a empena de Gréc & Hyte, que tem cores mortiças e desenhos algo "simples", é um verdadeiro sucesso: cada quadrado representa um episódio que de alguma maneira marcou um dos moradores do prédio. Se é certo que as empenas do Bairro Padre Cruz contam com obras de muitos artistas consagrados, há também que assinalar duas estreias: a de Rita Graça e a do morador local Favita (Diogo Camilo), com a imagem de Natália Correia pintada na biblioteca com o seu nome.Uma última nota de destaque: o mural de homenagem aos cantoneiros que mantêm o bairro em óptimas condições, da autoria de Francisco Camilo.Eis mais algumas peças que pode ver no Bairro Padre Cruz:

Utopia

Observ

Jota Aracê

Oze Arv

Smile

Slap

Borondo

Felix Spok Brillor

Mr. Dheo

Luís Managem

Ôje

Johnny Double C

NADA

ART'odidacta

21
Mar19

Lisboa: um outro ângulo

Arca de Darwin

É inevitável: quando se olha de cima e ao longe para Lisboa, não só emergem as cores típicas da cidade, como a paisagem transforma-se num quadro geométrico onde se destacam linhas e quadrados. Os humanos? Somos formiguinhas - o maior ser "vivo" é mesmo a abelha do Bordalo II na LxFactory. A mini-maratona do fim-de-semana passado permitiu-me atravessar a Ponte 25 de Abril a pé e fotografar alguns detalhes das freguesias de Alcântara e da Estrela.