I hear leaves drinking rain;
I hear rich leaves on top
Giving the poor beneath
Drop after drop; (...)
The Rain, de William Henry Davies
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
I hear leaves drinking rain;
I hear rich leaves on top
Giving the poor beneath
Drop after drop; (...)
The Rain, de William Henry Davies
O Instituto de Meteorologia cá do sítio avisou que ontem estariam 35 ºC e que haveria chuva e vento forte. Há pelo menos duas precauções a ter numa situação destas: sair de casa com o guarda-chuva; não abrir o guarda-chuva quando o vento soprar mais forte.
Até ao início da tarde o vento esteve calmo. Alguma trovoada e, aqui e ali, uns chuviscos. Cheguei ao centro de Perth por volta das 16 horas, mas a luminosidade era equivalente à do anoitecer devido às nuvens cinzentas que cobriam o céu. Por esta altura estava tudo mais ou menos tranquilo, e a temperatura ainda convidava a comer um gelado.
O vento começou de repente. Começou forte e trouxe a chuva, mesmo na hora em que a maioria dos habitantes termina o dia de trabalho. Primeira reacção? Correr.
Entre os que corriam houve quem, previdente, optasse por abrir o guarda-chuva. Má ideia... O traçado das ruas no centro de Perth é geométrico. Os guarda-chuvas apenas resistiam alguns minutos, até entrarem numa rua virada a norte.
Aos poucos, os molhados humanos lá se foram convencendo de que nada havia a fazer. Uns sorriam, outros nem por isso, outros ainda tiritavam de frio.
A quantidade de quadros cujo título inclui a expressão "depois da chuva" leva-me a pensar que não será fácil retratar o momento em que chove. No entanto, há quem o faça com resultados bastante apelativos à vista, como os artistas contemporâneos Leonid Afremov e Gregory Thielker. E, claro, há as obras dos "clássicos":
Vincent van Gogh (1853-1890)
Landschaft bei Auvers im Regen (Paisagem em Auvers à chuva)
Japonaiserie: pont sous la pluie
William Turner (1775-1851)
Rain, Steam and Speed – The Great Western Railway
Norman Garstin (1847-1926)
Gustave Caillebotte (1848-1894)
L'Yerres, effets de pluie
René Magritte (1898-1967)
Golconde
Claude Monet (1840-1926)
Hugh Goldwin Riviere (1869-1956)
The Garden of Eden
Everett Shinn (1876-1953)
Fair man in the rain
Edgar Degas (1834-1917)
Jockeys in the rain
Childe Hassam (1859-1935)
The avenue in the rain
Jean Béraud (1849-1936)
Boulevard Poissonnière en automne
A noite cai. A chuva inventa texturas e gradientes. Os passeios molhados e as superfícies metálicas pintalgadas de gotas reflectem os néones dos anúncios e as silhuetas de quem passa.
"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é".
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"76 seguidores