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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

05
Abr24

Escaravelho-das-flores (“Oxythyrea funesta”)

Arca de Darwin

O nome científico do escaravelho-das-flores, Oxythyrea funesta, não augura nada de bom. De facto, embota seja um polinizador, esta espécie pode tornar-se uma praga em pomares e culturas de plantas ornamentais porque, além de se alimentar do néctar e do pólen, também consome as próprias flores.

escaravelho das flores 1.jpg

 

 

18
Jun15

O escaravelho-vermelho e as palmeiras decepadas

Arca de Darwin

Aterrou na minha varanda, mas não me lembrava da sua cara trombuda. Espreitei um guia de insectos da Europa e... nada. Finalmente, lá o descobri, numa página do Flickr dedicada a insectos. Dá pelo nome de escaravelho-vermelho, Rhynchophorus ferrugineus, é originário da Ásia, mas já existe em África e na Europa. E é o responsável pelo cenário desolador das palmeiras que se encontram decepadas de Norte a Sul do país e na Madeira.

escaravelho palmeira 1

Entrou pelo Algarve, há cerca de oito anos, e de então para espalhou-se pelo resto do território. Só em Lisboa já levou ao abate de mais de 500 palmeiras.

escaravelho palmeira 2

Mede entre 3 cm e 4,5 cm. É a larva que destrói as árvores devido aos túneis que cava no tronco.

escaravelho palmeira 3

A fêmea põe cerca de 200 ovos. Cada palmeira, mesmo que não apresenta sintomas de doença, pode albergar entre 1500 e 2000 casulos. O tratamento custa cerca de 500€ por ano.

escaravelho palmeira 4

06
Nov13

Maria-café: o terror dos comboios!

Arca de Darwin
A versão australiana da irritante mensagem “A circulação de comboios foi interrompida devido a uma avaria” é: “A circulação de comboios foi interrompida devido às marias-café portuguesas”. Pior. Por mais incrível que pareça, em Setembro passado a mensagem foi: “Os comboios chocaram por causa das marias-café portuguesas”.

Maria-café (Ommatoiulus moreletii), Odivelas

Bem, na verdade, eles chamam-lhe “portuguese millipede”, em alusão às numerosas patas e à origem geográfica (é uma espécie ibérica), mas a restante informação está correcta. O animal em causa é a maria-café (Ommatoiulus moreletii) – conhecida na Madeira por bicho-de-vaca ou vaca-preta –, artrópode que tem um par de patas por segmento (pertence à classe Diplopoda) e mede entre 2 e 4 centímetros.

Nos anos 50 do século passado foi acidentalmente introduzida na Austrália. Com poucos ou nenhuns predadores naturais a espécie reproduziu-se até atingir números que a classificaram como praga (por cá a espécie tem vários predadores, e é um verdadeiro pitéu para o lacrau e para o ouriço-cacheiro).

Em Setembro, e segundo a agência Reuters, centenas de marias-café “ocuparam” os carris das linhas ferroviárias em Clarkson, cerca de 40 km a norte de Perth, na Austrália Ocidental. À medida que eram esmagadas, atapetavam a superfície dos carris com a viscosa substância das suas entranhas. Esta “pista” escorregadia terá dificultado a travagem de um comboio, provocando o choque com um outro que se encontrava parado. Em 2002, numa “ocupação” semelhante – mas desta vez na outra ponta da Austrália –, a precaução ditou o cancelamento de 50 comboios no percurso entre Melbourne e Ballart.

Para a maria-café, as entranhas são uma mais-valia. De facto, quando ameaçada ela recorre a duas estratégias de defesa: a primeira é enrolar-se e fingir-se morta; a segunda é libertar um líquido repelente (cianeto de hidrogénio). Daí que não convém esmagá-la se a encontrar em casa, o que é provável nesta época do ano, em que ela refugia-se da chuva e do frio.

Além de servir de repasto a muitas outras espécies, a Ommatoiulus moreletii tem outro importante papel nos ecossistemas: ao alimentar-se de matéria vegetal morta (é, portanto, um animal detritívoro) recicla os nutrientes e devolvendo-os à cadeia alimentar.
29
Out13

Finalmente vi uma!

Arca de Darwin
Em Maio de 2012 escrevi um post sobre o balanço da experiência de libertação de dez milhões de mosquitos machos geneticamente modificados na cidade de Juazeiro, Brasil. Nesse texto referi um artigo que há muito publiquei sobre uma estratégia semelhante que decorre na ilha da Madeira há mais de uma década. Objectivo? Controlar a população de moscas-das-frutas-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata), maior praga mundial da fruta fresca.

Mosca-da-fruta-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata), Odivelas

Assim, e na altura, a biofábrica de moscas na Madeira produzia 50 milhões destes insectos. Ontem, pela primeira vez, vi um ao vivo e a cores (na verdade, vi “uma”, já que a ausência de dois cornichos na cabeça e a presença de um ovipositor na parte final do abdómen indicam tratar-se de uma fêmea).

Nota: a Ceratitis capitata também é conhecida por mosca-da-fruta, nome comum partilhado com a famosa Drosophila melanogaster, mosca mais habitual nas nossas cozinhas. A C. capitata mede 4 a 5 mm de comprimento, pelo que é cerca de duas vezes maior do que a D. melanogaster.

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