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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

08
Mai21

"Epipactis tremolsii" — a orquídea alcoólica

Arca de Darwin

A orquídea heleborinha-comum (Epipactis tremolsii) mede entre 30 e 60 centímetros de altura e tem uma inflorescência que comporta 15 a 40 flores.

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As flores têm o labelo em forma de taça, na qual servem um néctar alcoólico às abelhas e aos outros polinizadores. Os bicharocos, naturalmente, ficam um pouco "tocados".

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O género Epipactis, a par dos géneros Cephalanthera e Limodorum, possui rizomas em vez de tubérculos, o que é uma vantagem para as plantas se poderem multiplicar na ausência de polinizadores.

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A espécie existe em clareiras e orlas de matos e gosta de solos pedregosos.

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A época de floração estende-se de Abril a Junho.

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A heleborinha-comum existe em Portugal, Espanha, França, Sardenha e Norte de África.

Em Portugal, já foram registadas cinco espécies de orquídeas do género Epipactis. Nem sempre é fácil distingui-las. No entanto, uma das espécies está extinta no nosso país (E. palustris) e outra tem flores verdes (E. fageticola). A E. helleborine tem as folhas na parte média do caule, enquanto as da E. tremolsii localizam-se sobretudo na base. Já a E. lusitanica tem as brácteas inferiores 1,5 vezes mais compridas do que as flores, enquanto as da E. tremolsii têm sensivelmente o mesmo comprimento.

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06
Mai21

Campo pontuado de orquídeas

Arca de Darwin

Entre maio e julho a já nossa conhecida orquídea-piramidal (Anacamptis pyramidalis) desponta em prados totalmente expostos ao sol — é uma planta que não gosta de sombra —, chegando a alcançar densidades de várias dezenas, ou até mesmo centenas, de exemplares numa área tão pequena quanto 20 ou 30 metros quadrados.

(Tirei as fotos seguintes no Parque do Cabeço de Montachique, em Loures).

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13
Mai20

Orquídea Erva-abelha («Ophrys apifera»)

Arca de Darwin

O Jardim Rio da Costa em Odivelas tem um percurso de cerca de 1800 metros, com vegetação de ambos os lados. Passo lá muitas vezes, mas ontem, pela primeira vez, encontrei uma orquídea selvagem: a erva-abelha (Ophrys apifera).

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Como o nome indica, é polinizada por abelhas.

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A floração ocorre entre Março e Junho.

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Mede entre 20 a 50 centímetros de altura (pode chegar aos 70 cm) e cada planta pode ter 3 a 10 flores. Os lóbulos laterais do labelo são bastante peludos. As sépalas são rosadas com uma linha verde média.

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20
Mar20

Orquídea erva-do-homem-enforcado ("Aceras anthropophorum")

Arca de Darwin

Os painéis informativos da EBIO de Fontelas, Loures, referem a presença da erva-do-homem-enforcado (Aceras anthropophorum), mas nos dois anos anteriores em que visitei o percurso nunca a encontrei. Ao terceiro ano foi de vez.

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No início de Março havia por ali vários exemplares, mas além de serem pequeninos — a espécie mede entre 10 e 40 centímetros de altura, uma dimensão normal para as orquídeas selvagens —, apresentam uma cor parda que se confunde com o resto da vegetação, e parecem gostar de sítios com alguma sombra. A espécie vive em prados e clareiras de bosques e matagais, em solos pedregosos (preferencialmente calcários). Existe na Europa, Norte de África e Ásia.

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Esta orquídea também é conhecida por erva-do-homem-pendurado, erva-dos-rapazinhos, ou só por rapazinhos. O nome deve-o ao formato do labelo, que se assemelha a um corpo humano e que fica "pendurado" sob as três sépalas que formam uma espécie de concha.

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Floresce entre Março e Junho. A informação sobre polinizadores que encontrei é proveniente de estudos em França, e refere que a planta é polinizada por vespinhas da sub-ordem Symphyta (Tenthredopsis sp. e Arge thoracica) e por coleópteros (Cantharis rustica, Cidnopus pilosus e Isomira murina).

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É a única espécie do género Aceras, mas há quem a inclua no género Orchis.

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01
Mai19

Orquídea erva-perceveja ("Orchis coriophora")

Arca de Darwin

A erva-perceveja (Orchis coriophora), também conhecida por erva-do-salepo e salepeira, é mais uma espécie de orquídea selvagem que se pode encontrar na Ebio de Fontelas, em Loures.

A espécie tem uma vasta área de distribuição — Europa, Norte de África e Ásia — que comporta várias subespécies, discutindo-se se algumas serão ou não espécies diferentes. A confusão chega ao nome, com alguns autores a colocá-la no género Anacamptis, ou seja, Anacamptis coriophora.

Certo é que pertence à família Orchidaceae. Curiosidade: orchis significa "testículo", e as orquídeas foram assim baptizadas devido ao aspecto dos bolbos subterrâneos.

A erva-perceveja tem um inflorescência com cerca de 40 centímetros de altura que comporta 15 a 25 flores purpuras e com cheiro (uma das subespécies emite odor a baunilha). Gosta de prados e clareiras de matos com alguma humidade.

 

A floração da erva-perceveja ocorre de Março a Junho.

