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Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

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Arca de Darwin

07
Dez21

Natureza ilustrada junto à ponte do Pragal

Arca de Darwin

Os muros junto às paragens de autocarro à entrada da ponte 25 de Abril, em Almada, estão decorados com ilustrações de fauna presente na região. O autor dos murais é o artista Tiago Hacke, que já conhecemos devido ao seu trabalho no trilho da Ribeira das Vinhas, em Cascais.

tiago_hacke 1.jpg

 

 

 

 

20
Mai21

A cobra que não o é

Arca de Darwin

O Bioblitz da Tapada, em Lisboa, teve mais de uma dezena de actividades. Além da actividade dedicada aos micromamíferos, abordados nos dois posts anteriores, também participei na dos Répteis e Anfíbios. Anfíbios, nem vê-los. Mas os répteis foram uma óptima oportunidade para observar (e fotografar) a cobra-cega (Blanus cinereus), que é um endemismo ibérico — só existe em Portugal e Espanha.

Blanus cinereus 1.jpg

O aspecto da cobra-cega é duplamente enganador. Primeiro, não se trata de uma cobra. As cobras e a cobra-cega pertencem à mesma ordem, a Squamata, mas a famílias diferentes: Colubridae e Amphisbaenidae, respectivamente.

Blanus cinereus 2.jpg

Segundo, a cobra-cega poderá parecer uma minhoca porque as suas escamas, ao estarem dispostas regularmente em filas longitudinais, lembram os anéis dos anelídeos.

Blanus cinereus 3.jpg

Os olhos são vestigiais e estão cobertos por escamas. O corpo é cor-de-rosa ou cor de salmão, mas também pode ser acinzentado ou arroxeado. O comprimento pode chegar aos 28 centímetros. A cabeça é triangular e está delimitada por um sulco transversal.

Blanus cinereus 4.jpg

Blanus cinereus 5.jpg

A cobra-cega tem hábitos subterrâneos, pelo que vive em solos pouco compactados e fáceis de escavar. Alimenta-se de formigas e larvas de insectos e de outros artrópodes que captura no subsolo.

Blanus cinereus 6.jpg

Durante a actividade dos répteis e Anfíbios foram capturados mais dois répteis já nossos conhecidos:

— a osga-comum (Tarentola mauritanica), de quem já falámos aqui, aqui e aqui.

osga-comum 1.jpg

osga-comum 2.jpg

— e a lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus), de quem já falámos, por exemplo, aqui.

lagartixa-do-mato 1.jpg

lagartixa-do-mato 2.jpg

Os monitores da actividade trouxeram ainda uma muda de pele de cobra-de-ferradura (que entretanto mudou o nome de Coluber hippocrepis para Hemorrhois hippocrepis — o gaiteiro-negro já não está sozinho no seu azar) que tinham encontrado na Tapada no dia anterior.

cobra-de-ferradura 1.jpg

cobra-de-ferradura 2.jpg

 

17
Abr12

O Graal da decoração

Arca de Darwin

Em Portugal continental há duas espécies de osgas: A osga-comum (Tarentola mauritanica) e a osga-turca (Hemydactylus turcicus). A da foto é uma osga-comum, que é abundante no centro e sul, e mais rara no norte do país. Já a osga-turca encontra-se na região sul, o que significa que há uma área onde as duas se sobrepõem.

No entanto, há algumas características morfológicas que permitem distingui-las. Por exemplo, a osga-turca tem a pele mais lisa e as lamelas digitais (plantas dos dedos) estão divididas em duas filas, enquanto que na osga-comum têm apenas uma fila (vê-se na imagem, na pata dianteira direita).

As osgas têm vários dons peculiares, como mudar de cor consoante o estado de espírito ou a superfície onde se encontram, e separar de forma voluntária a cauda do corpo como meio de defesa - capacidade denominada de autotomia). Mas há uma habilidade que há muito ocupa cientistas de todo o mundo: treparem e agarrarem-se a tectos e paredes.

Fazem-no através de micro pêlos nos dedos, que se ligam às superfícies através das forças de van der Waals. Basicamente, “colam-se” se os pêlos estiverem num ângulo de 30 graus com a parede e libertam-se quando o ângulo é superior a 90 graus. Estas forças permitiriam que uma única osga suportasse um peso de 130 quilos. Esta “cola” não perde aderência com o uso e não requer força para “descolar”, ao contrário dos post-it e das ventosas. Imagine quão fácil seria pendurar quadros na parede ou candeeiros no tecto se conseguíssemos copiar este dom das osgas. A verdade é já vários cientistas gritaram Eureka!, mas ainda nenhum apresentou um modelo comerciável – estes aqui parecem estar perto.

A actividade de imitar a natureza tem nome – biomimetismo – e define-se como o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, com vista a resolver problemas nas áreas de engenharia, ciência de materiais e medicina. Há vários exemplos de maior ou menor sucesso, como o velcro, o uso da estrutura dos favos das colmeias na arquitectura, ou os fatos de natação inspirados na pele dos tubarões que, de acordo com um estudo recente, até beneficiam os atletas, mas por outras razões.

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