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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

18
Ago13

Recordar o Solstício e rumar ao Andanças

Arca de Darwin
Começa amanhã (19 de Agosto) e prolonga-se até Domingo (25 de Agosto) o maior festival realizado no nosso país de danças e músicas tradicionais de todo o mundo. Nesta 18ª edição o Andanças mudou de morada: deixou as belas paisagens de Carvalhais, S. Pedro do Sul, e rumou ao Alentejo, à convidativa região de Castelo de Vide, junto à barragem de Póvoa e Meadas.

Festival do Solstício, Santa Clara-a-Velha (Junho de 2013)

A música e a dança são, de facto, o prato forte dos eventos organizados pela Associação Pédexumbo (Festival do Solstício, Andanças, Danças~na~Água...), mas a criteriosa selecção dos locais onde decorrem permite desfrutar de um revigorante (e sustentado) contacto com a natureza.

Por tudo isto, quem vai, regressa no ano seguinte e traz amigos. Com o passar dos anos os primeiros festivaleiros reproduziram-se e, agora, voltam acompanhados pelos filhos. Daí que, ao consultarmos a programação desta edição, encontramos (quase) tantas actividades para crianças como para adultos.

Os dois principais ingredientes do Andanças são os workshops de dança, durante o dia (danças irlandesas, orientais, israelitas, egípcias, salsa, havaianas, etc.), e os bailes, à noite. Mas há mais, muito mais. Há vários passeios (o “Natureza em estado selvagem” realiza-se 5ªf. às 07:00), há Tai Chi e há Yoga, massagem Ayurvédica e reflexologia, circo, teatro, cinema e animação de rua, oficinas de instrumentos e workshops de gastronomia, entre muitíssimas outras propostas.

Estas fotos são do primeiro festival do Solstício – que decorreu este ano em Santa Clara-a-Velha – e revelam um pouco do espírito dos festivais da Pédexumbo. O sucesso da estreia do Solstício promete mais e melhor para 2014. Quanto ao Andanças, já se sabe: dezenas de milhares visitam-no anualmente. E todos são bem-vindos, mesmo que – como eu – tenham pés-de-chumbo.

FESTIVAL DO SOLSTÍCIO

Animação de rua

Não sou grande apreciador de palhaços, mas este Enano é absolutamente hilariante:

Gentes e Recinto

Bailes / Concertos

Workshops de Dança

12
Jul13

Covos: Arte e Pesca

Arca de Darwin
Pegar numa arte de pesca tradicional e reinterpretá-la sob um olhar artístico foi o desafio lançado à PIA – Projectos de Intervenção Artística pela PédeXumbo, no âmbito do Festival do Solstício.

O resultado foi uma bonita escultura que evoca os covos de chaiço e aqueles que ainda guardam a memória e o saber desta arte de pesca.

 O que é um covo e o que é o chaiço?

 O covo é uma arte de pesca passiva e artesanal. Esta armadilha tem duas aberturas: uma que permite e orienta a entrada da criatura aquática que se quer capturar, mas não permite a saída, e outra fechada por uma tampa de cortiça.O material usado na sua construção varia consoante a disponibilidade da matéria-prima e a espécie a que se destina. Na costa, por exemplo, servem  para pescar safios, enguias e lagostas.O chaiço é o rebento/ramo do salgueiro-chorão.É com este material que o artesão Manuel Jacinto constrói os covos que inspiraram os membros da PIA. Ele é um dos últimos a dominar esta arte, outrora comum entre as gentes que viviam ao longo Mira – rio que banha a aldeia de Santa Clara-a-Velha –, e que servia para capturar barbos.

Assim, inspirada nos covos de chaiço de Manuel Jacinto nasceu a instalação “Trama”, bela peça de arte que abrilhantou o recinto do dito festival.

29
Jun13

Andorinha-dos-beirais (uma das minhas bandas preferidas...)

Arca de Darwin
A andorinha-dos-beirais (Delichon urbicum) é a mais conhecida das 5 espécies de andorinhas existentes em Portugal. Abundante no campo e nas cidades, é facilmente identificável pela cabeça e dorso preto-azulado, asas pretas, ventre branco e mancha branca nas costas, e pela cauda preta ligeiramente bifurcada. 

O bico fino indica que a sua dieta é à base de insectos.

Um aspecto curioso desta andorinha é ter relações amorosas com a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica). Os híbridos resultantes destas aventuras sugerem que as duas espécies deveriam estar num mesmo género.

 Se a andorinha-das-chaminés constrói os ninhos em locais mais recatados (por vezes no interior de edifícios, a dos beirais, como o nome indica, prefere a parte inferior da última fileira das telhas que formam o telhado, ou as esquinas na parede abaixo. Os ninhos em forma de tigela ficam, assim, “colados” às telhas e à parede das casas.

 A construção do ninho é um período de grande azáfama. As aves fazem inúmeras viagens de ida e volta para se abastecerem da palha e da lama que formarão a estrutura.

