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Larus michahellis é a gaivota mais abundante na costa portuguesa, e é fácil de observar em qualquer praia, arriba ou porto de pesca. Esta espécie omnívora está muito bem adaptada à presença humana, alimentando-se em lixeiras e dos restos da actividade pesqueira.
Um
estudo realizado em Trébéron, França, mostrou que a proporção do lixo produzido pelos humanos na dieta desta espécie variava entre 61% e 85%.
O crescimento da população desta ave no arquipélago das Berlengas teve efeitos desastrosos na vegetação: os seus excrementos “queimam” as plantas e alteram a composição do solo. Quem já teve a infelicidade de ter a roupa atingida por dejectos de gaivota, e não a lavou de imediato, sabe quão corrosivo eles são.
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Larus michahellis mede cerca de 60 centímetros e tem mais de 120 centímetros de envergadura. As asas são cinzentas e o bico é amarelo com uma mancha vermelha. Os olhos também são amarelos, com um círculo vermelho à volta. As patas são amarelas (rosadas nos juvenis) e a cauda é preta.
A classificação taxonómica desta espécie foi alterada. Antes o nome científico era
Larus argentatus e o nome comum era gaivota-argêntea. Actualmente considera-se que a
michahellis é uma espécie distinta da
argentatus, e não uma subespécie. Assim, e para distingui-la da
argentatus – que também é conhecida por gaivota-argêntea, mas possui patas rosadas – passou a chamar-se gaivota-de-patas-amarelas.[nggallery id=18]