Cresmina - Vida na areia
“O corredor eólico dunar Cresmina-Oitavos é um sistema bastante particular pois as areias provenientes das praias do Guincho e da Cresmina retorna ao mar mais a Sul (entre os Oitavos e a Guia), após migrar sobre a plataforma rochosa aplanada do Cabo Raso”, lê-se nos cartazes colocados nas duas entradas - uma no Centro Interpretativo, junto à estrada da Areia, e outra no lado oposto, junto à praia do Guincho.
Dos coelhos só vi as latrinas, e da víbora-cornuda apenas o graffiti (há vários a assinalar a presença de diferentes espécies),mas cruzei-me com várias aves (toutinegra-de-cabeça-preta, rola-comum, fuínha-dos-juncos, rabirruivo-preto, chasco-cinzento) e insectos, como a borboleta-cauda-de-andorinha e a lagarta da borboleta nocturna Brithys crini (família Noctuidae), típica de zonas dunares, que se alimenta de lírio-das-areias.Brythis crini
Na Duna, que integra a Rede de Visitação e Interpretação do Parque Natural de Sintra-Cascais, realizaram-se vários trabalhos de conservação, como a construção de passadiços, a remoção de espécies exóticas invasoras (chorão, erva-das-pampas, acácia) e plantação de mais de 13.000 exemplares de espécies autóctones (estorno, pinheiro, tamargueira-rosada, aroeira, sanguinho-das-sebes ), construção de vedações que impedem a entrada de carros, implantação de paliçadas para diminuir a velocidade do vento que destrói a Duna. Isto porque, desde 2005, as areias avançaram cerca de 10 metros por ano.A visita faz-se percorrendo os mais de 2 km de passadiços, estruturas que evitam a destruição deste ecossistema delicado. Ao longo do caminho placas identificativas das diferentes espécies de plantas, colocadas junto dos respectivos espécimens, servem de guia aos visitantes.Cardo-marítimo (Eryngium maritimum)
Estorno (Ammophila arenaria)
Lírio-das-areias (Pancratium maritimum)
Sabina-das-praias (Juniperus turbinata)
Raiz-divina (Armeria welwitschii)
Há sempre quem não respeite o trabalho dos outros e o património de todos.