Flores do campo
A desconfinar na Estação de Biodiversidade de Fontelas, Loures.
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A desconfinar na Estação de Biodiversidade de Fontelas, Loures.
Na Península Ibérica o género Melanargia tem cinco espécies (nesta página do projecto espanhol Taxofoto encontra uma óptima descrição das diferenças entre elas). Aqui na Arca já falámos da ameaçada M. occitanica, e agora é a vez desta M. lachesis, espécie conhecida por melanargia-comum e branca-preta-comum.
A envergadura é de 50-58 milímetros.
Vive em prados e terrenos incultos de Portugal, Espanha e França.
Voa entre Maio e Agosto.
Pertence à família Nymphalidae. Tirei estas fotos na EBIO de Fontelas, Loures.
A bonita borboleta da primeira fotografia é um macho da espécie Thymelicus sylvestris, ou douradinha-silvestre. A risca preta que se vê na superfície superior da asa direita chama-se mancha androconial, e é por onde os machos segregam o odor que atrai as fêmeas. Outra característica desta espécie (e que permite distingui-la das outras duas espécies deste género que existem em Portugal: a T. acteon e a T. lineola) é que as extremidades das antenas são cor de laranja (na última foto esta característica não é clara, pelo que pode tratar-se de um indivíduo de uma das outras duas espécies).
A douradinha-silvestre tem uma envergadura de 26 a 30 milímetros.
É uma espécie comum em Portugal, gosta de prados floridos e o adulto voa de Abril a Agosto.
A Estação de Biodiversidade (EBIO) do Parque da Paz, Almada, foi inaugurada este ano, em Abril. Entre as muitas espécies de aves que habitam o lago do parque há uma que se destaca pela sua raridade. Na verdade, é uma espécie exótica que em Portugal, tanto quanto sei, existe apenas no Parque da Paz. Trata-se do ganso-de-magalhães (Chloephaga picta), anseriforme oriundo do Chile e da Argentina.
Certo é que a espécie dá-se bem com os ares de Almada onde assentou arraiais há pelo menos 10 anos, e onde se tem reproduzido.
O dimorfismo sexual é evidente: os machos são brancos e pretos; as fêmeas são castanhas e pretas.
Mede entre 60 e 72 cm e pesa entre 2,7 e 3,2 kg.
O nome comum da Zerynthia rumina, borboleta-carnaval, deve-se às cores vivas e ao facto de o adulto começar a voar em Fevereiro, mês do Carnaval. Estas borboletas — também conhecidas por carnaval e grinalda-espanhola — voam até Julho, e têm só uma geração.
A parte superior das asas salta à vista com o seu colorido padrão preto, amarelo e vermelho. O ápice das asas anteriores tem uma célula translúcida. O padrão da parte inferior é semelhante, mas o fundo é mais branco do que amarelo. A envergadura chega aos 4,6 centímetros (parece maior).
As antenas são pretas. O abdómen também é preto e de cada lado tem duas filas paralelas de pintas: uma branca e outra amarela.
Estes exemplares foram fotografados hoje na EBIO de Fontelas, Loures, numa encosta rochosa junto a terrenos incultos com algumas árvores.
Existe em Portugal, Espanha, França e Norte de África. Pertencem à família Papilionidae.
O carvalho-cerquinho (Quercus faginea) de Fontelas, classificado como sendo de interesse público, é um dos destaques dessa Estação da Biodiversidade. As árvores de interesse público (a Arca já falou delas, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui) têm estatuto de proteção semelhante ao do património edificado e distinguem-se pelo porte, desenho, idade, raridade, importância cultural ou histórica.No caso deste carvalho centenário, a autoridade florestal nacional salienta o "porte notável que dava sombra e frescura a um antigo tanque de lavagem de roupa e a um bebedouro de gado. O local constitui memória da vida tradicional saloia, muito utilizado pelos moradores de Fontelas". Este carvalho-cerquinho ‒ a espécie também é conhecida por carvalho-português ‒ tem 12,5 metros de altura e a copa tem um diâmetro de 20 metros (norte-sul) e 25 metros (este-oeste).
O painel que o acompanha refere que os ramos desta árvore "servem de substrato a diversas espécies: fetos, musgos, líquenes e também a plantas vasculares, como os umbigos-de-vénus".
O nome umbigo-de-vénus deve-se à forma das folhas, que são arredondadas, com uma depressão no centro.
Mas esta espécie, Umbilicus rupestris, tem muitos mais nomes comuns, como bacelos, bifes, cachilro, chapéus-de-parede, chapéus-dos-telhados, copilas, orelha-de-monge... Além de troncos de árvores, esta planta também cresce à sombra em muros, paredes e fendas rochosas. Pode atingir 30 centímetros de altura.
As orquídeas do post anterior foram fotografadas na Estação da Biodiversidade de Fontelas, Loures, a única na região de Lisboa, que faz parte de uma rede com mais de 30 locais espalhados de norte a sul do país.Para conhecer a distribuição destas Estações visite a página na Internet do TAGIS ‒ Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, consulte a página da Rede EBIO, e planeie uma visita à Estação que estiver mais próximo de sua casa, ou do local onde passa férias.
Estas estações localizam-se em zonas de grande riqueza paisagística e específica, e são compostas por percursos com um máximo de 3 quilómetros (a de Fontelas tem 1 km), pontuados por 9 painéis interpretativos. Além do TAGIS, a iniciativa conta com a participação do Museu Nacional de História Natural, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, e dos municípios onde as Estações estão localizadas.
Quando estiver mais calor voltarei a Fontelas para observar mais insectos e a parte final do percurso (só vi o início, por falta de tempo, e por ter seguido o caminho errado - julgo que o pessoal do BTT "encerrou" o caminho certo...). Mas a curta visita já valeu a pena, tanto pelas largas dezenas de orquídeas que crescem nos prados, como pelo fantástico carvalho-cerquinho (árvore de interesse público que mostrarei num dos próximos posts) e por todas as outras plantas e paisagens existentes naquela área.
O já nosso conhecido jacinto-das-searas
A orquídea-piramidal
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