Uma árvore na paisagem
A paineira (Ceiba speciosa) do antigo Campo das Cebolas, agora Largo José Saramago, em Lisboa.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
A paineira (Ceiba speciosa) do antigo Campo das Cebolas, agora Largo José Saramago, em Lisboa.
O monumental Palácio Nacional de Mafra, a 25 km de Lisboa, foi construído no século XVIII a mando do rei D. João V para cumprir um voto de sucessão. Uma obra desta envergadura — composta por Basílica, Paço Real e Convento — não é coisa barata, e esta foi paga com o ouro e diamantes vindos do Brasil. Tudo somado, o Palácio conta com uma área quase 4 hectares, 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões. A biblioteca tem cerca de 38000 volumes.
A construção do Palácio Nacional de Mafra é o tema do livro Memorial do Convento (1982), do prémio Nobel da Literatura José Saramago.
Ainda faltam alguns meses para a iniciativa Dias do Desassossego que, organizada pela Casa Fernando Pessoa e pela Fundação José Saramago, decorre entre 16 e 30 de Novembro (respectivamente, dia de nascimento de Saramago e dia da morte de Pessoa). Naturalmente a programação tem a leitura e os efeitos desta como ponto forte. Hoje passei por duas peças de arte urbana que ficaram de edições anteriores e que surgiram em colaboração com a GAU (Galeria de Arte Urbana).
A primeira, de Tamara Alves, é de 2017, fica junto ao Mercado da Ribeira, e está já um pouco vandalizada. Não obstante, continua a ser uma das peças mais bonitas da cidade (espreite a peça quando estava "nova", aqui).
A inspiração veio das palavras de Saramago: «Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de carne, e sangra todo o dia» (em A Segunda Vida de Francisco de Assis).
Um ano antes, em 2016, André da Loba pintava uma empena na R. de São Bento. No site da GAU encontramos a descrição que o próprio autor fez da peça: «O Desassossego é, em Pessoa, a deslocação do Eu, o frenesim da mente. Em Saramago é antes a deslocação do Tu, a provocação moral e política. Nesta parede representa-se uma tempestade emocional, em que os dois agentes podem ser a mesma pessoa, ao espelho, ou o Outro, em interacção. Está prestes a chover...»
Esta enorme e lindíssima lagarta da borboleta-caveira (Acherontia atropos) estava hoje a passear no jardim Rio da Costa, em Odivelas.Por mais memorável que a lagarta seja – com os seus 12 a 13 centímetros de comprimento, espigão posterior, e vibrantes tons de verde, azul e amarelo – é a traça adulta que há muito faz parte do nosso imaginário: primeiro, pelo seu papel no filme O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme (1991), depois por colorir a capa do livro As Intermitências da Morte, de José Saramago (2005).
Qual a razão para estas associações tão tenebrosas? A resposta está no nome: a Acherontia atropos tem uma caveira desenhada no tórax.
Acherontia atropos, ilustração. Autor: Dr. F. Nemos
O adulto tem mais duas características bastante interessantes. A primeira é que emite um som bastante peculiar quando se sente ameaçado. A segunda é que gosta de mel! E costuma entrar nas colmeias para o roubar. O tamanho do adulto também é considerável: 9 a 13 centímetros de envergadura. A lagarta alimenta-se da rama de plantas da família Solanaceae, como a batateira e o tomateiro.Esta borboleta da família Sphingidae voa entre Maio e Outubro, e tem duas gerações. Migradora, existe na Europa, África e Ásia. Gravei um vídeo da lagarta: https://youtu.be/fIs_IRT2HFA
73 seguidores