Espreite a nova galeria – “Oceanário” – em Lugares.Não ia ao Oceanário de Lisboa desde a Expo98. Na altura andávamos a toque de caixa, para não empatar as filas de milhares de visitantes que ocorriam àquela que era uma das principais atracções da exposição. Assim, em passo acelerado, percorríamos a metade que nos era dada a conhecer do gigantesco aquário. Agora, 15 anos depois, voltei lá e calmamente desfrutei deste espaço fantástico e de todas as criaturas que nele habitam.

O peixe-lua (Mola mola) é o mais pesado peixe ósseo do planeta: pesa até 2.300 kg e atinge 3 metros de altura.

Peixe-lua (Mola mola), Oceanário de Lisboa

Animal de peculiar forma circular e sem barbatana caudal, tem o hábito de nadar até à superfície da água e aí ficar a boiar de lado. Há duas explicações para este comportamento: aquecer-se ao sol ou atrair aves para o desparasitar (o que bem precisa, pois transporta mais de 50 espécies de endo e exoparasitas).

A chegada do peixe-lua às Berlengas, Peniche, no final do Verão é um acontecimento muito aguardado por mergulhadores nacionais e estrangeiros.

Limpar os oceanos é o objectivo principal do português João Parrinha, do espanhol Luis de Dios e do alemão Xandi Kreuzeder, artistas que fundaram a associação Skeleton Sea, em 2005. Amantes do surf, é com o lixo que encontram nas praias de todo o mundo que constroem obras de arte, veículos de sensibilização para a importância de preservar os oceanos.

"Roxy Mermaid", Xandi Kreuzeder (2011)

A parceria com a Volvo Ocean Race resultou na campanha e exposição “Keep the Oceans Clean!”, que lhes permitiu levar a mensagem aos locais onde a regata decorreu.

“Keep the Oceans Clean!” está agora em Portugal, até 26 de Novembro, no Oceanário de Lisboa.

Oceanário de Lisboa

É certo que o lixo é uma das principais ameaças à saúde dos oceanos:

• “Circulam nos oceanos mais de 100 milhões de toneladas de resíduos de plástico em cinco grandes vórtices – Pacífico Norte, Pacífico Sul, Índico, Atlântico Norte e Atlântico Sul;
• Todos os anos são acrescentadas mais de 6,4 milhões de toneladas de plástico;
• Componentes tóxicos do plástico, dissolvidos na água do mar, como o bisfenol e os plastificantes, entram na cadeia alimentar marinha, suspeitando-se de que também provocam danos para a saúde do homem".

Contudo, Parrinha, de Dios e Kreuzeder lembram-nos que também a pesca excessiva e desactualizada ameaça o futuro dos mares, e o nosso:

• "A sobrepesca afecta mais de 80% dos stocks mundiais de peixe.
• Todos os dias morrem cerca de 800 golfinhos e botos, 700 tartarugas e mais de 800 aves marinhas devido a capturas acidentais resultantes de técnicas antiquadas de pesca".

"Innocent Victim", Xandi Kreuzeder (2009)

A exposição revela-nos outros dados, como o tempo que certos objectos demoram a se decompor-se. Por exemplo, sabia que as havaianas perduram durante 1.000 anos?

Flip Flop Fish, Kreuzeder e de Dios (2008)

Este calçado dá corpo ao Flip Flop Fish e marca a cintura da Roxy Mermaid.   Tampas de garrafas, peças de motores, sacos de plástico, madeira e ferro são outros materiais encontrados pelos artistas de Skeleton Sea e transformados em obras de arte.

Uma das peças mais emblemática é Albatross Exhibitionist, construída no Quénia, em 2011.

Esta ave, particularmente sensível ao plástico, é figura central no belo e inquietante filme produzido pela Skeleton Sea, com o mesmo nome da peça, que retrata a tragédia vivida nas ilhas Midway (já mencionadas aqui na Arca).No site da Skeleton Sea encontra mais vídeos e imagens de outras obras de arte. Visite-o e descubra o que pode fazer para ajudar os oceanos.

O fotógrafo de natureza Nuno Sá apresenta “Oásis”, conjunto de 34 fotografias subaquáticas, em Lisboa.

As imagens que retratam a vida marinha dos Açores estão em exposição ao livre, em frente ao Oceanário de Lisboa, no Parque das Nações, até 19 de Agosto de 2012.

O talento de Nuno Sá dá-nos a conhecer espécies como a tintureira, ou tubarão-azul, (Prionace glauca), um dos peixes mais rápidos dos oceanos, o peixe-porco (Balistes capriscus), que deve o nome ao barulho que produz ao ranger os dentes quando é capturado, e a tartaruga-boba (Caretta caretta), com estatuto de conservação Em Perigo.

 

Em Faro, no âmbito das comemorações dos 15 anos do Centro Ciência Viva do Algarve, Thijs Valkenburg expõe “Viver para Voar”, retratos de algumas das mais belas aves de Portugal. O fotógrafo é natural de Sines, mas tem ascendência holandesa. Apaixonado pela avifauna, Thijs colabora em vários projectos nacionais: anilhagem científica no Centro de Estudos de Migrações e Protecção das Aves; projecto LIFE-Priolo, nos Açores, através da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves; e anilhagem, marcação e seguimento de animais recuperados pelo Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens da Ria Formosa, em colaboração com a Associação Aldeia. A entrada é gratuita. Até 31 de Agosto de 2012.