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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

13
Fev22

Arte urbana em Agualva-Cacém

Arca de Darwin

Desde 2015 que os painéis acústicos junto à estação de comboios de Agualva-Cacém, em Sintra, têm servido de tela a diferentes artistas, muitos deles já nossos conhecidos. As várias obras foram concebidas no âmbito da iniciativa AgualvArte, que pretende criar um «repositório de arte urbana» na freguesia.

arte urbana agualva-cacem 2.jpg

 

 

 

 

 

16
Set19

Arte Urbana no Caracol da Graça

Arca de Darwin

As escadinhas que ligam o Miradouro da Graça ao Jardim do Cerco da Graça, em Lisboa, estão repletas de peças de arte urbana de estilos muito variados — do gato do brasileiro Thiago Goms ao macaco gigante do também brasileiro Subtu, das mãos do português Nomen à mulher da italiana Rossella.

13
Mai19

Arte urbana no Bairro Padre Cruz (Lisboa)

Arca de Darwin

Há décadas que não ia ao Bairro Padre Cruz, em Carnide, Lisboa. Além do campo de futebol, as memórias que tenho são do bairro mais antigo, formado por pequenas casas brancas, térreas ou de dois andares, muradas e com um jardim. Construídas durante a ditadura, as casas estão dispostas de modo a que os vizinhos vejam o que se passa nas casas uns dos outros.O bairro mudou muito nos anos 90, com a construção de avenidas de prédios coloridos de seis andares que fizeram dele o maior bairro municipal da Península Ibérica (e o 3.º ou 4.º maior da Europa). Também há novos prédios brancos (e azuis) ostracizados ainda para lá da linha que separa a rivalidade entre novo e velho.

O mural de Bigod evoca as memórias de infância do próprio artista. Curiosamente, o neto senta-se do lado do bairro novo, e a avó do lado do bairro velho.

As ruas do bairro velho têm nomes de rios, o que inspirou esta obra de Leonor Brilha.

As figuras desta peça de RAM (Miguel Caeiro) estão a entrar numa nave espacial que representa o bairro novo.

À frente da peça de RAM está O Fugitivo de MAR (parceiro de MAR em ARM_Collective), um refugiado que foge da guerra e que veste toda a roupa que possui.

O bairro velho está a desaparecer e a ser substituído por edifícios brancos de dois andares com algumas particularidades interessantes: painéis solares, reservatório para recolha da água das chuvas no terraço, e dois mini-jardins para que os moradores realojados mantenham a ligação à terra e o usufruto da mesma. Quanto à arte urbana, há muito que é uma ferramenta de intervenção no bairro: em 1996 a Associação Juvenil Renascer realizou o 1.º Festival de Grafiti; em 1997 decorreu a 2.ª edição; em 2016 surgiu neste bairro a 1.ª edição do Festival MURO, organizado pela GAU em colaboração com a Junta de Freguesia de Carnide; e, ainda em 2016, ocorreram mais intervenções no âmbito do projecto "Criar mudança através da arte urbana", iniciativa da Boutique da Cultura e da Crescer a Cores.

Obra dos holandeses Telmo e Miel

Obras de 2CarryOn

Para visitar as pinturas, consulte o site da Junta de Freguesia de Carnide ou a página da Boutique da Cultura no Facebook. Relembro que também pode visitar a Quinta do Mocho, onde pode optar pelo passeio guiado (disponível todos os dias) por guias do próprio bairro, ou por passeio e almoço típico africano.O Festival MURO vai além da arte urbana e inclui conferências, cinema, oficinas, música e animação de rua. A 2.ª edição do festival realizou-se em 2017, em Marvila, e a 3.ª acontece este mês, entre os dias 23 e 26, no Lumiar. Além das pinturas, o Festival MURO trouxe outras expressões de arte urbana ao Bairro Padre Cruz, nomeadamente esculturas, como o Pi G de Bordalo II e o "estúpido" — entretanto baptizado de Nélson pela população — da autoria de Robert Panda. Se visitar o Nélson na próxima semana talvez o encontre com um cachecol vermelho ao pescoço, pois tal já é tradição quando o Benfica ganha o campeonato. Os artistas tiveram conversas prévias com os moradores de modo a que houvesse sintonia entre as obras, o espaço e as pessoas. Isso nem sempre aconteceu, pois é impossível agradar a toda a gente, e alguns artistas são mais flexíveis do que outros. O fervor futebolístico que pode fazer com que o Nélson volte a perder a cabeça, também levou a que a águia de Styler fosse verde, para não ofender os moradores sportinguistas do prédio em frente (que, infelizmente para eles, tem vista para o Estádio da Luz). Uma senhora disse que a "mulher sem cabeça" do seu prédio é "a pior pintura de todas" — obra do brasileiro Márcio Bahia — e que preferia ter a "senhora do chapéu" — de Nomen —, que é "a melhor pintura de todas". A pintura do mercado de Daniel Eime peca pelas "cores monótonas" e por exibir um rosto de alguém que "não pertence ao bairro". Já a empena de Gréc & Hyte, que tem cores mortiças e desenhos algo "simples", é um verdadeiro sucesso: cada quadrado representa um episódio que de alguma maneira marcou um dos moradores do prédio. Se é certo que as empenas do Bairro Padre Cruz contam com obras de muitos artistas consagrados, há também que assinalar duas estreias: a de Rita Graça e a do morador local Favita (Diogo Camilo), com a imagem de Natália Correia pintada na biblioteca com o seu nome.Uma última nota de destaque: o mural de homenagem aos cantoneiros que mantêm o bairro em óptimas condições, da autoria de Francisco Camilo.Eis mais algumas peças que pode ver no Bairro Padre Cruz:

