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Esta garça-branca-pequena (Egretta garzetta) não estava a levantar voo. Procurava alimento na margem do lago Monger, esgravatando o solo com as patas, andando para a frente e para trás.
Com a chegada do Verão bandos de Cacatuas rumam ao Lake Monger, Perth, Austrália. Água não falta, mas escasseiam locais "próprios" para beber. Daí que os poucos que existem sejam bastante concorridos. Comecei por fotografar o autêntico carrossel em que estas aves se envolvem, mas depois achei que faltava o som da algazarra que o acompanha. Em baixo encontra as fotos e o pequeno vídeo que gravei.
Fotos
https://www.youtube.com/watch?v=UkVYKLb39iw&feature=em-upload_owner
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=10WMMHbFJec&feature=em-upload_owner
Em 1995 surgiu um novo conceito biológico: o movimento de camuflagem. O que é? Imagine que um animal quer perseguir uma presa sem ser detectado. A solução é mover-se de tal maneira que a presa "pense" que ele está parado, ou seja, que a retina da presa registe sempre a mesma imagem do predador, como se ele fosse um objecto imóvel na paisagem (tendo como referência a presa e outros objectos na paisagem).
É claro que, mesmo parecendo imóvel, a imagem do predador ficará maior à medida que se aproxima da presa.
Mais tarde, em 2003, este artigo publicado na Nature demonstrava o sucesso das proezas aéreas da libélula conhecida por Imperador Australiano (Australian Emperor) - Hemianax papuensis - durante o seu movimento de camuflagem na defesa do seu território.
O mais certo é que esta estratégia natural tenha aplicações militares (aliás, um dos autores do artigo da Nature pertence a uma Divisão de Sistemas de Armamento).
O Imperador Australiano mede até 7 centímetros e é bastante territorial, defendendo áreas com cerca de 50 metros de comprimento.
Machos e fêmeas são semelhantes. O tórax é esverdeado e o abdómen é amarelo e preto.
A parte superior das asas é debruada a amarelo.
Quem estiver a mais de dois metros desta Blue Ringtail (Austrolestes annulosus) dificilmente notará na sua presença. Mesmo a meio metro de distância pouco mais se distingue nesta libelinha de 3 centímetros do que as manchas escuras nas asas e o azul do abdómen.
Só com o zoom no máximo é que se revelam os deliciosos detalhes deste insecto: os triângulos pretos no abdómen; o "sorriso" habitual dos odonatos (ordem a que pertencem as libélulas); as listas azuis no tórax; a mancha preta no meio do olho azul; a forma como se agarra às plantas...
A garça-branca-pequena (Egretta garzetta) já é nossa conhecida. A foto que tirei em Alcochete ilustrou um poema de Maria Lúcia Martins e, mais recentemente, veio à baila no post sobre a "prima" que tem quase o dobro do tamanha - a garça-branca-grande.
Garça-branca-pequena (à esquerda) e garça-branca-grande (à direita)
Em Perth e no resto da Austrália a espécie é comum (excepto no Estado de Victoria onde tem estatuto de Espécie em Perigo Crítico) e dá pelo nome de Little Egret (garça pequena).
O Verão começou há três dias, pelo que a maioria das aves está em plena época de reprodução. Neste período a garça-branca-pequena aperalta-se com plumas na cabeça (onde sobressaem dois fios compridos), peito e dorso.
O bico é preto (o da garça-branca-grande é amarelo) e a parte inferior das patas é amarela.
Mede até 65 centímetros de comprimento e pesa cerca de 350 gramas.
O frágil Willie Wagtail defende ferozmente o território e as crias. Nem sempre leva a melhor, pois geralmente enfrenta aves muito maiores do que ele. Ontem, ao final da tarde, assisti ao confronto entre o Willie e uma pega-cotovia fêmea.
A galinha-d'água (Gallinula chloropus) é comum em Portugal. A versão australiana chama-se Dusky Moorhen (Gallinula tenebrosa). São muito parecidas, mas a plumagem desta última não tem as típicas riscas brancas nos flancos e é mais escura (daí o epíteto específico tenebrosa).
As patas são alaranjadas, e não esverdeadas como as da espécie portuguesa, e também têm bandas vermelhas acima das articulações.
Ambas medem cerca de 33 centímetros, têm crias parecidas, ocupam os mesmos habitats (pântanos, charcos, lagos, margens de rios, parques urbanos) e têm o mesmo comportamento de "galinha".
Na metade Sul da Austrália estamos em plena Primavera, altura em que a G. tenebrosa se reproduz.
Um aspecto curioso é que esta ave forma grupos de 2 a 7 elementos durante a época de reprodução. Várias fêmeas podem utilizar o mesmo ninho e todos os elementos do grupo incubam os ovos e cuidam das crias.
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