Este pequeno riacho artificial fica no Parque dos Poetas, em Oeiras, e mede cerca de 1 passo de largura e 4 ou 5 dedos de profundidade. Para "arrastar" a água coloquei a câmara no chão e usei um tempo de exposição de 5 segundos.
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Este pequeno riacho artificial fica no Parque dos Poetas, em Oeiras, e mede cerca de 1 passo de largura e 4 ou 5 dedos de profundidade. Para "arrastar" a água coloquei a câmara no chão e usei um tempo de exposição de 5 segundos.
Inaugurada no dia 18 do mês passado, a nova secção do megalómano Parque dos Poetas, em Oeiras, permitiu-me descobrir alguns autores e reencontrar outros já quase perdidos nos confins da (pouco fiável) memória. Entre as descobertas conta-se António Augusto Soares de Passos (1826-1860), de quem aqui fica o poema Desejo, ilustrado por fotos que tirei na sua 'ilha'.
"Oh! quem nos teus braços pudera ditoso
No mundo viver,
Do mundo esquecido no lânguido gozo
D'infindo prazer.
Sentir os teus olhos serenos, em calma,
Falando d'além,
D'além! duma vida que sonha minha alma,
Que a terra não tem.
Eu dera este mundo, com tudo o que encerra
Por tal galardão: Tesouros, e glórias, os tronos da terra,
Que valem, que são?
A sede que eu tenho não morre apagada
Com tal aridez:
Pudesse eu ganhá-los, e iria seu nada
Depor a teus pés.
E só desejando mais doce vitória,
Dizer-te: eis aqui
Meu ceptro e ciência, tesouros e glória:
Ganhei-os por ti.
A vida, essa mesma daria contente,
Sem pena, sem dor, S
e um dia embalasses, um dia somente,
Meu sonho d'amor.
Isenta do laço que ao mundo nos prende,
A vida que vale?
A vida é só vida se o amor nela acende Seu doce fanal.
Aos mundos que eu sonho pudesse eu contigo,
Voando, subir;
Depois que importava? depois no jazigo
Sorrira ao cair".
À medida que o Verão avança o amarelo e o dourado substituem o verde na paisagem natural. O mesmo acontece em qualquer jardim, onde facilmente descobrimos muitos dos tons típicos desta estação.
Já falei do Parque dos Poetas (aqui e aqui), em Oeiras. Este post é só sobre a fonte da parte mais antiga do parque. Ao final do dia, à medida que a luz desce sobre os jogos de água, esta ganha formas mais nítidas que contrastam com os edifícios e com os ramos despidos de folhas. Espreite a galeria em baixo.
Mural de Marco Ayres, Odivelas
Outra decisão famosa do monarca foi construir um Mosteiro em Odivelas.
Mosteiro S. Dinis, Odivelas
Dizem as más línguas que era ali que O Lavrador hospedava as amantes, e até há uma lenda que atribui a origem do nome da cidade a um comentário da desgostosa rainha que, vendo-o sair mais uma vez para o Mosteiro, terá dito: “Ide vê-las”.
Estórias à parte, Odivelas adoptou o culto rei, que empresta o nome a ruas, lugares e estabelecimentos comerciais (anteontem, os megafones de uma carrinha anunciavam a abertura de uma nova loja em Odivelas. Nome? D. Dinis, claro).Em Julho de 2012 o artista Marco Ayres pintou um mural alusivo à relação do rei com a cidade, no âmbito do Projecto Arte Urbana.Parque dos Poetas, Oeiras
Poema Jardim, de Jorge Luis Borges (1922) - escritor, poeta e ensaísta argentino -, em Obra Poética Vol. 1 (editora Quetzal).
Teixeira de Pascoaes. Parque dos Poetas, Oeiras
“(...) Já de tanto sentir a Natureza, De tanto a amar, com ela me confundo! E agora, quem sou eu? Nesta incerteza, Chamo por mim. Quem me responde? O mundo. Chamo por mim; e a estrela me responde. Chamo, de novo; e diz o mar: quem chama? E diz-me a flor: onde é que estás? aonde? Vede a sorte terrível de quem ama! (...)”, Teixeira de Pascoaes in "A sombra do homem"80 seguidores