Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

28
Nov14

"Senhores do Bosque" - novo livro de Paulo Caetano e Joaquim Pedro Ferreira

Arca de Darwin

É um prazer divulgar mais um livro da dupla Paulo Caetano / Joaquim Pedro Ferreira sobre o património natural português. Tal como os anteriores, vale bem a pena ler este Senhores do Bosque - Ungulados Silvestres em Portugal (Editorial Bizâncio).CAPA - Senhores do Bosque

O livro revela-nos a biologia, comportamento e história dos maiores seres que deambulam nos nossos bosques e florestas, ou seja, cabras monteses, muflões, veados, corços, gamos e javalis.senhores do bosque - cabra montescabra montes 2

Imagens: Joaquim Pedro Ferreira

O "ungulados" do subtítulo refere-se à característica morfológica que os une - uma unha fendida que forma dois dedos -, mas há outro "fado" que os liga: são presas.lobo

Imagem: Joaquim Pedro Ferreira

Presas para os animais selvagens, como o lobo, e, principalmente, para os humanos. E assim tem sido desde tempos imemoriais, como atestam as gravuras de Foz Côa, um dos assuntos abordados em Senhores do Bosque.veado 2

Imagem: Joaquim Pedro Ferreira

As relações entre humanos e ungulados não se restringem a predador-presa. Por exemplo, o livro também fala daqueles que estudam estas espécies e da relação conflituosa destas com as comunidades rurais.javaliu

Imagem: Joaquim Pedro Ferreira

A composição da fauna de ungulados portuguesa variou ao longo do tempo. "Algumas espécies não resistiram e desapareceram, fruto das mudanças climáticas, da destruição dos habitats e da perseguição humana. Foi o caso da camurça, do gamo e da cabra montês. Os gamos regressaram aos seus territórios ancestrais, pela mão dos romanos e de vários monarcas, tornando-se animais de parque, enquanto as cabras monteses acabaram colonizando, recentemente e por acidente, as grandes serranias do nosso único Parque Nacional", lê-se no press release de Senhores do Bosque.Corco 20 (1024x685)

Imagem: Joaquim Pedro Ferreira

No interior da obra, as imagens de Joaquim Pedro e as palavras de Paulo Caetano transportam-nos para o bosque, deixando-nos num lugar privilegiado a assistir aos eventos mais dramáticos da vida destas criaturas:"Antes de iniciarem as lutas, como em preparação para a dureza dos tempos que se aproximam, os animais roçam as hastes nos troncos das árvores para fazerem saltar o veludo que cobre as armações. Sempre com movimentos lentos e vigorosos, num prelúdio dos duelos que se avizinham.veado 3 veado

Imagens: Joaquim Pedro Ferreira

Durante esse período, agitados e em estado de tensão permanente, os machos dominantes não perdem de vista o seu grupo de fêmeas, exercendo uma vigilância apertada. De tal forma que, durante as várias semanas de brama, raramente têm oportunidade de se alimentarem. A abstinência forçada, o desgaste provocado pelos sucessivos duelos e a necessidade instintiva de cobrir as cervas receptivas acaba por reduzir drasticamente o seu peso e o seu vigor."gamos

Imagem: Joaquim Pedro Ferreira

De facto, a não perder!

05
Dez13

“Filhos do Auroque – Viagem pelas Raças Portuguesas de Bovinos” já está nas bancas

Arca de Darwin

Fotos: Joaquim Pedro Ferreira

A nossa já conhecida e profícua dupla – Paulo Caetano e Joaquim Pedro Ferreira – acaba de editar mais um livro sobre o património natural português. Desta vez a obra, com a chancela da Bizâncio, conta com uma terceira autora: Catarina Ginja, engenheira zootécnica, actualmente a realizar um pós-doutoramento no Centro de Biologia Ambiental, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Raça Maronesa

 O paiExtinto em 1627, o auroque (Bos primigenius) é o ancestral dos bovinos domésticos (B. taurus e B. indicus). Júlio César, imperador romano, descreveu-o assim: “Têm quase o tamanho de um elefante, mas de natureza, cor e forma são touros. Têm muita força e grande velocidade: não poupam nem homem nem animal quando os avistam”. 

