“Nunca será cientista”, mas ganhou o Nobel
John Gurdon. Foto: Wellcome Library, London
De facto, Gurdon publicou em 1962 o trabalho que a academia sueca agora homenageia, mas realizou as experiências com células-tronco (por cá chamam-se “células estaminais”, devido à tradução errada de “stem” para “estame”) em 1958, com 25 anos. Uma década antes, tinha Gurdon 15 anos, o relatório escolar sobre o actual Nobel da Medicina 2012 afirmava: “Acho que Gurdon tenciona ser cientista; face à sua prestação actual isto é completamente ridículo; se ele nem consegue aprender factos biológicos básicos não terá qualquer possibilidade de realizar o trabalho de um especialista; seria uma perda de tempo, quer para ele, quer para quem tivesse de o ensinar”.
Relatório escolar de John Gurdon. Foto: John Gurdon
O relatório também referia: “Ele teve vários problemas porque não liga ao que lhe dizemos, e insiste em fazer as coisas à maneira dele”.Como escreveu Ralph Waldo Emerson em A confiança em si: “Acreditar no vosso próprio pensamento, crer que aquilo que é verdadeiro para vós, no fundo do coração, também o é para todos os homens – tal é a marca do génio”.