Mais uma vez, o número de pintas ajuda a identificar a espécie. Como o nome indica - Psyllobora vigintiduopunctata -, esta joaninha comum em Portugal tem 22 pintas nos élitros. Ao contrário das outras joaninhas aqui referidas esta não se alimenta de afídeos, mas de míldio. Mede entre 3 e 5 mm.

Na maioria dos casos o número de pintas da joaninha adulta é boa maneira de identificar a espécie a que pertence. No entanto, há excepções: algumas espécies podem ter mais ou menos pintas; outras não têm pintas; e outras têm "desenhos", como acontece com a joaninha-transversal.

A joaninha-de-sete-pintas (Coccinella septempunctata), e tal como tanto o nome comum como o científico indicam, tem sete pintas (li algures que pode ter menos, mas todas as joaninhas que encontrei nesta Primavera tinham 7). Já a prima C. undecimpunctata tem as previsíveis 11 pintas.

As joaninhas são predadores vorazes e consomem insectos prejudiciais à agricultura. Por isso, são muito usadas na agricultura biológica como arma natural contra as pragas (não é por acaso que figuram no logotipo da Agrobio - Associação Portuguesa de Agricultura Biológica).

Quão grande é o apetite destes úteis bichinhos? Tanto em Portugal como na Austrália existem várias espécies. A que ilustra este post é a Harmonia conformis (Common Spotted Ladybug / joaninha-com-pintas-comum), natural da Austrália. Durante os dois meses da sua vida adulta ingere cerca de 2.400 afídeos (insectos que são pragas agrícolas).

A H. conformis é avermelhada com 23 pintas pretas. Os ovos são amarelos.

Na foto em baixo, o estranho voyeur que descaradamente observa o momento íntimo de um casal de joaninhas é uma... joaninha, ou melhor, a larva de uma joaninha. Identifica-se pelas duas riscas amarelas nas costas. Tal como os pais, também come afídeos.

Para o ciclo de vida ficar completo só falta a pupa, uma etapa de aspecto confuso, a meio caminho entre larva e adulto.

O adulto mede 8 milímetros.