Utopia

Observ

Jota Aracê

Oze Arv

Smile

Slap

Borondo

Felix Spok Brillor

Mr. Dheo

Luís Managem

Ôje

Johnny Double C

NADA

ART'odidacta

31
Mar15

Quinta do Mocho: as pinturas

Arca de Darwin

No seguimento do post anterior, eis as outras pinturas que decoram a Quinta do Mocho, em Loures, e que fazem parte do projecto "O Bairro i o Mundo".quinta do mocho o bairro i o mundo 1

Adres

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Smile e Projecto Matilha

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Tosco

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Miguel Brum

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Sem/Bean/Black/Smile

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Odeith

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Ram

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Tamara Alves

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Utopia

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Manoel Jack

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Raf

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Pantónio

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Slap

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 Colectivo Rua/Draw

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Nomen/Utopia/Vespa

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Mar

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Nomen

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Bordalo II

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Glam

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Miguel Brum

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Vespa

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30
Mar15

Quinta do Mocho: projecto "O Bairro i o Mundo"

Arca de Darwin

No sábado passado visitei as cerca de 30 obras de arte - pintadas, graffitadas ou esculpidas em empenas de prédios de três andares - que decoram a Quinta do Mocho, em Sacavém, Loures. A visita decorreu no âmbito do projecto "O Bairro i o Mundo", iniciativa da Câmara Municipal de Loures e da Associação Teatro Ibisco, que  quer acabar com o estigma associado a este bairro social, "mostrando o bairro ao mundo e trazendo o mundo ao bairro".

quinta do mocho o bairro i o mundo 1

A "qualificação artística dos edifícios" é a face mais visível deste projecto, mas há outras, como a reabilitação do espaço público. Os méritos já foram reconhecidos lá fora: na semana passada "O Bairro e o Mundo" ficou entre os cinco primeiros classificados do prémio Diversity Advantage Challenge, promovido pelo Conselho da Europa.

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Não ganhou, mas há outras vitórias que têm impacto significativo naquela comunidade. Uma delas é que, provavelmente dentro de duas ou três semanas, começarão a circular autocarros dentro do bairro, algo que nunca aconteceu nos 14 anos de existência da urbanização.

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Outras vitórias são menos quantificáveis, mas nem por isso menos relevantes. Durante a visita os guias referiram que moradores à procura de emprego receavam mencionar a morada no currículo, optando por colocar endereços próximos, como a Bobadela. As pinturas nas paredes são mais um instrumento que visa aumentar o sentimento de pertença e o orgulho dos moradores no seu bairro.

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Claro que tal não será suficiente se não se alterar a mentalidade dos que vivem fora do bairro. Mas os guias também contaram que, há poucas semanas, um pai que vive num bairro vizinho, "do outro lado da rua", e que nunca ousara entrar na Quinta do Mocho, atravessou a estrada com os dois filhos para verem as pinturas. Depois de "entrar" constatou que se trata de um bairro como tantos outros, com cafés, com creches...

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O mesmo constata quem participa nas visitas organizadas pelo "O Bairro i o Mundo". Como em tantos outros bairros, ali colocam-se flores à janela, convive-se, joga-se e espreita-se a vida dos vizinhos. Sim, há muito para fazer no bairro e os 10.000 euros do prémio do Conselho da Europa teriam dado muito jeito, mas o projecto está numa fase inicial e por certo haverá muitas outras novidades.

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Quanto às visitas, saiba que se repetem no último sábado de cada mês e que a participação é gratuita. E que haverá pinturas novas, tal como aconteceu nesta visita, onde vimos NADA a concluir a sua, que transmite a mensagem de que "só a entreajuda pode mudar o mundo". Para saber como se inscrever visite a página "O Bairro i o Mundo" no Facebook.

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Na próxima já não serão os mesmos quatro guias. Hugo Cardoso, da Casa da Cultura de Sacavém, abandona o papel de anfitrião e deixa-o nas mãos dos três músicos, moradores do bairro: Kedy Santos, Dei Dei e Djavan.

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Uma nota de destaque para os autores dos pinturas que, além de doarem o seu tempo e talento, dispuseram-se a conhecer a realidade do bairro de modo a incorporá-la nas peças de arte, incluíram crianças na realização das suas obras, realizaram workshops de pintura, e ainda "reabilitaram" as entradas de alguns prédios.

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A ligação entre as diferentes pinturas e o bairro faz-se de diversas maneiras. A inclusão de "mochos" nas "molduras" é apenas uma delas.

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No bairro não existirão tantas nacionalidades como as presentes no conselho de Loures - 122 -, mas serão certamente muitas, e as pinturas reflectem essas diferentes culturas, como acontece com o único mural, da autoria de António Alves, que retrata Amílcar Cabral (1924-1973) e situa-se na avenida que tem o nome deste defensor dos direitos dos povos da Guiné e de Cabo Verde.

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Na mesma avenida, o nosso já conhecido Nomen evoca o sentimento de que os moradores só podem ser eles mesmos dentro do bairro.

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Miguel Brum assina a peça com que mais moradores rapidamente se identificaram, "principalmente as mães que perderam filhos", partilha Kedy Santos.

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A garça de Bordalo II, bisneto do famoso Bordalo, simboliza as migrações e é a única escultura. Foi construída com partes de carros e de contentores.

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O Projecto Matilha trouxe o tema que já retratou em várias paredes de Lisboa: o estigma (e o abandono) que pende sobre cães ditos "perigosos".

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Saiba ainda que, aqui, pode adquirir t-shirts impressas com as pinturas  presentes no bairro. As imagens das restantes obras seguem num próximo post.

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