Caxias, Julho de 2020.
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O post anterior mostrou alguma da arte urbana que se encontra entre Cacilhas e o Fundeadouro da Arealva, mas, como referi, há muito mais para ver ao longo deste percurso.
No passeio junto ao rio que vai de Cacilhas à Quinta da Arealva é fácil perdermo-nos a olhar para o Tejo, para a ponte, para os barcos, ou para Lisboa. Mas, do lado contrário, os muros e paredes de casas que ladeiam o caminho merecem igual atenção.
"Não, Tejo,não és tu que em mim te vês,— sou eu que em ti me vejo!"
Alexandre O'Neill, O Tejo corre no Tejo
Na mini-praia ao lado do Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, em Lisboa, um crocodilo de areia descansa na companhia de dois cães (?) junto às águas do Tejo.
É inevitável: quando se olha de cima e ao longe para Lisboa, não só emergem as cores típicas da cidade, como a paisagem transforma-se num quadro geométrico onde se destacam linhas e quadrados. Os humanos? Somos formiguinhas - o maior ser "vivo" é mesmo a abelha do Bordalo II na LxFactory. A mini-maratona do fim-de-semana passado permitiu-me atravessar a Ponte 25 de Abril a pé e fotografar alguns detalhes das freguesias de Alcântara e da Estrela.
Como um cardume, os barcos formam uma mancha que muda de direção, alonga-se e comprime-se ao longo do rio. No meio da agitação é cada um por si.
Domingo o céu estava nublado. O Tejo, visto de cima, alternava entre tons esbranquiçados, cinzentos e azuis pálidos. A meio da Ponte 25 de Abril era fácil perder os barcos numa imensidão de água ou emoldurá-los entre as barreiras da ponte. Aos poucos, Lisboa lá foi entrando no enquadramento. "Cidade prateada semeada de Tejo", como lhe chama Adília Lopes.
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