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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

29
Set12

Onde há seixos redondos, há (houve) água

Arca de Darwin
Esta semana a NASA revelou que o robô Curiosity encontrou mais uma prova de que a superfície de Marte teve água (além da que existe, congelada, nos polos). Os pequenos seixos arredondados incrustados em rocha conglomerada não deixam dúvidas: “Pelo tamanho, estimamos que a água que os transportou movia-se a cerca de um metro por segundo, com uma profundidade até à altura do tornozelo ou da anca”, explica William Dietrich, da missão Curiosity, investigador na Universidade da Califórnia.

Uma das próximas tarefas do robô é identificar a composição dos seixos.

Imagens: NASA/JPL-Caltech/MSSS

15
Ago12

Um outro mundo é possível

Arca de Darwin
A NASA divulgou ontem esta imagem de Marte que mostra a superfície do Planeta Vermelho próxima do local onde aterrou o robô Curiosity. A imagem foi tirada pelo HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), a partir do Satélite de Reconhecimento de Marte. As áreas a azul são, na verdade, acinzentadas. A distância entre o Curiosity e o fim da imagem é de cerca de 300 metros.

 Foto: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona

13
Jul12

Proteger este e outros planetas

Arca de Darwin
A NASA revelou este mês uma fotografia de Marte composta por 817 imagens captadas pelo robô Opportunity ao longo de cinco anos. Este todo-o-terreno pousou no Planeta Vermelho em 2004, na companhia do seu irmão Spirit.

Nos bastidores de missões como esta trabalham inúmeros técnicos e cientistas, das mais variadas áreas. Entre elas, há uma com direito a departamento próprio em agências espaciais, como a NASA e a ESA, de que raramente se ouve falar: a protecção planetária. Objectivo? Manter o equilíbrio ecológico deste e de outros mundos.Segue-se um artigo que escrevi sobre este tema para a revista Gingko.

Quando a revista Astrobiology perguntou a Cassie Conley em que consistia a sua função, ela respondeu: “A maior parte do tempo fico sentada à secretária a responder a e-mails”. Mas a doutorada em Biologia Vegetal logo acrescentou que supervisiona os procedimentos para que “todas as naves espaciais saiam limpas do sistema Terra-Lua”.

Esta é a primeira das duas responsabilidades dos departamentos de protecção planetária: assegurar que não contaminamos outros planetas, luas, asteróides e restantes corpos celestes. A segunda é certificar que os equipamentos que estiveram no espaço regressam à Terra sem extra-terrestres à boleia.

A verdade é que, tanto quanto se sabe, os alienígenas somos nós e os nossos micróbios. Desde 1970 pelo menos 11 sondas aterraram, ou despenharam-se, em Marte, onde terem existido condições para sustentar micróbios.

O problema é que as sondas que saem da Terra não estão 100% limpas. Em 2007 um estudo realizado pela NASA sobre a sala de montagem da sonda Phoenix revelou a existência de 100 mil células microbianas por metro quadrado, valor que incluía 132 tipos diferentes de bactérias. A quatro meses do lançamento a limpeza mais eficiente reduziu a contaminação, ‘apenas’ para 35 mil células por metro quadrado e 45 tipos de bactérias. Outras experiências indicam que certas bactérias poderiam sobreviver em Marte.

Daí que, desde 1967, haja um tratado das Nações Unidas sobre o uso do espaço exterior, que inclui as bases para a protecção planetária.

O grau de limpeza requerido para cada missão varia com a sua especificidade, sendo menor quando as naves apenas passam por, ou orbitam, um corpo celeste, e maior em casos em que há aterragem e exploração. Quando há contacto com outros planetas são fundamentais os conhecimentos prévios sobre os locais e os objectivos da missão. Assim, estudos sobre a evolução de estruturas químicas implicam elevado grau de limpeza dos veículos espaciais, que será ainda maior em corpos celestes com condições que permitam a sobrevivência de formas de vida terrestres – ou mesmo onde possam existir formas de vida extra-terrestre, por exemplo, devido à presença de água.

Mas de que grau de limpeza estamos a falar? “Para a superfície de uma sonda significa que por metro quadrado há menos de 300 esporos resistentes ao calor”, explicou Cassie Conley à Astrobiology. “Este valor é aceitável para explorar Marte, embora haja regiões especiais do planeta que, por terem água, obrigam a uma limpeza quatro vezes superior, o que se pode alcançar através da ‘cozedura’ da sonda num forno com calor seco”.

No caso das sondas Viking 1 e 2, lançadas em 1975, após uma pré-esterilização que reduziu os contaminantes biológicos a menos de 300 esporos por metro quadrado, seguiu-se uma esterilização por cozedura de vários dias a 125 graus centígrados. Já os todo-o-terreno Spirit e Opportunity, que pousaram em Marte em 2004, apenas foram limpos para menos de 300 esporos por metro quadrado. A sonda Phoenix, que chegou a Marte em 2008 com a missão de estudar a história da água no planeta vermelho e a habitabilidade, foi pré-esterilizada, e o braço mecânico que perfura o solo e recolhe amostras foi cozido (esterilizado) durante 30 horas, a 111 graus centígrados.

Como estas temperaturas destruiriam muitos dos instrumentos da nave, os engenheiros da NASA estão à procura de novos métodos de limpeza, por exemplo, através da esterilização a baixa temperatura através de vapor à base de peróxido de hidrogénio.

Para já a contaminação de outros planetas previne-se através da cozedura à moda antiga, da montagem das naves em ambientes esterilizados, da escolha de trajectórias que evitem colisões, e da colocação das naves em órbita durante alguns dias, de maneira a que as bactérias sejam destruídas pelos raios UV.

Imagens: 1ª imagem - NASA/JPL-Caltech/Cornell/Arizona State Univ.; 2ª imagem - NASA/JPL/UA/Lockheed Martin; imagens restantes - cortesia de NASA/JPL-Caltech

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