Pelas ruas de Lisboa.
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Quando o sol baixa sobre a labiríntica Alfama, as sombras negras recortam e emolduram as fachadas coloridas deste bairro antigo de Lisboa.
Há uns dias estava a vasculhar o caos que é o meu "arquivo" e encontrei estas fotografias que tirei há uns anos em Lisboa. A ideia que tenho desta cidade constrói-se e transforma-se ao longo tempo, o que, aliás, acontece com a própria cidade. E cada um de nós tem a sua própria Lisboa. "Umwelt" — "mundo próprio" —, um termo que revisitei recentemente e que aprendi nas aulas de Etologia, traduz isso mesmo: nós, e os outros animais, mesmo partilhando o mesmo espaço, experienciamo-lo de modo diferente. A Lisboa destas fotos é "própria" desde logo porque cinge-se essencialmente a Alfama. Depois, porque resulta de um passeio que dei após ter estado algum tempo fora do país. Assim, é um olhar que de certa forma combina descoberta e saudade. Há tons, detalhes e enquadramentos novos, mas também há a luz, a calçada e a porosidade de sempre. Há a Lisboa dos alfacinhas e a dos turistas, a de lugares específicos e a de conceitos como "becos e vielas", a das flores e a dos animais. Lisboa é sempre a mesma, e nunca se repete.
Encontrei algumas fotos que tirei há uns poucos anos enquanto caminhava algures entre a R. da Escola Politécnica e o Bairro Alto. Nelas salta à vista o mosaico colorido de Lisboa. Sobre A Cor de Lisboa há aqui na Arca um texto que vale a pena ler. Entretanto, aqui ficam as ditas fotos."Lisboa com suas casas De várias cores, Lisboa com suas casas De várias cores, Lisboa com suas casas De várias cores… À força de diferente, isto é monótono. Como à força de sentir, fico só a pensar. (...)"
Lisboa com as suas casas de várias cores, de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
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