O padrão amarelo e preto da lagarta da mariposa Tyria jacobaeae anuncia a sua perigosidade aos potenciais predadores. O sabor amargo e os componentes tóxicos (alcalóides) adquire-os através da planta de que se alimenta – a tasneira (Senecio jacobea), também conhecida por tasna ou erva-de-São-Tiago –, também ela tóxica e perigosa para o gado.

Lagarta da mariposa Tyria jacobaeae, Santa Clara-a-Velha, Odemira

Daí que esta mariposa, originária da Europa e da Ásia, foi introduzida nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália para controlar a tasneira (na Austrália e  Nova Zelândia a legislação obriga os agricultores a eliminar esta planta). O apetite das lagartitas é tão voraz que no caso de não terem mais plantas disponíveis viram-se para o canibalismo.

Na fase adulta a Tyria jacobaeae apresenta as asas coloridas de vermelho e cinzento. Tem hábitos essencialmente nocturnos, mas por vezes também está activa durante o dia.

Foto: Sander van der Molen

Às vezes basta pôr um pé fora da porta para encontrar uma espécie que nunca se viu antes, como esta borboleta nocturna da espécie Catocala elocata. Não descobri o nome comum em português (terá?), mas os franceses chamam-lhe Déplacée (deslocada) e os britânicos, onde a espécie raramente ocorre, French Red Underwing. De facto, a asa inferior desta mariposa é decorada a vermelho e a laranja (como se pode ver aqui), cores vivas que assustam os predadores.

Tem uma envergadura assinalável – entre 7 e 8 centímetros – e ocorre no estado adulto entre Julho e Novembro. As larvas alimentam-se preferencialmente de árvores do género Populus (choupos) e Salix (salgueiros).