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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

11
Dez17

Oferecer flores que não são flores

Arca de Darwin

O que se segue serve como uma espécie de sugestão para prendas, livros e filmes.

Ontem (10 de Dezembro) à tarde, a SIC exibiu um filme que se vê com bastante agrado (principalmente a versão "gravada", que permite saltar os intervalos com mais de 10 minutos...). Intitula-se A Idade de Adaline e, a dada altura, o rapaz do filme (Michiel Huisman) tenta pela segunda vez oferecer flores à rapariga do filme (Blake Lively). A primeira tentativa foi com um ramo de flores verdadeiras, a segunda foi com primeiras edições de três livros: Daisy Miller, de Henry James, Dandelion Wine, de Ray Bradbury, e White Oleander, de Janet Fitch. Ou seja, margaridas, dentes-de-leão e loendros. O filme conta ainda com o Harrison Ford.

Nunca li algo do Ray Bradbury e do Henry James apenas li a A Fera na Selva. Não recordo muito deste último, mas recomendo Autor, autor, do David Lodge, que é uma espécie de biografia do Henry James. O livro é um pouco diferente dos outros livros do autor, mas é muito bom e a tradução é excelente.

Não li White Oleander, mas vi o filme. O loendro é aquela planta que, por exemplo, se vê nas divisórias das auto-estradas. Também aparece em muitos parques e jardins (as flores brancas ou rosa são, de facto, apelativas), mas convém ter algum cuidado pois é uma planta venenosa. O título do filme em português é A Flor do Mal. Michelle Pfeiffer tem aqui um dos seus desempenhos mais interessantes. Sobre a sua personagem, a filha diz: She was the most beautiful woman I'd ever seen.  Everybody thinks that when they're small... but she was the most beautiful woman most people had ever seen.

10
Jan14

“Avatar”

Arca de Darwin
Há 11 anos que diariamente desço e subo as escadas do prédio onde vivo. Hoje, influenciado pela reposição de “Avatar” (2009) ou apenas consequência de mais um ataque de pareidolia, “vi” a Neytiri emergir do mármore.

É certo que o estrondoso sucesso do filme de James Cameron deveu-se aos efeitos especiais, mas gosto de pensar que a premente mensagem ecológica do guião também teve o seu contributo. Essa mensagem tem três pontos principais. O primeiro é que todo o planeta é um enorme ecossistema que necessita de equilíbrio. A segunda é que os humanos estão a perturbar esse equilíbrio e que terão de usar os recursos de forma mais sustentável. Por fim, há muito que aprender com aqueles que vivem em contacto mais directo (respeitoso) com a Natureza.

28
Out12

Documentário sobre aves do Sado

Arca de Darwin

Entre o céu e as marés, o mais recente filme de Daniel Pinheiro, estreou este mês na 4ª edição do ObservaNatura, em Setúbal. Imagens lindíssimas dos habitats e aves do estuário do Sado. Filmado entre Maio e Julho, o documentário de 25 minutos é uma encomenda da Tróia-Natura e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas - Reserva Natural do Estuário do Sado. Eis o trailer:

http://vimeo.com/50003653

Sinopse:

O estuário do Sado constitui uma das principais zonas húmidas de Portugal. Separado do oceano pelo extenso cordão dunar da península de Tróia, o estuário proporciona características excepcionais à vida selvagem, principalmente às aves aquáticas. Aqui podemos observar cerca de metade das espécies de aves existentes em todo o país. O documentário revela a vida das aves nos vários habitats do estuário e a forma como é condicionada pela grande força motriz deste ecossistema – as marés”.

Daniel Pinheiro venceu em Maio o prémio Seed of Science «Especial», atribuído pelo site Ciência Hoje. Ele é autor de Mondego (2011), documentário que foi o projecto final do seu mestrado em Wildlife Documentary Production, na Universidade de Salford, Reino Unido. (para ver aqui).

Sinopse:”Um rio aclamado por poetas e compositores, intimamente ligado à história de Portugal. Enquanto as suas águas se fundem com o mar, uma pequena fonte, escondida no alto da Serra da Estrela, continua a assegurar que o Mondego dá vida à sua grande variedade de habitats e de vida selvagem”.

11
Out12

“Local Hero” – um filme genial

Arca de Darwin
Quase a completar 30 anos, Local Hero (1983) não perdeu um pingo de actualidade (revi-o anteontem no tvcn2). Na altura poucos terão compreendido as palavras do realizador Bill Forsyth que classificou a obra como “mistura de Brigadoon e Apocalipse Now”. Aparenta ser uma comédia romântica, mas é um dos mais importantes, e melhores, filmes ambientais. Porquê?

