Jardim Rio da Costa, Odivelas
No seguimento do post anterior sobre a íbis-preta na ribeira de Odeivelas, eis algumas fotos do Jardim Rio da Costa.

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No seguimento do post anterior sobre a íbis-preta na ribeira de Odeivelas, eis algumas fotos do Jardim Rio da Costa.

Antes de mais, a Arca deseja-lhe um feliz Dia dos Namorados!
Tirei estas fotos ontem, ao entardecer, no jardim Rio da Costa, em Odivelas. Os buldozers já fizeram a sua passagem anual pelo meio da ribeira, pelo que o cenário junto à água é maioritariamente desolador. Ao longo dos caminhos ainda se encontram motivos interessantes para fotografar.
As duas margens do rio Tejo junto à ponte Vasco da Gama são óptimos locais para observar aves (Lisboa e Alcochete, como, por exemplo, já falei aqui e aqui, respectivamente).
Além de se desfrutar da paisagem e da beleza dos bichos, a observação de aves tem também uma componente lúdica no que toca à identificação das espécies. É, de facto, um jogo. É uma espécie de teste com perguntas de escolha múltipla, mas sem o stresse da avaliação. Há características que determinam a identificação; outras vezes chegamos lá por exclusão de partes.
Fotografei as três espécies deste post há duas semanas. Como nos exames, posso também aqui errar na identificação, mas à partida a garça (2.ª e 3.ª foto) é uma garça-branca-pequena (Egretta alba), pelo tamanho, branco da plumagem e patas amarelas (as da garça-branca-grande são escuras). Os borrelhos (4.ª e 5.ª foto) são borrelhos-grandes-de-coleira (Charadrius hiaticula), por não terem anel amarelo à volta do olho, por terem coleira completa (há borrelhos com "coleira-interrompida"), e por os juvenis (5.ªfoto) terem risca branca sobre o olho (os do borrelho-pequeno-de-coleira não têm, e é uma espécie mais rara).
Para mim, e com a minha falta de "treino", o caso mais complicado é o da espécie da 1.ª e 6.ª foto. Há várias espécies parecidas, mas como as pernas não são vermelhas e o pescoço é amarelo, "aposto" que são juvenis de maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa) - se estiver errado, sff avisem!
Esta garça-branca-pequena (Egretta garzetta) não estava a levantar voo. Procurava alimento na margem do lago Monger, esgravatando o solo com as patas, andando para a frente e para trás.
A garça-branca-pequena (Egretta garzetta) já é nossa conhecida. A foto que tirei em Alcochete ilustrou um poema de Maria Lúcia Martins e, mais recentemente, veio à baila no post sobre a "prima" que tem quase o dobro do tamanha - a garça-branca-grande.
Garça-branca-pequena (à esquerda) e garça-branca-grande (à direita)
Em Perth e no resto da Austrália a espécie é comum (excepto no Estado de Victoria onde tem estatuto de Espécie em Perigo Crítico) e dá pelo nome de Little Egret (garça pequena).
O Verão começou há três dias, pelo que a maioria das aves está em plena época de reprodução. Neste período a garça-branca-pequena aperalta-se com plumas na cabeça (onde sobressaem dois fios compridos), peito e dorso.
O bico é preto (o da garça-branca-grande é amarelo) e a parte inferior das patas é amarela.
Mede até 65 centímetros de comprimento e pesa cerca de 350 gramas.
poema “Garças”, de Maria Lúcia Martins*, in “A condição de Pégaso” (2002)
Garça-branca-pequena (Egretta garzetta). Alcochete
*escritora, psicanalista e pintora brasileiraGarças-reais; colhereiro, guinchos.
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