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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

01
Abr13

Maçarico-das-rochas: quando elas têm vários eles

Arca de Darwin
Há espécies monogâmicas e há outras poligâmicas, ou seja, há espécies em que durante a época de reprodução cada indivíduo mantém apenas um parceiro sexual – as monogâmicas – e outras em que um indivíduo tem vários parceiros. A forma mais habitual de poligamia é a poligínia, situação em que um macho tem duas ou mais fêmeas. O oposto, a poliândria, é mais rara, mas também acontece, como prova a atribulada vida amorosa do maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos).

Maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos), Seixal

Esta ave mede cerca de 20 centímetros e tem plumagem castanha no dorso e no babete, e branca no resto do corpo. A maneira mais fácil de a distinguir é através da reentrância branca entre o ombro e o babete. O maçarico-das-rochas é um pilrito (família Scolopacidae), ou seja, é uma daquelas pequenas, frenéticas e estridentes limícolas que percorrem a zona entre marés de rios e praias.

De volta à poliândria, há evidências de que este sistema de acasalamento ocorre em populações de maçarico-das-rochas, embora esteja mais bem documentado com o seu primo maçarico-maculado (Actitis macularia).

Maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos), Corroios

 A razão para a existência deste tipo de sociedade na natureza não é clara. As duas hipóteses mais aceites para esta inversão do habitual papel de machos e fêmeas são que a poliândria surge quando ocorrem flutuações dramáticas na disponibilidade de alimento, ou que ocorre em populações sujeitas a forte pressão de predadores.

No primeiro caso, a fêmea poderá estar demasiado debilitada para se ocupar dos cuidados parentais, pelo que o macho terá de os assegurar. “Se a disponibilidade de alimentos aumentar, a fêmea poderá realizar uma nova postura, noutro ninho e com outro macho”, lê-se em Perspectives on Animal Behavior. No segundo caso, os machos terão de proteger o ninho para assegurar a sobrevivência da descendência. Se as fêmeas encontrarem outro parceiro também elas aumentam a probabilidade de se reproduzirem com sucesso.É esta segunda hipótese que explica a poliândria do maçarico-maculado numa pequena ilha no Minnesota, Estados Unidos, onde os roedores consumiam cerca de 40% dos ovos e, num dado ano, um único vison-americano destruiu todas as posturas das fêmeas. “A predação intensa sobre o maçarico-maculado leva à aglomeração de indivíduos em áreas mais protegidas e aumenta os benefícios associados a várias posturas”, concluem os autores de Perspectives on Animal Behavior, referindo-se aos resultados dos estudos no Minnesota.

Draupadi e os seus 5 maridos

Já a primeira hipótese justificará a poliândria na espécie humana: “Parece desenvolver-se sob condições de extrema pobreza, em que vários homens precisam reunir os seus recursos para comprar ou sustentar uma esposa, ou em que o infanticídio feminino é praticado como meio de controlar o crescimento da população. Este último costume não tarda a produzir um excesso de indivíduos masculinos”, referiu o antropólogo Edward Burns, em História da Civilização Ocidental.A poliândria ocorre(u) em populações da Índia, Nepal, Tibete, Butão...
25
Mar13

O raro Perna-verde

Arca de Darwin
Mesmo junto ao passeio da marginal do Seixal, na pequena faixa de rochas e areia que antecede o Tejo, é fácil observar aves comuns, como a garça-branca-pequena, o pato-real, a rola-do-mar e o guincho. No entanto, por vezes também surgem espécies menos habituais, como é o caso deste perna-verde-comum (Tringa nebularia), cuja população portuguesa não vai além dos 250 indivíduos adultos, razão pela qual o seu estatuto de conservação é Vulnerável (a nível internacional o estatuto é Pouco Preocupante).

Tal como o nome indica esta ave tem as patas esverdeadas. Outra característica que permite identificá-la é a base azulada do bico, o qual é ligeiramente curvado para cima.

A plumagem é cinzenta no dorso e branca na parte da frente do pescoço e no vente. Mede 31 centímetros de comprimento. 

Apesar de pouco abundante, o perna-verde-comum ocorre de Norte a Sul do país, principalmente em zonas litorais (estuários, lagoas costeiras, arrozais e salinas) e durante o Inverno.

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