Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

15
Jul13

“Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza” – novo livro de Paulo Caetano e Joaquim Pedro Ferreira

Arca de Darwin
“O Sapal do Rio Coina e a Mata Nacional da Machada, 400 hectares de natureza rodeada de cidades e fábricas, foram classificados como Reserva Natural Local do Barreiro. Esta classificação, a criação pelo município de uma área protegida de importância regional, é um sinal. Um sinal de empenhamento, uma vontade expressa em defender os valores naturais e culturais, bem como o património histórico e arqueológico, que todo este espaço ainda encerra”, lê-se na contracapa de Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza, novo livro com o selo de qualidade da dupla Paulo Caetano (textos) e Joaquim Pedro Ferreira (fotos).

Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

Paulo e Joaquim Pedro são autores de mais de uma dúzia de livros sobre tradição e património natural. “Barreiro...” é o mais recente. “É o terceiro volume de uma série muito baseada na fotografia e dedicada a áreas naturais com importância local”, explica Paulo Caetano. O primeiro volume – Monfurado: O Homem e a Natureza – foi uma encomenda da Câmara Municipal de Montemor, e o segundo – Barreiro: Machada - Entre a Cidade e a Fábrica, tal como o mais recente, foi uma encomenda da Câmara Municipal do Barreiro (CMB).

Este terceiro livro revela o equilíbrio existente entre as espécies que habitam a Mata e o Sapal (mamíferos e flores, peixes e arbustos, moluscos e aves...) e as actividades humanas presentes na região. “A par deste património natural, quando deambulamos por este território protegido, podemos sentir o pulsar contagiante das gentes do Barreiro. Daqueles que transformaram em hortas produtivas terrenos abandonados, cultivando-os com as suas próprias mãos. Ou aqueles que escolhem o ar puro da Mata e os seus trilhos íngremes para praticar BTT e corrida, para passearem com a família e os amigos ou, simplesmente, dedicarem-se à observação das aves e dos outros habitantes selvagens deste espaço”, lê-se ainda na contracapa.Como Paulo refere, as imagens capturadas pela lente de Joaquim Pedro são forte componente desta série. Algumas foram mais difíceis de captar, como a surpreendente foto em cima, na qual vemos uma cobra-de-água a engolir um peixe. “Estava com o Nuno Cabrita (técnico da CMB, responsável pelo Centro de Interpretação da Mata da Machada), que me chamou quando viu a cobra a comer o peixe. Quando cheguei junto dele ela tinha-se afastado para o interior do lago. Mas eu sabia que ela teria de voltar a terra para o comer. Deitei-me no chão, muito quieto, e quando ela se aproximou tive uns segundos de oportunidade e consegui a foto”, conta Joaquim Pedro.O protagonista da imagem em baixo criou ainda mais dificuldades ao fotógrafo: “Além de saltarem imenso As pulgas-do-mar saltam imenso e, pela sua pequena dimensão, tive de as fotografar com uma objectiva macro, que tem um campo de focagem muito reduzido. Assim, as pulgas facilmente desapareciam do campo de visão. Estive a manhã inteira deitado no areal do sapal, mas lá consegui a foto”, recorda Joaquim Pedro.

Pulga-do-mar. Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

É claro que por vezes acontecem outros percalços: “O Joaquim estava a fotografar o sapal no lodo, durante a maré-baixa. Desequilibrou-se e caiu, ficando lá preso. Depois conseguiu sair com a ajuda do Nuno Cabrita”, conta Paulo Caetano. Como se o susto não bastasse, “tivemos de lhe dar um banho à mangueirada lá na Mata da Machada, em pleno Inverno!”. E, ainda algo divertido com a desventura da sua dupla, conclui: “Só o trouxe para Lisboa depois de forrar o banco do carro com sacos de plástico”.

Sapal do Rio Coina, Barreiro. Foto de Joaquim Pedro Ferreira, em “Barreiro: Uma Reserva com Gente e Natureza”

Uma última nota para a foto da capa: “A escolha foi unânime”, garante Joaquim Pedro. “Queríamos uma imagem do sapal com uma assinatura da diversidade biológica, mas em que o protagonista não fosse uma espécie, mas a harmonia do rio,”, explica o fotógrafo.O livro foi editado este mês e encontra-se à venda no Barreiro.