Floração da Ameixeira-de-jardim (“Prunus cerasifera”)
Eis-nos chegados àquela época do ano em que a floração da ameixeira-de-jardim (Prunus cerasifera) lembra-nos que os dias já estão maiores e a primavera está mais próxima.
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Eis-nos chegados àquela época do ano em que a floração da ameixeira-de-jardim (Prunus cerasifera) lembra-nos que os dias já estão maiores e a primavera está mais próxima.
Na berma de um caminho na lezíria do Tejo, um salgueiro florido serve um banquete à maior concentração de almirantes-vermelhos (Vanessa atalanta) que alguma vez vi.
Os élitros castanhos-acobreados do Carabus rugosos parecem ter sido minuciosamente martelados por um caldeireiro, e provavelmente é daí que vem o nome comum: cárabo-picotado.
O comprimento deste coleóptero varia entre uns impressionantes 27 e 31 milímetros.
A espécie está ativa durante todo o ano, mas é mais abundante na Primavera e no Inverno. Este exemplar foi fotografado há uns dias atrás enquanto chovia. A chuva parece ter despertado também muitos caracóis que, curiosamente, são uma das presas preferidas deste escaravelho. O processo de predação não é lá muito simpático. “(...) Fazem uma digestão externa pré-oral, colocando enzimas na presa e depois com o auxílio das sedas das suas mandibulas, ingerem os fluidos daí resultantes”, lê-se aqui.
A mosca-grande-das-flores (Volucella zonaria) imita tanto o tamanho como o aspeto e o voo da vespa-europeia (Vespa crabro). Como as moscas são dípteros (ordem Díptera), só têm um par de asas, enquanto que as vespas (ordem Himenóptera) têm dois. As antenas da V. zonaria são muito mais pequenas do que as da V. crabro.
O género Lachnaia tem várias espécies muito parecidas umas com as outras (não as consigo distinguir), conhecidas por escaravelho-das-flores, devido a gostarem de prados floridos, ou por escaravelho-dos-3-pontos, devido aos três pontos presentes em cada élitro, característica que aliás dá nome a uma das espécies: Lachnaia tristigma.
O escaravelho longicórnio (Cerambyx cerdo), também conhecido por capricórnio-das-quercínias, rosca e larva-da-madeira, é um dos maiores coleópteros da nossa fauna: o adulto mede entre 17 e 56 milímetros de comprimento e a lagarta chega a atingir entre 70 e 90 milímetros.
O exemplar que aparece neste post é uma fêmea, pois o último segmento das antenas é do mesmo tamanho que o segmento anterior (e o comprimento da antena é aproximadamente igual ao do corpo). Nos machos as antenas são muito maiores, e o último segmento é muito maior que o penúltimo.
Outra característica desta espécie é a coloração castanho-avermelhado da parte distal dos élitros.
Os adultos alimentam-se da seiva de feridas recentes e de frutos. Por isso, a espécie prefere áreas agroflorestais e gosta particularmente de carvalhos velhos, mas também de nogueiras, castanheiros, salgueiros, plátanos e freixos.
O desenvolvimento dura três anos. Entre Junho e Setembro, os ovos são depositados em feridas ou fendas de troncos ou ramos de árvores. As larvas passam então por cinco estádios larvares durante 31 meses, ao longo dos quais vão-se alimentando da madeira e escavando galerias — o que pode levar à morta da árvore, mas em geral alimentam-se de árvores já mortas ou velhas e doentes.
Existe no Norte de África, Europa e Ásia Menor. A nível global é uma espécie ameaçada devido à perda de habitat, e tem estatuto de Vulnerável (VU). Na Europa tem estatuto de Quase Ameaçado (NT — Near Threatened), mas é comum na região mediterrânica e por cá tem estatuto de Menos Preocupante (LC — Least Concern).
É uma espécie com hábitos crepusculares e nocturnos, mas na nossa latitude também pode ser observada durante o dia.
Pertence à família Cerambycidae.
A borboleta Fausta (Zygaena fausta) é uma traça diurna muito bonita.
As cores preto, vermelho e branco anunciam aos potenciais predadores que ela sabe mal ou é venenosa (este aviso através das cores tem o nome de aposematismo).
Gosta de solos calcários em zonas rochosas na orla de florestas. Existe na parte ocidental da Europa.
As larvas alimentam-se de plantas do género Coronilla.
O género Zygaena tem várias espécies. A mais parecida com a Z. fausta talvez seja a Z. hilaris, mas o abdómen desta é totalmente preto, ao passo que na Z. fausta são evidentes os anéis vermelhos.
Voa de Maio a Outubro.
Pertence à família Zygaenidae.
A borboleta-loba (Maniola jurtina) mede 44 a 50 milímetros de envergadura.
A face inferior da asa anterior é laranja com borda acastanhada e tem um ocelo relativamente pequeno, que é ligeiramente maior na fêmea.
A face inferior da asa posterior é cinzento-acastanhada com uma mancha mais clara na extremidade, e pode ter alguns pontos pretos de tamanho variável.
Nos machos, a face superior das asas é castanho-escura, tem um ocelo preto e uma mancha androconial escura. Nas fêmeas, têm um padrão mais trabalhado, com várias partes cor de laranja.
Macho
Fêmea
É uma espécie comum em todo o país e vive em prados e terrenos incultos.
O adulto voa entre Março e Outubro.
Pertence à família Nymphalidae.
Há cenouras por todo o lado.
O género Daucus tem várias espécies de flores brancas que por esta altura podem ser facilmente observadas nas bermas da estrada ou em terrenos incultos (talvez já tenha visto uma, sem saber que se tratava de uma cenoura). Mas só uma dessas espécies é a verdadeira cenoura-brava, aquela que foi domesticada há 1100 anos no Afeganistão e na Ásia Central: a Daucus carota.
E esta espécie tem uma característica particular que a distingue das restantes. No centro da umbela — inflorescência em forma de chapéu-de-sol que contém entre 20 e 90 umbélulas, cada uma com 15 a 60 flores — geralmente cresce uma flor de cor púrpura que por isso se destaca de todas as outras.
A flor assemelha-se a um insecto e tem como objectivo encorajar insectos polinizadores a visitar a planta e a polinizá-la.
Esta flor extra já é visível na inflorescência jovem, que se distingue facilmente quer pelo tamanho quer por ser cor-de-rosa.
Curiosamente, as primeiras cenouras eram roxas ou amarelas. As cenouras cor de laranja surgiram apenas no século XVII.
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