Brigadoon

Mesmo que não conheça o filme, talvez conheça a banda sonora, a cargo de Mark Knopfler, figura maior dos Dire Straits. Going home, tema instrumental que encerra o álbum Alchemy e foi o final de inúmeros concertos desta banda britânica, paira sobre o enredo como personagem omnipresente. A maior parte do filme passa-se na Escócia, numa aldeia à beira-mar. Knopfler, que é escocês, escreveu Going home à medida que Forsyth lhe mostrava fotografias dos locais onde rodaria película. Cada nota traduz um elemento daquela romântica e deslumbrante paisagem litoral, desde as dunas até à aurora borealis. Ao som de Going home regressamos à Natureza. Curiosidade: no filme a música é interpretada durante uma festa por uma banda local, da qual Alan Clark, teclista dos Dire Straits, faz parte.

Apocalypse Now

A sinopse do filme é quase inócua: “Uma companhia petrolífera norte-americana envia um representante à Escócia, com o objectivo de comprar uma aldeia onde se construirá uma refinaria”. Mas os derrames de petróleo que entretanto ocorreram – com o do Golfo do México à cabeça – lembram-nos de que estamos perante um sector que já provocou graves danos ambientais, económicos e sociais. Mais recentemente, o espectro da exploração de petróleo no Árctico, por parte da Shell, e os planos da britânica SOCO International para explorar petróleo no Parque Nacional Virunga, Congo, um dos últimos redutos do gorila, remetem-nos para muitos temas latentes em Local Hero, da ganância contagiante ao estilo de vida insustentável, passando pelo crescente afastamento face ao mundo natural. À pergunta “Quanto vale a baía?”, Ben (Fulton Mackay), o velhote que herdou a praia onde vive, numa casa de escombros, responde com um sorriso.Antes e depoisOutros filmes, de marcado cariz ambiental, surgiram antes de Local Hero, como Soylent Green (À beira do fim, 1973) – lançado um ano após a Conferência de Estocolmo, precursora da Cimeira da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 – e O Síndroma da China (1979), mas a obra-prima de Forsyth não só antecedeu blockbusters como Gorilas na Bruma (1988), Erin Brockovich (2000), Syriana (2005), Michael Clayton (2007) e Avatar (2009), como inspirou inúmeros argumentos, de Em terra selvagem (1994) e Corrupção total (1997) e até à série No fim do mundo (Northern Exposure), onde encontramos no jovem médico Joel transformações semelhantes às de Mac (Peter Riegert), norte-americano que começa por passear de fato e gravata na praia de Ferness, na Escócia, em ritmo acelerado e sem desviar os olhos do seu interlocutor, e acaba sentado nas rochas, com os pés descalços dentro de água, a apanhar conchas.A cabine

Todos os anos fãs de Local Hero rumam a Pennan (Ferness) e detêm-se frente à cabine telefónica vermelha, “personagem” de algumas das cenas mais icónicas do filme. A verdade é que a cabine não existia em Pennan antes da rodagem, mas ali permaneceu após apelos dos turistas e admiradores de Local Hero. Na era dos e-mails e telemóveis aquele cubículo evoca tempos mais pausados e mais partilhados, e, de certa forma, mais sustentáveis. Essa memória é também uma das grandes virtudes deste filme, mas não é a única.
12
Jul12

"Seeds of freedom", um filme imperdível

Arca de Darwin

Sementes de liberdade (Seeds of freedom) mostra como apenas cinco empresas (Monsanto, Du Pont, Syngenta, Bayer e BASF) estão a tentar – e a conseguir – controlar o mercado mundial de sementes, com consequências dramáticas na diversidade e qualidade dos alimentos.

Trailer:

http://youtu.be/JGEojHORnJ0

“Não tem a ver com alimentar o mundo. Não tem a ver com resolver alguns dos assuntos mais prementes que enfrentamos na actualidade. Tem a ver com controlo económico do sector alimentar”, afirma Zac Goldsmith, ex-conselheiro para o ambiente do primeiro ministro britânico, sobre a proliferação de sementes geneticamente modificadas (GM).Lançado em Maio deste ano, o filme resulta de uma colaboração entre a Fundação Gaia e a Rede Africana de Biodiversidade (ABN – African Biodiversity Network), e é narrado pelo actor Jeremy Irons, Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

A substituição das sementes tradicionais por sementes GM envolve vários aspectos perversos, como o surgimento de super-pragas que obrigam a recorrer aos pesticidas que os GM prometiam dispensar. Mas há mais. Muito mais. Do empobrecimento dos solos ao endividamento dos agricultores (que todos os anos têm de comprar sementes novas e que não produzem colheitas de que se possam alimentar), às escandalosas decisões de juízes (segunda notícia aqui)com estreitas ligações às empresas produtoras de sementes GM.

O filme relata como o agricultor canadiano Percy Schmeiser perdeu tudo o que tinha quando, após mais de 50 anos a reproduzir e seleccionar as próprias sementes, os seus campos foram contaminadas por sementes GM patenteadas, provenientes de colheitas adjacentes. Nesta situação, sobre a lei de patentes, a colheita torna-se propriedade de quem produz a semente GM.

Como é que chegámos a toda esta situação?