20
Mar19

Orquídea sem nome ("Cephalanthera longifolia")

Arca de Darwin

Hoje é o primeiro dia de Primavera. Na última semana as orquídeas da Estação da Biodiversidade de Fontelas, Loures, como se soubessem que a data estava à porta, começaram a florir. Há uns dias havia apenas um ou dois exemplares de Cephalanthera longifolia; ontem havia dezenas ao longo do curto percurso.

As flores — geralmente entre 5 e 25 — ainda não estão completamente abertas, mas aqui e ali já anteveem algumas manchas amarelas. A planta pode chegar aos 60 centímetros de altura, mas é mais comum ter entre 25 e 40 cm.

A época de floração ocorre entre Março e Julho.

Facto curioso: em Portugal a Cephalanthera longifolia não tem nome comum. Já o "longifolia" refere-se às folhas compridas e afiladas.

Encontra-se em espaços abertos ou sub-cobertos (em Fontelas está geralmente em áreas com alguma sombra), preferencialmente em solos calcários. A espécie existe na Europa, Norte de África e Ásia. Em Portugal ocorre de norte a sul e é relativamente abundante.

Em Fontelas, há algumas espécies de orquídeas que ainda não floriram, como é o caso da orquídea-piramidal. No entanto, a diversidade que ontem o local apresentava vale bem uma visita. Eis as fotos para servirem de guia:

Erva-vespa-rosadaOphrys tenthredinifera (pouco abundante no prado a seguir à linha de água, no final do percurso)

Erva-vespaOphrys lutea (abundante em todo o percurso, particularmente no prado a seguir à linha de água)

Moscardo-fuscoOphrys fusca (pouco abundante, parte intermédia do percurso)

Homens-núsOrchis italica (1 exemplar na parte superior do percurso — no prado do lado direito)

Orquídea-giganteHimantoglossum robertianum (1 exemplar na parte superior do percurso — no prado do lado direito)

02
Mai18

Orquídea-piramidal ("Anacamptis pyramidalis")

Arca de Darwin

Estamos em plena época das orquídeas selvagens. A orquídea-piramidal (Anacamptis pyramidalis), também conhecida como satirião-menor, tem, como o nome indica, forma piramidal. Para orquídea, tem um tamanho considerável (principalmente em comparação com as do género Ophrys): pode chegar aos 60 centímetros de altura.A cor das flores, que são hermafroditas, varia entre o rosa e o roxo, mas também podem ser brancas.

A polinização é feita por borboletas e traças.

Esta planta da família Orchidaceae vive no centro e sul do país, em terrenos incultos com substrato calcário.

24
Abr13

Orquídea flor-dos-passarinhos

Arca de Darwin
Se ao olhar para a flor desta orquídea reconhece o padrão da plumagem de uma galinhola (ave semelhante à narceja), está de parabéns. Eu não consigo, mas o taxonomista espanhol Antonio José Cavanilles (1745-1804) lá encontrou parecenças. Assim, a orquídea flor-dos-passarinhos (Ophrys scolopax) herdou como epíteto específico o género da galinhola (Scolopax rusticola).

Flor-dos-passarinhos (Ophrys scolopax), Cabo Espichel, Sesimbra

Certo é que a O. scolopax emita o padrão, forma e feromonas das fêmeas de abelhas do género Eucera, levando os machos a pseudocopular com o seu labelo.

Esta pequeníssima flor desponta entre Fevereiro e Maio, em prados e clareiras de matos, em solos básicos ou ácidos (no Cabo Espichel surgiu apenas em meados deste mês).

Existe de norte a sul do país.

22
Abr13

Orquídea erva-vespa (Ophrys lutea)

Arca de Darwin
Uma após outra, as várias espécies de orquídeas do género Ophrys despontam nos prados do Cabo Espichel, Sesimbra, do lado direito de quem chega ao mosteiro. As ervas-vespas-rosadas (Ophrys tenthredinifera) já desapareceram e restam poucos moscardos-fuscos (Ophrys fusca). A meio da semana passada era a erva-vespa (Ophrys lutea) que dominava a área preferida das orquídeas.

Erva-vespa (Ophrys lutea), Cabo Espichel, Sesimbra

Esta orquídea de labelo castanho com largas abas amarelas especializou-se em iludir várias espécies de abelhas do género Andrena.

 Também conhecida por moscardo, a Ophrys lutea mede cerca de 20 centímetros de altura.

 É mais abundante na metade sul do país.

A floração ocorre entre Fevereiro e Maio.

18
Abr13

Orquídea erva-abelha-maior

Arca de Darwin
Os pelos castanhos e o centro violeta ou azul do labelo identificam a erva-abelha-maior (Ophrys speculum subsp. speculum). Tal como as outras orquídeas do género Ophrys, a erva-abelha-maior (também conhecida por abelhão ou erva-espelho) imita a forma e as feromonas da fêmea de um insecto – a vespa Campsoscolia ciliata – induzindo o macho a pseudocopular com o labelo.

Erva-abelha-maior (Ophrys speculum subsp. speculum), Cabo Espichel, Sesimbra

Espécie tipicamente mediterrânica, em Portugal continental existe a sul do rio Douro, em prados e clareiras de matos baixos.

A bibliografia sobre a espécie diz que mede até 30 centímetros de altura, mas todos os exemplares que encontrei eram significativamente mais pequenos.

A floração ocorre entre Fevereiro e Maio.