Auroque. Imagem: Charles Hamilton Smith (1927)

Na sinopse de ““Filhos do Auroque – Viagem pelas Raças Portuguesas de Bovinos” lê-se: “No início, eram feras. Bestas possantes, de cornos afiados e uma força assustadora. A sua figura foi gravada, pelo homem pré-histórico, até, nas rochas do Vale do Côa. Nesses tempos, muitos acreditavam que a sua força descomunal só podia ter uma origem divina. Eram adorados e temidos, mas quando transformados em comida matavam a fome a todo o clã, por várias luas”.

Raça Mirandesa

A domesticação dos bovinos ainda é objecto de estudo. No entanto, “supõe-se que terão existido três sub-espécies de auroques e que cada uma destas  terá 'sofrido' um processo de domesticação independente”, explica Paulo Caetano à Arca.

Raça Alentejana

Por exemplo, os bovinos com bossa serão “filhos” do B. p. primigenius e terão surgido no Vale do Indo (actual Paquistão). Já os bovinos taurinos remontam à revolução agrícola do neolítico, no Médio Oriente. 

Raça Barrosã

Os filhos

“O temível auroque esteve entre as primeiras espécies a serem domesticadas – e deu origem aos bovinos que hoje conhecemos. As raças autóctones que ainda sobrevivem nas planícies e montanhas portuguesas são testemunhos vivos de uma herança natural e rural única”, salientam os autores do livro.

Raça Gravonesa

Em Portugal existem 15 raças de bovinos (duas delas, a Algarvia e a Jarmelista, são bastante recentes – 2005/2007 –, com reduzido efectivo populacional). É este património ímpar que Filhos do Auroque revela. 

Raça Preta

O avô/neto

“O regresso do grande auroque pode estar para breve, graças a um ambicioso e controverso projecto científico europeu. E, quando isso suceder, um dos contributos genéticos mais importantes será de uma das nossas raças autóctones”, avançam os autores.

Raça Mertolenga

De facto, o “Projecto Tauros” ambiciona ressuscitar o auroque, recuperando e reagrupando os genes do Bos primigenius que persistem nos bovinos actuais.

Raça Minhota

Outros livrosAlém de Filhos do Auroque pode conhecer outras espécies e raças lusas de animais domésticos em Cães de Gado, Cavalos Selvagens Ibéricos e Alerta!! Pelos Burros.

15
Jul13

“Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza” – novo livro de Paulo Caetano e Joaquim Pedro Ferreira

Arca de Darwin
“O Sapal do Rio Coina e a Mata Nacional da Machada, 400 hectares de natureza rodeada de cidades e fábricas, foram classificados como Reserva Natural Local do Barreiro. Esta classificação, a criação pelo município de uma área protegida de importância regional, é um sinal. Um sinal de empenhamento, uma vontade expressa em defender os valores naturais e culturais, bem como o património histórico e arqueológico, que todo este espaço ainda encerra”, lê-se na contracapa de Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza, novo livro com o selo de qualidade da dupla Paulo Caetano (textos) e Joaquim Pedro Ferreira (fotos).

Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

Paulo e Joaquim Pedro são autores de mais de uma dúzia de livros sobre tradição e património natural. “Barreiro...” é o mais recente. “É o terceiro volume de uma série muito baseada na fotografia e dedicada a áreas naturais com importância local”, explica Paulo Caetano. O primeiro volume – Monfurado: O Homem e a Natureza – foi uma encomenda da Câmara Municipal de Montemor, e o segundo – Barreiro: Machada - Entre a Cidade e a Fábrica, tal como o mais recente, foi uma encomenda da Câmara Municipal do Barreiro (CMB).

