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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

12
Set13

Conservação do lagarto-ágil na Grã-Bretanha

Arca de Darwin
Há (pelo menos) duas boas razões para contar esta história: É um caso de sucesso de uma estratégia de conservação; revela o empenho e o trabalho em equipa de várias instituições e cidadãos.A espécie em causa é o lagarto-ágil (Lacerta agilis) – em inglês, sand lizard, o que significa lagarto-da-areia –, que quase desapareceu durante o século XX no Reino Unido devido à destruição dos seus dois habitats de eleição: as dunas e as charnecas. O declínio foi assustador: extinção em 10 áreas de ocorrência; redução de 97%, 95% e 90% do efectivo populacional em Merseyside, Surrey e Dorset, respectivamente.

Lagarto-ágil (Lacerta agilis) criado no Zoo de Chester. Foto: Chester Zoo

A espécie não existe na Península Ibérica, mas está presente em grande parte da Europa onde tem estatuto de conservação Pouco Preocupante. No Reino Unido, face aos números anteriores, recebeu estatuto de protecção elevado e a sua conservação passou a prioritária.

Lagarto-ágil (Lacerta agilis) criado no Zoo de Chester. Foto: Chester Zoo

Assim, há 18 anos iniciou-se um trabalho de recuperação e preservação do habitat, de monitorização e de reprodução em cativeiro com posterior libertação na natureza. No início desta semana especialistas libertaram 70 juvenis na costa de Flintshire. Os animais nasceram em 10 instituições diferentes. Uma delas é o Zoo de Chester. “É fantástico participar na libertação destes animais na natureza. É muito compensador ver a espécie recuperar de uma situação crítica devida à perda de habitat”, diz Isolde McGeorge, tratadora do Zoo de Chester.

Libertação de lagartos-ágeis na natureza. Foto: Chester Zoo

Até ao final da semana, 400 animais repovoarão outras quatro regiões. Os bichos terão um mês para habituarem-se à nova casa, antes de hibernarem em Outubro.

Lagarto-ágil (Lacerta agilis) criado no Zoo de Chester. Foto: Chester Zoo

No total, e desde o início deste programa de conservação coordenado pelo Fundo de Conservação de Répteis e Anfíbios (Amphibian and Reptile Conservation Trust - ARC Trust), em 1994, cerca de 9.000 juvenis foram criados em cativeiro e libertados no habitat natural. A taxa de sucesso destas operações ronda os 80% (por exemplo, por vezes o habitat escolhido para a libertação não é o ideal), ainda que apenas 25% a 30% dos juvenis sobreviva.

Lagarto-ágil adulto. Fonte: Wikipédia

No projecto de conservação daquele que é o maior lagarto das ilhas britânicas (cerca de 20 cm) também participam outras entidades (Natural Resources Wales, Natural England, Marwell Wildlife, New Forest Reptile Center, Avon Heath Country Park, etc.) e vários voluntários, individuais ou de associações de defesa de répteis e anfíbios, que asseguram a monitorização dos animais libertados.
06
Mar13

Vencedores do concurso de fotografia da The Mammal Society

Arca de Darwin
O desafio era complicado: fotografar comportamentos pouco usuais de mamíferos. “Em comparação com as aves ou até com os insectos, os mamíferos são muito difíceis de observar, quanto mais de fotografar”, reconhece Marina Pacheco, directora-executiva da The Mammal Society, no site da organização.

1.º classificado - O grande vencedor do concurso de fotografia foi Roy Rimmer, ao “congelar” o momento em que uma ratazana-de-água (Rattus norvegicus) salta de uma lata de tinta para outra.

Ratazana-de-água (Rattus norvegicus). Foto: Roy Rimmer / © The Mammal Society

No entanto, os concorrentes superaram todas as expectativas desta primeira edição do The Mammal Society Mammal Photographer of the Year: “As fotos a concurso não só capturaram a essência dos mamíferos britânicos como, dos corços aos golfinhos, dos veados aos ratos, capturaram também a sua diversidade”.

2.º classificado - Julie Milne diz que tem a sorte de raposas viverem no seu jardim. “As fêmeas são mais curiosas”, garante. A imagem de uma delas a lamber a janela valeu-lhe o 2.º lugar na competição. À raposa vale-lhe um momento de “boa publicidade”, depois de um início de ano em que esteve na berlinda, e não pelas melhores razões.

Raposa (Vulpes vulpes). Foto: Julie Milne / © The Mammal Society

O concurso, além de divulgar as espécies de mamíferos britânicos, pretendia alterar a maneira como o público “vê” certos animais. Mais uma vez, os objectivos foram plenamente alcançados: “No conjunto, as fotos deste ano lembram-nos que devemos apreciar as espécies mais comuns, bem como as mais icónicas, como o esquilo e o ouriço-caixeiro, e motivam-nos a olhar para os nossos mamíferos com renovado respeito e admiração”, constata a The Mammal Society em comunicado.3.º classificado - Gary Cox fotografou um rato-do-campo (Apodemus sylvaticus) a transportar uma amora.

