Quase primavera
As primeiras andorinhas já chegaram há umas semanas; as lagartixas-do-mato já se aquecem ao sol; as orquídeas, as cilas-de-uma-folha e as campainhas-amarelas já enfeitam os prados e baldios - já cehira a primavera...
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As primeiras andorinhas já chegaram há umas semanas; as lagartixas-do-mato já se aquecem ao sol; as orquídeas, as cilas-de-uma-folha e as campainhas-amarelas já enfeitam os prados e baldios - já cehira a primavera...
O serapião-de-língua-pequena (Serapias parviflora), também conhecido por erva-língua-menor, é mais uma das cinco espécies do género Serapias e é a que tem o epiquilo (a parte exterior do labelo) mais pequeno — «parviflora» significa «flor pequena».
A Serapias strictiflora deve dois dos seus nomes comuns — serapião-dos-charcos e erva-língua-dos-charcos — ao facto de crescer em locais húmidos, mas não inundados.
O serapião-de-flores-grandes (Serapias cordigera), também conhecido por erva-língua-maior, é uma das cinco orquídeas selvagens do género Serapias que existem em Portugal. Este género é caracterizado por ter o labelo em forma de língua.
Esta foi apenas a segunda vez que encontrei uma orquídea flor-dos-passarinhos (Ophrys scolopax). A primeira estava no Cabo Espichel (pode ver o respetivo post com vários dados sobre a espécie aqui) e esta, ou melhor, estas estavam no Parque do Cabeço de Montachique, em Loures.
A orquídea heleborinha-comum (Epipactis tremolsii) mede entre 30 e 60 centímetros de altura e tem uma inflorescência que comporta 15 a 40 flores.
As flores têm o labelo em forma de taça, na qual servem um néctar alcoólico às abelhas e aos outros polinizadores. Os bicharocos, naturalmente, ficam um pouco "tocados".
O género Epipactis, a par dos géneros Cephalanthera e Limodorum, possui rizomas em vez de tubérculos, o que é uma vantagem para as plantas se poderem multiplicar na ausência de polinizadores.
A espécie existe em clareiras e orlas de matos e gosta de solos pedregosos.
A época de floração estende-se de Abril a Junho.
A heleborinha-comum existe em Portugal, Espanha, França, Sardenha e Norte de África.
Em Portugal, já foram registadas cinco espécies de orquídeas do género Epipactis. Nem sempre é fácil distingui-las. No entanto, uma das espécies está extinta no nosso país (E. palustris) e outra tem flores verdes (E. fageticola). A E. helleborine tem as folhas na parte média do caule, enquanto as da E. tremolsii localizam-se sobretudo na base. Já a E. lusitanica tem as brácteas inferiores 1,5 vezes mais compridas do que as flores, enquanto as da E. tremolsii têm sensivelmente o mesmo comprimento.
O Jardim Rio da Costa em Odivelas tem um percurso de cerca de 1800 metros, com vegetação de ambos os lados. Passo lá muitas vezes, mas ontem, pela primeira vez, encontrei uma orquídea selvagem: a erva-abelha (Ophrys apifera).
Como o nome indica, é polinizada por abelhas.
A floração ocorre entre Março e Junho.
Mede entre 20 a 50 centímetros de altura (pode chegar aos 70 cm) e cada planta pode ter 3 a 10 flores. Os lóbulos laterais do labelo são bastante peludos. As sépalas são rosadas com uma linha verde média.
A erva-perceveja (Orchis coriophora), também conhecida por erva-do-salepo e salepeira, é mais uma espécie de orquídea selvagem que se pode encontrar na Ebio de Fontelas, em Loures.
A espécie tem uma vasta área de distribuição — Europa, Norte de África e Ásia — que comporta várias subespécies, discutindo-se se algumas serão ou não espécies diferentes. A confusão chega ao nome, com alguns autores a colocá-la no género Anacamptis, ou seja, Anacamptis coriophora.
Certo é que pertence à família Orchidaceae. Curiosidade: orchis significa "testículo", e as orquídeas foram assim baptizadas devido ao aspecto dos bolbos subterrâneos.
A erva-perceveja tem um inflorescência com cerca de 40 centímetros de altura que comporta 15 a 25 flores purpuras e com cheiro (uma das subespécies emite odor a baunilha). Gosta de prados e clareiras de matos com alguma humidade.
A floração da erva-perceveja ocorre de Março a Junho.
Como acontece todos os anos, em Fevereiro começam a florir as primeiras orquídeas. Hoje passei pela Quinta das Conchas, em Lisboa, e encontrei estes exemplares de duas espécies já nossas conhecidas: a orquídea-gigante, que entretanto mudou o nome científico de Barlia robertiana para Himantoglossum robertianum, e a erva-vespa, que continua a chamar-se Ophrys lutea. Encontrei vários exemplares de orquídea-gigante e apenas um da erva-vespa.
Orquídea-gigante
Erva-vespa
Só para lembrar que estamos em plena época de floração das orquídeas selvagens. Mais espécies, aqui.
Moscardo-fusco (Cabo Espichel), Março de 2016
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