Este terceiro livro revela o equilíbrio existente entre as espécies que habitam a Mata e o Sapal (mamíferos e flores, peixes e arbustos, moluscos e aves...) e as actividades humanas presentes na região. “A par deste património natural, quando deambulamos por este território protegido, podemos sentir o pulsar contagiante das gentes do Barreiro. Daqueles que transformaram em hortas produtivas terrenos abandonados, cultivando-os com as suas próprias mãos. Ou aqueles que escolhem o ar puro da Mata e os seus trilhos íngremes para praticar BTT e corrida, para passearem com a família e os amigos ou, simplesmente, dedicarem-se à observação das aves e dos outros habitantes selvagens deste espaço”, lê-se ainda na contracapa.Como Paulo refere, as imagens capturadas pela lente de Joaquim Pedro são forte componente desta série. Algumas foram mais difíceis de captar, como a surpreendente foto em cima, na qual vemos uma cobra-de-água a engolir um peixe. “Estava com o Nuno Cabrita (técnico da CMB, responsável pelo Centro de Interpretação da Mata da Machada), que me chamou quando viu a cobra a comer o peixe. Quando cheguei junto dele ela tinha-se afastado para o interior do lago. Mas eu sabia que ela teria de voltar a terra para o comer. Deitei-me no chão, muito quieto, e quando ela se aproximou tive uns segundos de oportunidade e consegui a foto”, conta Joaquim Pedro.O protagonista da imagem em baixo criou ainda mais dificuldades ao fotógrafo: “Além de saltarem imenso As pulgas-do-mar saltam imenso e, pela sua pequena dimensão, tive de as fotografar com uma objectiva macro, que tem um campo de focagem muito reduzido. Assim, as pulgas facilmente desapareciam do campo de visão. Estive a manhã inteira deitado no areal do sapal, mas lá consegui a foto”, recorda Joaquim Pedro.

Pulga-do-mar. Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

É claro que por vezes acontecem outros percalços: “O Joaquim estava a fotografar o sapal no lodo, durante a maré-baixa. Desequilibrou-se e caiu, ficando lá preso. Depois conseguiu sair com a ajuda do Nuno Cabrita”, conta Paulo Caetano. Como se o susto não bastasse, “tivemos de lhe dar um banho à mangueirada lá na Mata da Machada, em pleno Inverno!”. E, ainda algo divertido com a desventura da sua dupla, conclui: “Só o trouxe para Lisboa depois de forrar o banco do carro com sacos de plástico”.

Sapal do Rio Coina, Barreiro. Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

Uma última nota para a foto da capa: “A escolha foi unânime”, garante Joaquim Pedro. “Queríamos uma imagem do sapal com uma assinatura da diversidade biológica, mas em que o protagonista não fosse uma espécie, mas a harmonia do rio,”, explica o fotógrafo.O livro foi editado este mês e encontra-se à venda no Barreiro.
25
Jul12

A essência do Lobo - post convidado

Arca de Darwin

Texto e foto: Joaquim Pedro Ferreira, biólogo

Quando fotografas um animal como o lobo, o mais difícil é captar a sua essência, a personalidade no olhar. Nesta imagem a cria, apesar de ter o comportamento de animal jovem, tem já atitude de adulto.

A foto foi tirada em Espanha, na Serra da Culebra, num cercado de um enorme centro de recuperação e sensibilização ambiental. Os lobos reproduziram-se e as crias, ocasionalmente, já saíam da toca. Os animais estavam já algo habituados à presença humana e por isso a distância não foi um problema: fotografei a cerca de 60 metros. No entanto, estavam numa plantação recente de pinhal o que, além de obstruir a visão, criava alguma sombra. A cria da foto foi a única que não se escondeu ao sentir a nossa presença, e até avançou um pouco na nossa direcção, curiosa, com andar confiante. No futuro poderá ser um animal dominante. Esta foto também é importante porque combate uma certa imagem de terror que, por vezes, e erradamente, se associa aos lobos.

25
Jul12

Fotógrafo da Natureza

Arca de Darwin
A Arca tem o enorme prazer de apresentar mais um post convidado, desta vez a cargo do biólogo Joaquim Pedro Ferreira, especialista em conservação do gato-bravo (Felis silvestris), com mestrado (2003) e doutoramento (2010) nesta temática. Ele é também um excelente fotógrafo da natureza. Por isso pedi-lhe que elegesse uma imagem entre as milhares que já tirou, e que nos contasse a história por trás dela. A foto eleita - fantástica - e a explicação encontram-se no próximo post. 

Foto cedida

Enquanto fotógrafo o Joaquim já realizou exposições sobre morcegos, lobos e águias-de-Bonelli; publicou trabalhos em revistas como a Fórum Ambiente, Cortiçol e Tribuna da Natureza; e editou vários livros, como Cães de gado, Lobos de Portugal e Lontras em Portugal. Actualmente está a fazer uma pós-graduação em Divulgação da Ciência, na Universidade de Aveiro.Obrigado Joaquim!

Mais sobre mim

foto do autor

Siga-nos no Facebook

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D