Rato-do-campo (Apodemus sylvaticus). Foto: Gary Cox / © The Mammal Society

Esta organização estuda e protege todos os mamíferos britânicos. O trabalho que desenvolve passa pela identificação dos factores que ameaçam as diferentes espécies de modo a protegê-las. Para tal, aconselham os decisores com base em dados científicos e sensibilizam as populações para a conservação da natureza, envolvendo-as na protecção dos animais.Menores de 18 anos. Dois vencedores:Alex Berryman

Rato-dos-lameiros (Arvicola terrestris), espécie que por cá existe apenas no Parque Natural de Montesinho. Foto: Alex Berryman / © The Mammal Society

Alessandro Oggioni

 Roaz-corvineiro (Tursiops truncatus). Foto: Alessandro Oggioni / © The Mammal Society

Melhor foto de um membro da The Mammal Society - Bex Cartwright

Corço (Capreolus capreolus). Foto: Bex Cartwright / © The Mammal Society

Menções honrosas:

Veado (Cervus elaphus). Foto: Richard Fisher / © The Mammal Society

Raposa (Vulpes vulpes). Foto: David Gibbon / © The Mammal Society

Esquilo-cinzento (Sciurus carolinensis). Foto: Mark Fox / © The Mammal Society

Foca-cinzenta (Halichoerus grypus). Foto:  Tom McDonnell/ © The Mammal Society

Rato-do-campo (Apodemus sylvaticus). Foto: Kate Williamson / © The Mammal Society

Foca-comum (Phoca vitulina). Foto: Tim Hunt  / © The Mammal Society

Esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris). Foto: Austin Thomas / © The Mammal Society

Arminho (Mustela erminea),  pequeno carnívoro – 20 a 30 centímetros – que habita no Norte de Portugal. Foto: Joel Walley / © The Mammal Society

 

Doninha (Mustela nivalis), o carnívoro mais pequeno da Europa – mede menos de 28 centímetros – que por cá existe de Norte a Sul. Foto: Harry Martin / © The Mammal Society

19
Fev13

Raposas na cidade

Arca de Darwin
A raposa (Vulpes vulpes) é um dos carnívoros mais bem sucedidos do mundo. Existe na Europa, Ásia e Norte de África, e foi introduzida na América do Norte e na Austrália. A capacidade de adaptação deste carnívoro é notável. Em resposta à perseguição movida pelos humanos (a raposa é uma espécie cinegética, isto é, que se pode caçar), reproduz-se antes de completar um ano de idade e em caso de necessidade aumenta o tamanho das ninhadas e a proporção do número de fêmeas.

Raposa (Vulpes vulpes). Tapada de Mafra

Por outro lado, tem uma dieta bastante diversificada, que inclui mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insectos, animais domésticos, frutos e restos da alimentação humana, e ocupa todo o tipo de habitats, desde o nível do mar até áreas montanhosas.

Em muitos países é presença assídua em vilas e cidades. Por exemplo, estima-se que 33.000 raposas vivem em áreas urbanas no Reino Unido. Os conflitos com humanos são raros, mas ocorrem. Foi o que aconteceu este mês em Londres, Inglaterra, quando uma raposa entrou numa casa e arrancou um dedo a um bebé de 4 semanas. A criança está bem e já tem o dedo de volta, mas algo tem de mudar para que episódios como este não se repitam. Solução? Muitos apelaram ao abate dos animais que, segundo dizem, são cada vez mais. No entanto, parece que o número de raposas citadinas mantém-se mais ou menos estável desde os anos 80. Especialistas também defendem que o abate de pouco servirá, e até poderá agravar o problema. Isto porque quando se remove um adulto, vários juvenis ocupam o seu espaço. Assim a solução passa por educar os humanos, principalmente para que não deixem restos de alimentos acessíveis aos animais – há até quem, por gostar de ver raposas no quintal, lhes deixe comida à porta de casa. Também há quem lhes faça festas, esquecendo-se de que são animais selvagens. (Há muitos, no Alentejo, encontrei um velhote que me contou que quando as filhas eram crianças ofereceu-lhes duas crias de zorras – nome dado à espécie nesta região de Portugal – como presente de aniversário, mas devolveu-as à Natureza depois de uma delas morder uma das filhas).

A raposa tem estatuto de conservação Pouco Preocupante e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) incluiu-a na lista das 100 espécies mais invasoras do planeta.

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