Rela-meridional ("Hyla meridionalis")
Em Portugal há duas espécies de relas: a rela-meridional (Hyla meridionalis) e a rela-comum (Hyla arborea). A rela-meridional distingui-se por ser maior — as fêmeas desta espécie podem chegar aos 6 centímetros — e por ter bandas escura laterais mais curtas: saem do focinho, passam pelo olho e vão até ao ombro, enquanto que as bandas da rela-comum vão até às virilhas dos membros posteriores.
Em geral, os indivíduos de ambas as espécies têm cor de alface. Seria de esperar que fossem fáceis de observar, mas a verdade é que a cor exuberante de alguma maneira mistura-se com o habitat, como se fosse uma folha caída no meio da vegetação ripícola.
Estes anuros (ordem Anura: anfíbios sem cauda) da família Hylidae têm pequenos discos adesivos nas pontas dos dedos.
A rela-meridional existe em Portugal, Espanha, França, Itália e Norte de África. Por cá, tem estatuto de conservação de Pouco Preocupante e existe no Centro e no Sul. A rela-comum existe em todo o país, mas é menos abundante no sudeste alentejano e no Algarve. Ou seja, é possível encontrar as duas espécies no mesmo charco.
Nesta altura as relas-meridionais estão em plena época de reprodução (Fevereiro−Abril) e, quando anoitece, o seu canto é bem audível. Os indivíduos desta espécie atingem a maturidade sexual aos 3 anos e vivem cerca de 10.
No sudoeste alentejano a espécie é conhecida por lucra. Já no Brasil chamam-lhe "perereca", palavra de origem tupi-guarani que significa andar aos saltos (o que ela faz quando caça), e que entretanto ganhou novo significado popular.