O louva-a-deus (
Mantis religiosa) é um predador voraz de várias espécies de insectos que captura de emboscada, prendendo-os com as fortes patas anteriores transformadas em garras (e que lembram a pose de alguém a rezar, facto que está na origem do seu nome). A refeição começa pela cabeça. No caso das fêmeas de louva-a-deus, este hábito alimentar e decapitador ocorre também durante a cópula.
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“Durante”, porque perder a cabeça não limita a performance sexual do macho. Pelo contrário. “Como a cabeça do insecto é sede de alguns centros nervosos inibitórios, é possível que a fêmea melhore o desempenho sexual do macho ao comer-lhe a cabeça. Se assim for, este é um ganho secundário. O benefício primário é que ela obtém uma boa refeição”, lê-se em O gene egoísta, de Richard Dawkins. Mas que genes são estes que transformam o pobre macho em “boa refeição”? Ao que parece, são os que o levam a investir – e muito! – na descendência. Segundo Dawkins: “(Os machos) são usados como comida para ajudar a produzir os ovos que depois serão fertilizados, postumamente, pelos seus próprios espermatozóides armazenados”.
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Note-se que cada fêmea põe até 400 ovos, o que implica que os genes do macho perduram em muitos louvadeuzinhos. Além disso, a sua ingestão pela fêmea não é certa, não só porque ele ter muito cuidado durante a cópula, mas também porque este comportamento de canibalismo ser mais comum em animais criados em cativeiro, ainda que também ocorra na natureza.
O louva-a-deus mede 5 a 7,5 centímetros e tem o corpo verde ou castanho.