Em praias ou em zonas urbanas costeiras, em estuários ou em águas interiores, é fácil observar o corvo-marinho-de-faces-brancas (
Phalacrocorax carbo), e em qualquer altura do ano, ainda que seja mais abundante no Outono e no Inverno. A plumagem é preta, com uma mancha branca nas bochechas (tal como o nome indicia). No entanto, no início da Primavera despontam manchas brancas no pescoço, cabeça e coxa dos adultos reprodutores. Os olhos são verdes.
Corvo-marinho-de-faces-brancas. Parque das Nações, Lisboa.
Alimenta-se de peixes, mas ocasionalmente consome caranguejos, rãs, patos juvenis e ratazanas. Depois de caçar é frequente observá-la em terra, com as asas abertas expostas ao sol, para secar as penas. Mede cerca de 90 centímetros de comprimento e 145 centímetros de envergadura.
Praia de São Rafael, Algarve.
Esta ave da ordem dos pelicanos (Pelicaniformes) vive em colónias. A nossa subespécie (
P. c. sinensis) constrói ninhos em árvores. Estas, ao fim de alguns anos, morrem devido à acumulação dos corrosivos dejectos – o chamado guano, que se usa como fertilizante.
Colónia num pilar da ponte Vasco da Gama, Lisboa.
Está presente nos cinco continentes. No passado caçaram-no quase até à extinção por competir com os pescadores. A protecção legal e a proliferação de aquaculturas reverteram a tendência populacional da espécie, mas o conflito com os humanos ainda existe. Por exemplo, um
relatório de 2002 referia que na Noruega, todos os anos, abatiam-se legalmente cerca de 10.000 corvos-marinhos-de-faces-brancas.
Foz do Trancão, Lisboa.
Por cá o Instituto de Conservação da Natureza também considera a caça (ilegal) como uma ameaça à espécie, e acrescenta outros factores, como a poluição da água, a perturbação causada pelo homem, a colisão com linhas aéreas de transporte de energia e a instalação de parques eólicos.
Alcochete.
Adulto reprodutor. Praia de São Rafael, Algarve.
Dois adultos reprodutores.