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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

19
Mai21

Ratinho-das-hortas ("Mus spretus") — o amigo dos sobreiros

Arca de Darwin

O outro micromamífero capturado durante a sessão em que participei no Bioblitz da Tapada, em Lisboa, foi o ratinho-das-hortas (Mus spretus), que também é conhecido por rato-das-hortas ou ratinho-ruivo.

Mus spretus 1.jpg

O ratinho-das-hortas tem o dorso acastanhado e o ventre cinzento-esbranquiçado. Os olhos e as orelhas são relativamente grandes. Mede entre 7 e 8,5 centímetros, pesa cerca de 14 gramas e vive até aos 15 meses.

Bioblitz tapada 1.jpg

Bioblitz tapada 2.jpg

Mus spretus 2.jpg

Este ser minúsculo e o majestoso sobreiro (Quercus suber) têm uma relação inesperadamente simbiótica. Os sobreiros não têm vida fácil na região mediterrânica. Em certas zonas, 100% das suas bolotas são predadas, inviabilizando a regeneração natural. Em Doñana, Espanha, estes frutos têm tantos clientes que quando caem no solo, cerca de 40% são levados nas primeiras 5 horas e 90% ao fim de uma semana, desaparecendo todos ao fim de 3 meses.

sobreiro.jpg

Na Península Ibérica, o ratinho-das-hortas, o rato-do-campo, o javali, o veado, o gaio e o esquilo-vermelho são os principais consumidores de bolotas de sobreiro na Península Ibérica. No entanto, só os roedores e a ave é que contribuem para a dispersão das sementes, dado que as armazenam para se poderem alimentar no Inverno. Algumas destas originam novos sobreiros.

Bioblitz tapada 3.jpg

Mus spretus 3.jpg

Outra curiosidade deste Mus spretus é a sua higiene esmerada: é a única espécie de ratos que remove os dejectos da toca e de locais de passagem.

Mus spretus 4.jpg

 

06
Ago19

Doninha ("Mustela nivalis") nos Moinhos do Pisão

Arca de Darwin

No sábado, com a serra da Arada ainda coberta pela neblina matinal, saí do recinto do Tradidanças e fui até ao Pisão que fica ali ao lado, a menos de 1 km. Parei junto a um dos moinhos, onde há 1 ano fotografara uma rã-ibérica durante uma das Viagens de Tradição e Natureza organizadas pelo festival. Ainda nem tinha retirado a máquina fotográfica da mochila quando uma doninha (Mustela nivalis) surgiu entre as ervas e parou a cerca de 2 metros de mim.

Irrequieta, mas nada incomodada com a minha presença, perscrutou o solo em volta como quem faz uma ronda, e logo desapareceu entre as ervas tão rápido quanto surgira.

É sempre bom passear pela Natureza, mas é ainda melhor quando se tem a sorte de encontrar um animal como este. Não é que a doninha seja uma espécie rara ou até ameaçada, mas claro que não é tão abundante quanto, por exemplo, a gaivota-cinzenta, e não é fácil de observar quer pelo seu comportamento quer pelo seu tamanho. De facto, a doninha é o mamífero carnívoro mais pequeno da Europa: as fêmeas medem entre 16 e 19 centímetros e pesam entre 40 e 90 gramas; os machos medem entre 18 e 27 centímetros e pesam entre 70 e 170 gramas.

A pelagem é castanha-avermelhada no dorso e branca no ventre. Pode ser confundida com o arminho (Mustela erminea), mas este é maior (30 a 40 cm), tem a ponta da cauda preta, e a linha entre o castanho do dorso e o branco do ventre é direita (e não irregular, como a da doninha).

A doninha alimenta-se de roedores e de coelhos que caça à noite e também durante o dia. Vive em zonas com campos agrícolas (onde existem os ratos de que se alimenta) e com muros e sebes (servem de abrigo e protecção).

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