Sementes de Liberdade recua ao final da Segunda Guerra Mundial, quando as empresas de produtos químicos precisaram de encontrar novas funções para as suas matérias. Assim, explosivos e agentes de substâncias que actuam sobre o sistema nervoso foram reformulados e originaram fertilizantes e pesticidas. Em 1995 a Organização Mundial do comércio, sob pressão de poderosas empresas, determinou que microorganismos e processos microbiológicos eram patenteáveis. Estava aberto caminho para as sementes GM controlarem o mercado. Actualmente estas sementes encontram-se dessiminadas na América do Norte e na América do Sul, em África e na Índia.

Veja o filme aqui:

http://vimeo.com/43879272

Saiba mais em http://seedsoffreedom.info/.

 

25
Jun12

“O Pesadelo de Darwin”

Arca de Darwin
Mais do que um documentário sobre uma tragédia ecológica, Darwin’s Nightmare (2004), do austríaco Hubert Sauper, é um retrato dramático de uma era. O filme passa nos jardins da sede da Liga para a Protecção da Natureza, em Lisboa, a 9 de Agosto, e insere-se no Ciclo de Cinema Ambiental, que começou a 14 de Junho. A entrada é gratuita.

O pesadelo ecológico começa no final dos anos 50 do século passado, quando alguém introduziu algumas percas-do-Nilo no Lago Vitória, em África. Esta espécie carnívora multiplicou-se rapidamente e acabou por extinguir mais de 210 espécies de ciclídeos, a maioria herbívoros, que viviam naquele que é o maior lago tropical do mundo. Em 1977 os ciclídeos representavam 32% das capturas da pesca e a perca-do-Nilo 1%. Em 1983 ocorria o inverso: 1% para os ciclídeos e 68% para a perca-do-Nilo.A extinção das espécies indígenas provocou a eutrofização (aumento de nutrientes que leva ao crescimento de algas e consequente redução dos níveis de oxigénio) do lago. Os impactos ecológicos não ficaram por aqui. Para fumar a perca-do-Nilo abateu-se grande parte da floresta em torno do lago. Por outro lado, a falta de ciclídeos fez com que muitos pescadores passassem também a caçar na floresta, aumentando a pressão sobre as espécies terrestres.Mas há um outro lado desta tragédia. O premiado documentário Darwin’s Nightmare mostra a miséria, a indignidade e a morte instaladas nas margens do lago, na Tanzânia. Ninguém fica bem na fotografia: Governo local, Banco Mundial, União Europeia, etc.. “You’re part of the big system”, lê-se num calendário de uma fábrica onde se retiram filetes das percas com tamanho de gente. Os filetes seguem para a Europa e para o Japão (são a maior exportação da Tanzânia para a União Europeia); os restos de carne agarrados às carcaças dos peixes são vendidos à população local. Os aviões que diariamente levam os filetes chegam carregados com armas para alimentar guerras no Congo, Libéria, Sudão..., acusa o jornalista Richard Mgamba.Neste excerto do documentário aparece o guarda do Instituto Nacional de Pescas. Recebe um dólar por dia e conseguiu o trabalho porque o seu predecessor foi assassinado. Patrulha o instituto com um arco e setas com a ponta coberta de veneno.http://youtu.be/qJhHLUbdUjg
10
Mai12

"Midway" - um documentário a não perder

Arca de Darwin

Criámos um monstro de proporções bíblicas, cujas consequências começamos, aos poucos, a entender. Falo das “ilhas” de plástico que se estendem nos oceanos: a do Pacífico, conhecida como Grande Vórtex de Lixo, com uma área quatro vezes superior à da Alemanha; e a do Atlântico, descoberta em 2010, com concentrações de plástico que atingem os 200 mil fragmentos por quilómetro quadrado. É uma poluição quase invisível, pois a maioria dos fragmentos de plástico mede menos de 1 centímetro.

Criar imagens que exponham esta realidade difusa é o objectivo do fotógrafo norte-americano Chris Jordan. Midway é o seu projecto actual, que culminará com o lançamento de um documentário em 2013. Eis o trailer (contém imagens potencialmente chocantes):

http://www.youtube.com/watch?v=Ai3IKO_afqs

Como é que isto é possível?

Os 6,2 km2 do atol Midway, que deviam ser um santuário para a vida selvagem, são banhados pelo Pacífico Norte, onde existe o tal Grande Vórtex de Lixo. É nestas águas que milhares de albatrozes encontram a comida com que alimentam as crias nascidas em Midway. O problema é que estas aves não distinguem as lulas, peixes e crustáceos que são a base da sua alimentação, dos pedaços de plástico que flutuam ao sabor das correntes marítimas. Resultado? Milhares de crias de albatroz morrem anualmente famintas, engasgadas ou intoxicadas. Ao observar os cadáveres os investigadores concluíram que 97% das aves mortas tinham plástico no seu interior.

Mais sobre o trabalho de Jordan aqui: www.chrisjordan.com; www.midwayjourney.com.

Por cá, as praias também estão cheias de plástico e de outros resíduos. Assim, é de louvar iniciativas como a da Brigada do Mar que todos os anos, durante 15 dias, limpa o areal entre Melides e Tróia. Em 2011 recolheram 205 mil litros de lixo! A acção deste ano começa neste fim-de-semana, dia 12 de Maio.

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