Falso-chapéu-da-morte (“Amanita citrina”)
A Amanita citrina é conhecida por amanita-citrina, falso-chapéu-da-morte ou falsa-cicuta-verde, e está na lista dos cogumelos “comestíveis”.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
A Amanita citrina é conhecida por amanita-citrina, falso-chapéu-da-morte ou falsa-cicuta-verde, e está na lista dos cogumelos “comestíveis”.
A Mycena rosea é uma caixinha de surpresas. Desde logo, é uma espécie tóxica, pois contém a perigosa muscarina, que é letal, mas não na pequena quantidade existente num M. rosea.
A maioria dos chapéus dos cogumelos em baixo são mais pequenos do que a unha do meu dedo mindinho. Para os vermos, não basta caminhar pela natureza com atenção; precisamos mesmo de parar, de ficar mais perto do solo ou dos troncos das árvores. Nas fotos, a verdadeira dimensão deles pode não ser evidente, mas se olharmos mais atentamente encontramos termos de comparação como uma folha de erva ou uma cápsula de funária.
Já aqui falei das duas espécies do género Amanita envolvidas na morte do imperador Cláudio: a deliciosa A. caesarea, ou amanita-dos-césares, e a letal A. phalloides, ou cicuta-verde. A A. pantherina, ou amanita-pantera, não é tão tóxica quanto a cicuta-verde, mas, ainda assim, é bastante venenosa, apesar do seu sabor adocicado.
Estamos na época dos cogumelos. Uns não nos cabem na mão, outros são mais pequenos do que a unha do dedo mindinho. Ao nível do solo, temos uma nova perspectiva das paisagens geradas por estes seres delicados.
A primeira coisa em que reparamos quando olhamos para estes fungos é que se parecem com corais. Tanto o nome comum — fungo-coral — como o do género — Ramaria (ram = ramo; aria = com) — traduzem essa evidência.
Este género tem várias espécies que só se distinguem ao nível microscópico, e cujas cores variam entre o amarelo, vermelho, laranja, roxo branco e cinzento. Um artigo publicado este ano contabilizava 336 espécies em todo o mundo.
Alguns são comestíveis; muitos são tóxicos.
Crescem sobre madeira enterrada e o carpóforo (corpo frutífero) pode chegar aos 15 centímetros de altura e 25 de diâmetro.
Quando aqui falei da gaiola-de-bruxa (Clathrus ruber) — também conhecida por clatro-vermelho e lanterna-das-bruxas — ainda só tinha fotografado um exemplar danificado. Entretanto encontrei vários outros exemplares que permitem ver o desenvolvimento da espécie (a parte acima do solo) desde o ovo ao cogumelo adulto.
O ovo mede até 6 centímetros de diâmetro e o cogumelo adulto pode chegar aos 20 centímetros de comprimento.
O ovo é branco e a sua superfície é irregular.
O fungo maduro é cor de laranja ou vermelho.
O cheiro a carne podre serve para atrair insectos que depois de se alimentarem da gleba partirão com os esporos agarrados às patas.
As fotos não são grande coisa (tirei-as com o telemóvel), mas é bastante evidente onde este cogumelo foi buscar o nome comum, falo-impúdico, e o nome científico (Phallus impudicus).
O carpóforo (ou seja, o corpo frutífero ou "cogumelo" do fungo) que sai do ovo tem o pé branco e o chapéu castanho-esverdeado. Esta cor do chapéu deve-se à gleba, a massa de esporos malcheirosa que atrai as moscas.
Depois de comerem a gleba, as moscas partem com os esporos não só na barriga, como também presos às patas, dispersando-os por outros locais.
A gleba viscosa não dura muito. Quando acaba, revela o branco que se escondia por baixo e que tem uma estrutura alveolada.
O carpóforo mede entre 15 a 25 centímetros de altura e o chapéu 2,5 a 5 centímetros de diâmetro.
Curiosamente, há quem coma estes cogumelos, não na fase malcheirosa, mas quando ainda são ovo.
O cogumelo Lycoperdon perlatum tem vários nomes comuns bem divertidos: bufa-de-velha, bexiga-de-lobo, peido-de-lobo, fungo-de-sapo ou ventosidades-do-demónio.
A razão para isto é a nuvem de esporos que é libertada através de uma abertura na parte superior quando são atingidos por uma gota de chuva (ou por um piparote). Cada cogumelo pode libertar mais de 1 milhão de esporos.
Quando as bufas-de-velha são jovens, o aspecto exterior começa por ser branco e com espinhos, e depois escurece, adquirindo um tom castanho-acinzentado, e perde os espinhos, ficando a superfície pontuada por "cicatrizes" redondas.
Quando ainda são jovens (e, portanto, brancos) estes cogumelos são comestíveis, mas parece que o sabor não é grande coisa.
É uma espécie muito frequente em azinhais, sobreirais e pinhais.
O chapéu mede entre 2 e 4 centímetros.
Os cogumelos são extremamente fotogénicos. É como se fossem mini-árvores numa mini-floresta dentro da própria floresta, um mundo escondido à vista de todos.
As duas fotos seguintes mostram um cogumelo que, infelizmente, já estava parcialmente destruído quando o encontrei. Mas optei por incluí-lo neste post porque é raro encontrar esta espécie, que dá pelo nome de Clathrus ruber e que é conhecida por clatro-vermelho, gaiola-de-bruxa ou lanterna-das-bruxas — o fungo tem a forma de esfera rendilhada. Outra característica deste cogumelo — e que rapidamente se torna evidente — é que exala um cheiro nauseabundo! Este odor provém da gleba, a parte interna, negra, que produz os esporos.
Seguem-se mais alguns exemplos da diversidade de fungos na Quinta das Conchas, em Lisboa.
58 seguidores