E convém que o façam depressa, pois o pardal-comum espreita a oportunidade de ocupar o ninho durante a construção. Terminada a obra, o ninho está a salvo, dado que o pardal é demasiado grande para passar pela pequena abertura.

 No interior do ninho a fêmea põe 4 ou 5 ovos brancos. A incubação dura duas semanas e as crias abandonam o ninho 22 a 32 dias depois após a eclosão.

 Em inglês as andorinhas-dos-beirais chamam-se House Martins, nome da banda britânica que durante os três anos de existência (depois separaram-se e dividiram-se em Beautiful South e Fatboy Slim) produziram algumas das melhores músicas dos anos 80. Já que este post referiu-se à “construção”, aqui fica Build, pelos Housemartins:http://www.youtube.com/watch?v=IMPMiLddsuE
27
Jun13

O Jaime, a canoa e os Huckleberrys

Arca de Darwin

Houve quem duvidasse de que flutuaria, quanto mais de que aguentaria com o peso de dois adultos (um dos quais com mais de 90 kg). Jaime Pais, carpinteiro desde os 14 anos e construtor da embarcação feita de folhas de tabúa (junco), sabia que funcionaria. É uma daquelas certezas que resulta de muitos anos de experiência a trabalhar as matérias-primas da Natureza.

Jaime Pais, Santa Clara-a-Velha, Odemira

No caso da tabúa, Jaime secava-a ao sol e usava-a para construir esteiras e tampos de cadeiras.

Tabúa

 Finalmente, a hora de lançar a embarcação à água chegou. E, claro, flutuou na perfeição. A iniciativa aconteceu no primeiro dia do Festival do Solstício (21 de Junho), na aldeia de Santa Clara-a-Velha, Odemira.

 A canoa encantou a criançada, mas os adultos também não lhe resistiram. Huckleberrys Finns de todas as idades aventuraram-se rio acima.

 Nem quando os remos desapareceram a canoa descansou: A miudagem usou a  imaginação e recorreu a varas para impulsionar a embarcação.

Os saltos e o excesso de carga deixaram marcas nos mui trabalhados extremos da canoa, que agora serão reforçados com bambu, garantiu Jaime.Organizado pela associação PédeXumbo, este festival de música e dança incorporou também várias artes e saberes da comunidade local, como a gastronomia, música e artesanato. Na exposição “Artes da Terra” deparei-me com duas peças criadas pelo Jaime:Com o Jaime aprendi – entre muitas outras coisas – para que servem as madeiras de diferentes espécies de árvores. Contou-me que usava a madeira do amieiro, que fica da cor da cerejeira, para construir móveis, por ser macia; a do freixo, que demora vários anos a secar, no exterior das casas, por ser rija; e a do choupo nos telhados, por ser mais leve.

Agora a canoa de tabúa rumará a Castelo de Vide, onde integrará o Laboratório de Bioconstrução que se realizará durante o Andanças 2013, festival também organizado pela PédeXumbo. 

26
Jun13

T0 para 6

Arca de Darwin
aqui falei da andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica), mas não resisto a partilhar esta foto de um ninho com 4 crias (uma está escondida) na ombreira de uma porta ao nível da rua.

Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica), Santa Clara-a-Velha, Odemira

A Hirundo rustica mede 19 centímetros de comprimento, tem a cauda comprida e bifurcada, e é a maior das 5 espécies de andorinhas existentes em Portugal.

Andorinha-das-chaminés, Odivelas

 Distingue-se da menos comum andorinha-dáurica (Hirundo daurica) por esta não ter o babete vermelho-alaranjado e o colar preto, bem visível na andorinha-das-chaminés (a dáurica tem laranja na parte de trás da cabeça e no dorso).

Próximas fotos: Andorinha-das-chaminés, Odivelas

25
Jun13

Escaravelho-rinoceronte

Arca de Darwin
Certo dia a mãe Natureza acordou toda bem disposta e pensou: “E se oferecesse aos frágeis insectos uma protecção para o corpo, como a pele rija que dei ao rinoceronte?”. Assim, usou um dos elementos mais duros que tinha à mão, a quitina, e transformou o primeiro par de asas de alguns insectos numa carapaça protectora. Entretanto, a boa disposição degenerou em traquinice:

Escaravelho-rinoceronte (Oryctes nasicornis), Santa Clara-a-Velha, Odemira

Achou que umas quantas espécies deste grupo – a que os humanos chamaram coleópteros – estavam perfeitinhas demais e começou a pintar bolas pretas nas carapaças vermelhas, laranjas ou amarelas. Os humanos chamaram-lhes joaninhas. Pior foi o que fez a um escaravelho, que media pouco mais de 4 centímetros. Lembrando-se da sua fonte de inspiração inicial – o rinoceronte – colocou-lhe um corno na frente da cabeça. Riu-se do pobre coitado, mas não voltou atrás na “decoração”. No entanto, e já se sabe como funciona a solidariedade entre as mulheres, poupou a fêmea a tamanho ornamento. Os humanos chamaram a esta espécie escaravelho-rinoceronte (Oryctes nasicornis).

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